Poucas fases da vida são mais complicadas que a chegada da adolescência. John Egan é um garoto inteligente, prestes a fazer doze anos, que mora na casa de campo da avó em um pequeno vilarejo na Irlanda. Filho único de um pai desempregado, pouco atencioso e rude, e de uma mãe por quem nutre um carinho exacerbado, Egan, garoto solitário e de poucos amigos, tem dificuldade em se encaixar no mundo.
Logo John descobre que possui uma aptidão bastante rara: consegue detectar quando alguém está mentindo. O garoto anota cada falsidade que escuta em uma lista, que guarda escondida debaixo do colchão. Mas John não tarda a descobrir que a mentira também tem uma função social, e que se adaptar envolve aceitar que a sinceridade pode ser perigosa.
A chegada de um novo professor, a crise no casamento dos pais e a mudança inesperada para um apartamento decadente em Dublin são eventos que encaminharão a mente do protagonista rumo a uma desordem cada vez maior. Narrada em primeira pessoa, a trama de O menino que odiava mentira nos transporta, pela voz de John, ao conflitado universo de uma psique pré-adolescente que tenta entender como funciona o mundo adulto.
"Escrita do mais alto nível [...] John Egan é um garoto corajoso, com impressionante autoconsciência, e, ainda assim, caminha próximo ao limite da loucura." - J.M. Coetzee