A Babilônia encerra trilogia que trata da imigração italiana no Rio Grande do Sul, cujos outros volumes são, A Cocanha e O Quatrilho.
A saga começa em 1883, quando um grupo de italianos tomados pela miséria deixa a Itália em direção ao Brasil para, como se dizia na época, “fazer a América”. É com a esperança de aqui encontrarem o paradisíaco “Paese di Cuccagna”, onde rios de vinhos são transpostos por pontes de melão, e aves assadas despencam do céu, que esse grupo de homens, mulheres e crianças famintas embarca, deixando pátria e parentes para trás, com uma única certeza na bagagem: a de que aquela era uma viagem sem volta.
O terceiro volume da trilogia, não poderia ser diferente, trata de uma espécie de espólio do romance anterior, pois ocupa-se daquilo que o autor deixou em aberto - ou que, por questões de estrutura, não pôde ser focado com a mesma intensidade dedicada ao núcleo dos protagonistas: o destino de Mássimo e Teresa, que, ao fugirem da cidade, deixaram o foco centrado em Ângelo e Pierina, esta, talvez, a personagem mais forte e psicologicamente mais bem construída da história. Para isso, Pozenato se utiliza de uma enredo intrincado e sugestivo, que é a questão legal dos meio-filhos diante da morte de um dos meio-pais - aliadas a isso as dificuldades naturais de convivência de irmãos e meio-irmãos sob o mesmo teto.