Graciosa

Graciosa Aline Negosseki Teixeira


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Graciosa





Uma fábula sobre...

a filha da profecia.
A Rosa Rebelde dos olhos que lilaseavam
em sentimentos do mais puro amor
e do apaixonado e magoado namorado que apesar do desagravo
não podia arrancá-la dos olhos e coração.


O amor de Amélia e Fabrício
Escrito no sábio Rolo do Tempo pelo Grande Escritor
desde a eternidade imemorial.


E o formidável e eternal questionamento:
Destino ou Livre Escolha?

***

Graciosa

Um amor que foi prescrito antes do tempo...
Amélia ainda não nascera quando ele começou a procurar por ela.
Fabrício saberia que era exatamente ela quando visse as duas ametistas preciosas olhando para ele. Assim ele a reconheceria.
“Olhos como jamais viste te implorarão por perdão antes que saibas que eles pertencem a verdadeira dona do teu coração.” — Com aquelas palavras ele correria o mundo buscando-a, como um amaldiçoado numa sina inescapável, até o dia que soubesse que o que existe, o que somos, o que fazemos, o que vivemos e viveremos é fruto do casamento que houve da Livre Escolha com o Destino, que deram a luz à duas filhas: a Predestinação e a Liberdade. Assim, no final, em vista de tudo, de todos, a escolha caberia a ele.
Ir ou não, outra vez, em busca de Amélia, a desconcertante existência dos olhos violáceos como lilases em flor?
“Na Serra da Graciosa, longe do brilho enganador das galas dos salões, no enigma emblemático de uma lenda e de uma terra intocada, é que o sentido de tudo será alcançado, o aprendizado forjado, o amor refeito, as almas que se desfizeram em cacos, restauradas. Quando não mais souberes para onde ir, procure a Serra da Graciosa, a terra da qual emergiste! No amargor do mate escuro, à sombra dos pinheirais, você encontrará a doçura toda de que precisa. Nada além, nada inferior; tudo que merece.”
Com as palavras da mãe a ferver o coração desesperançado, Fabrício descerá e subirá, deslizará pelos perigos sem fim do desconhecido, e chegará às terras altas da Serra da Graciosa, tocará seus belos outeiros, e entenderá em cada flor, cada pedra, cada marulhar dos regatos puros, cada pinheiro, cada pinha e pinhão, no pousar das gralhas tão azuis, que toda ação tem uma consequência, a predestinação resvala-nos para o que é correto quando nos deixamos entregues, e a escolha é possível, mas não podemos argumentar com o resultado. Se escolher é sempre um destino, no estar destinado também se escolhe.


Fabrício iria ou não, outra vez, em busca de Amélia, a desconcertante existência dos graciosos olhos violáceos como lilases em flor?

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