A chegada dos primeiro colonos alemães no Rio Grande do Sul; a Feitoria Velha; os trabalhos e dias de um pobre na roça; as coivaras avançando pelo vale do Jacuí; a pregação farroupilha e a colônia incipiente e já dividida em facções; todos os contrastes pitorescos da aculturação aproveitados em episódios que servem de tempero ao entrecho... Mas compreendia que o maior encanto de vossa história decorria da sugestão do anonimato: quanto mais vaga, mais viva. Truncada assim, sacrificada aos ideais da guerra grande, e a tua vida, meu bisavô, renasce com toques de lenda na imaginação
São imigrantes alemães vivendo as suas misérias e desencantos, suas conquistas, seus momentos de ternura e saudade, seu trabalho de sol a sol, suas desavenças, rancores e ódios. É o desespero de quem se vê de uma hora para outra, jogado em terras distantes. Castelhanos e índios, caudilhos e politiqueiros, soldados e prostitutas, formando o grande pano de fundo da vida dos que chegaram ao Brasil atraídos por promessas e garantias fugazes. O tempo passou com sofrimento, privações, trabalho e luta. Os imigrantes de ontem, hoje estão incorporados na nacionalidade, mesclando raças e claramente influentes no processo de desenvolvimento nacional, na política, nas artes, nos esportes, etc... Tudo isso conseguido a ferro e fogo.
Sem datas ou minúcias históricas que o tornassem enfadonhamente didático. A ferro e fogo – tempo de solidão, é um romance fascinante, denso, ágil, verdadeira saga da colonização do estado do Rio Grande do Sul.
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