Otto Maria Carpeaux


4.9
42 avaliações

Nascimento: 09/03/1900 - 03/02/1978 | Local: Austria - Viena

Otto Karpfen, mais conhecido como Otto Maria Carpeaux (Viena, 9 de março de 1900 — Rio de Janeiro, 3 de fevereiro de 1978) foi um ensaísta, crítico literário e jornalista austríaco por nascimento e brasileiro por opção.
Filho único de pai judeu e mãe católica, nasceu em Viena (Áustria), em 9 de Março de 1900, onde cursou o ginasial. Ingressou na faculdade de direito por sugestão familiar, abandonando-a um ano depois.
Estudou no Instituto de Química da Universidade de Viena entre os anos 1920 e 1925, mas nunca exerceu a profissão.
Na década de 20, frequentava os círculos literários de Viena e conferências públicas de Karl Kraus.
Estudou filosofia (doutorou-se em 1925), matemática (em Leipzig), sociologia (em Paris), literatura comparada (em Nápoles) e política (em Berlim); além de dedicar-se à música.
Em março de 1930 casou com Helena Carpeaux que o acompanhou por toda a vida.
Dedicou-se intensamente à literatura e ao jornalismo político, carreiras que deixou em Viena com passagens como redator da revista semanal Berichte zur Kultur und Zeitgeschichte articulistas do jornal Neue Freie Presse.
Abandonou o Judaísmo em 1933[1], converteu-se à religião católica e acrescentou Maria e Fidelis ao seu nome, este último por pouco tempo.
Tornou-se homem de confiança de dois primeiros-ministros em Viena, Engelbert Dollfuss e Kurt Schuschnigg, respectivamente os últimos primeiro-ministros antes da Aústria ser incorporada ao Reich alemão. Com a queda deste último, foi obrigado a seguir para o exílio.
Em princípios de 1938, foge com a mulher para Antuérpia (Bélgica), onde ainda trabalha como jornalista na Gaset van Antwerpen, maior jornal belga de língua holandesa.
Diante da escalada nazista, Carpeaux se sente inseguro e foge com a mulher, em fins de 1939, para o Brasil. Durante a viagem de navio, estoura a guerra na Europa. Recusando qualquer ligação com o que estava acontecendo no Reich, muda seu sobrenome germânico Karpfen para o francês Carpeaux.
Ao desembarcar, nada conhecia da literatura brasileira, nada sabia do idioma e não tinha conhecidos. Na condição de imigrante, foi enviado para uma fazenda no Paraná, designado para o trabalho no campo.
O cosmopolita e erudito Carpeaux ruma para São Paulo. Incialmente passa dificuldades; sem trabalho, sobrevive à custa de desfeitas de seus próprios pertences, inclusive livros e obras de arte. Poliglota, o homem que já sabia inglês, francês, italiano, alemão, espanhol, flamengo, catalão, galego, provençal, latim e servo-croata, sem dificuldades, em um ano aprendeu e dominou o português.
Em 1940, tentou ingressar no jornalismo nacional, mas não consegue. É então que escreve uma carta a Álvaro Lins a respeito de um artigo sobre Eça de Queiroz. A resposta veio em forma de um convite, em 1941, para escrever um artigo literário para o Correio da Manhã, do Rio de Janeiro. Seu artigo é publicado e assim ganhou um emprego. Iniciava uma publicação regular. Até 1942, Carpeaux escrevia os artigos em francês, que eram publicados em tradução.
Mostrando sua grande inteligência e erudição, divulgou autores estrangeiros pouco ou mal conhecidos entre nós e tornou-se um grande crítico literário. Nesse mesmo ano de 1942, Otto Maria Carpeaux naturalizou-se brasileiro. Ainda nesse ano, publica o livro de ensaios Cinzas do Purgatório.
Entre 1942 e 1944 Carpeaux foi diretor da Biblioteca da Faculdade Nacional de Filosofia. Em 1943, publica Origens e Fins.
De 1944 a 1949 foi diretor da Biblioteca da Fundação Getúlio Vargas. Em 1947 publica sua monumental História da Literatura Ocidental - o mais importante livro do gênero em língua portuguesa - no qual analisa a obra de mais de oito mil escritores a partir de Homero aos mestres modernistas. Em 1950, torna-se redator-editor do Correio da Manhã. Em 1951, publica Pequena Bibliografia Crítica da Literatura Brasileira, obra singular na literatura nacional - reunindo, em ordem cronológica, mais de 170 autores de acordo às suas correntes, da literatura colonial até nossos dias. Sua produção crítica literária é intensa, escrevendo em jornais semanalmente.
Em 1953, publicou Respostas e Perguntas e Retratos e Leituras. Em 1958, publicou Presenças, e em 1960, Livros na Mesa.
Carpeaux foi forte opositor do Golpe Militar, em 1964, redigindo artigos acerca da retrógrada autoridade da então nova ordem militar, participando de debates e eventos políticos. Em 3 de fevereiro de 1978, morreu no Rio de Janeiro de ataque cardíaco.

Crítica Literária
Ensaio
Jornalismo

Livros publicados por Otto Maria Carpeaux (65) ver mais
    Homens e Destinos
    Para Compreender Tolstói e Outros
    Para Compreender Tolstói e Outros
    As Revoltas Modernistas
    Origens E Fins: Ensaios
    Livro - Box - História da Literatura Ocidental


Estatísticas
Seguidores94
Leitores4.066
Avaliações 4.9 / 42
5
ranking 91
91%
4
ranking 9
9%
3
ranking 0
0%
2
ranking 0
0%
1
ranking 0
0%

54%

46%

João gregorio
aprovou em:
23/08/2023 20:25:52

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR