História Geral da Medicina Brasileira

História Geral da Medicina Brasileira Lycurgo de Castro Santos Filho


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História Geral da Medicina Brasileira (Estudos brasileiros #24)


Volume I




Historia Geral da Medicina Brasileira, Vol. 1 [Estudos Brasileiros, 24 ( Editora da Universidade de Sao Paulo, 1977, 677p.) ] pelo Dr. Lycurgo de Castro Santos Filho (1910 - 1998).
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O Prof. Lycurgo Santos Filho tornou-se um dos mais renomados historiadores da medicina brasileira. Uma das poucas fontes de leitura e consulta dos nossos historiadores e interessados na historia da ciência e da profissão médica, no Brasil. O primeiro volume da História Geral, dedica-se à medicina dos físicos e cirurgiões, curiosos e feiticeiros, vigente no Brasil-Colônia. O período colonial mas, abrangendo também a medicina indígena nativa e a medicina negra, que veio da Africa com os escravos...

|...| " Periodização da marcha evolutiva coordenada que enquadra e ajusta os capítulos da Medicina no país, desde a Arte indígena à ibérica, dos profissionais habilitados aos curadores, da Medicina oficial à popular, do ensino especializado à assistência hospitalar, das boticas aos medicamentos. Apresenta, ainda, fontes gerais e fontes especializadas da História da Medicina brasileira. O autor é considerado o tratadista da história médica brasileira com a magistral obra História Geral da Medicina brasileira.

O autor traça um excelente esquema da historia da medicina brasileira e de suas fontes que, em sua sintetica visão, informa àqueles que se vão iniciar no seu estudo, da natureza e da periodização que o autor propõe:

Medicina Indígena; b) Medicina Jesuítica; c) Medicina Africana ou Negra; d) Medicina no Brasil-Holandês; e) Medicina Ibérica.

Essa última, sendo a mais extensa, abrange as atividades tanto dos assim chamados "físicos" como dos curiosos e curandeiros da origem ibérica que dominariam a profissão durante os tempos coloniais. Há uma resenha das fontes, quer gerais, quer históricas ou religiosas, incluindo textos geográficos, efemérides, biograñas, memórias e crônicas, referências a textos de medicina que elucidam fatos históricos, como ensaios de bibliografias médicas e esboços de elaboração de historia da medicina, até os primeiros livros de historia de medicina editados no Brasil.

O autor enfrenta a difícil tarefa de relatar historicamente a medicina, o curandeirismo e a feitiçaria imperante desde a descoberta do país ate a das primeiras escolas de medicina, no inicio do século XIX. Abrangendo, ponamo, todo o período colonial. Apesar da primeira visão dos descobridores ter sido de uma terra de clima ameno e salubre habitada por uma população forte e sadia, essa visão paulatinamente deteriorando para a de uma terra de clima inclemenle, agravado por miasmas mortíferos e bichos venenosos, habitada por uma população infestada pelas mais estranhas doenças, tanto nativas como trazidas da África pelos negros e da Europa pelos brancos.

Na medicina indígena, além da fetichista do "pagé“ na cura das doenças, o emprego das ervas medicinais tropicais, que persistem até hoje na farmacopéia modema.

Na medicina jesuítica o autor principalmente a transposição para a Colônia das práticas de assistência médica européia e o inicio da organização hospitalar.

Na medicina colonial holandesa, apesar do maior preparo científico dos "físicos" batavos, o autor não vê grande diferença entre as condições sanitárias e de Saúde das terras ocupadas pelos holandeses com o restante do Brasil colônia.

Entretanto, ressalta a preocupação holandesa de trazer para a metrópole, infomações sobre as condições de saúde da população colonizada. Daí a vinda ao Brasil de vários médicos, quase todos judeus, e a publicação na Holanda de obras sobre a História Natural brasileira, entre as quais a de Willem Piso, com observações médico-botânicas.


A fase referente a medicina iberica, praticada no Brasil é considerada a mais importante do período colonial. Ela seria constituida pelas atividades profissionais não só dos "físicos", formados na Península Iberica, como também, de curiosos, curandeiros, boticários, cirurgiões e barbeiros, ibero-brasileiros.

A medicina ibérica, dessa época, ainda não tinha sido influenciada pela ciência modema, dada a resistência oferecida à incorporação desta nas Universidades da Península Ibérica. Dominavam, portanto as práticas médicas medievais calcadas nas medicinas galênica e hipocrática, baseadas nas virtudes curativas dos remédios e nos humores dominantes nos doentes. Era uma medicina reduzida à experiência própria e intransmissível dos profissionais e a receituários, semelhantes aos, até hoje, usados pelas familias interioranas.

Na Colônia essa situação da medicina peninsular era ainda mais precária dada a falta de "físicos" de formaçäo univeisìtária e o quase completo domínio de profissionais habilitados que percorriam a cavalo, as regiöes mais habitadas do territorio brasileiro, curando as mais variadas doenças, com suas "caíxas- de-botica" e seu "breviário de receitas". A esses juntavam-se as parteiras, os cirurgiões-barbeiros e os curandeiros.

A partir do século XVI surgem as Irmandades de Misericordia, sustentadas por esmolas e doações particulares, que sustemavam as Santas Casas de Misericórdia, destinadas a recolher e abrigar enfermos, principalmente pobres; pois os ricos curavam-se em casa, receiosos do ambiente insalubre dos hospitais.

As primeiras Santas Casas furam as de Santos, Olinda e Salvador; mas, logo apareceram em várias outras cidades brasileiras, inclusive pequenas cìdades do interior.

Os "físicos" e cirurgiöes que nelas atuavarn nada recebiam e, geralmente, eram orientados por religiosas e religiosos. Além dessas Santas Casas haviam ainda as enfermarias dos colégios jesuítas ate a expulsão da Companhia de Jesus, em 1759.

No final do século XVII começaram a estabelecer-se nos quartéis pequenas enfermarias as quais foram o germem dos Hospitals Reais Militares, instalados alguns nos edificios antes ocupados pelos colegios jesuitas.

Só no século XIX é que apareceram, nas principais cidades brasileiras as "Casas de Saúde" oficiais, alguns poucos lazaretos e os "isolamentos" para as quarentenas, juntos aos ponos do Rio e da Bahia.

Nessa epoca as epidemias de varíola, sarampo, impaludismo e várias outras doenças assolavam as cidades. Isto obrigou as Cámaras das principais cidades e vilas a organizarem suas juntas de defesa da Saúde pública, contratando "físicos" e cirurgiões e elaborando normas de higiene, limpeza, desinfecçäã e quarentena. Dessas normas é que, no inicio do século XIX, surgiu a Vacinaçäo contra a Varíola".
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http://medbiography.blogspot.com.br/2008/02/lycurgo-santos-filho.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Licurgo_Santos_Filho

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