Livros como este de Wilberth Claython Salgueiro exigem novos regimes de leitura, pois a tradição exegética se vê de imediato problematizada. Seria preciso interpretá-lo como coletânea de ensaios simultaneamente de crítica e de poesia, imprimindo-se toda a força aos genitivos. Tudo aqui se experimenta e reinventa, o poema, a voz, a escrita, o corpo, os afetos, a história e as paixões. Motivo pelo qual a crítica se exerce de forma extremamente criativa, e não como atitude reativa ao gesto criador primeiro. Pois não há mais primariedade na invenção literária. Embora nem a crítica nem a teoria se confundam com o poema, ambas (crítica/teoria) se afirmam aqui pela força que move o último (o poema), escavando o horizonte além do qual se encontra o leitor. Nós.
Evando Batista Nascimento