“Pouco se sabe sobre Antonio Ventura, salvo que é natural de Ribeirão Preto, onde cresceu e se formou e é juiz de Direito. Mas, como Rimbaud, "sentou a beleza nos seus joelhos" e é inevitavelmente poeta, caudaloso, irreverente, com acento surrealista. Observou alguém que a biografia de um poeta é seu canto. E este poeta que traz Ventura consigo, como quem traz a poesia, revela na explosão de ritmos um sotaque pessoal. Embora caminhe dentro de uma tradição — a de "ser absolutamente moderno", mantém inalienável entonação, a marca do que carrega o fogo de quem se sabe "catador de palavras". E o humilde ato de apanhá-las carece de um poder que as retira do estado de silêncio”. (Carlos Nejar)