Num jogo constante de identidades falsas, de segredos e imposturas, em que o eu e o outro se encontram sempre em estranhamento, vão se tecendo os labirintos que o leitor irá percorrer nos contos de A Intimidade e os Livros.
Por esses múltiplos caminhos que se bifurcam, a literatura é personagem: os livros, as palavras, a poesia, uma escrivaninha, uma biblioteca, um manuscrito misterioso... Borges e Mallarmé também são companheiros nessa viagem literária, e também quase personagens. Se a intimidade é um quarto vazio de livros, e se pode ou não ser compartilhada, é somente a partir das palavras que se dá essa descoberta. E nesse encontro com o outro, com o eu, ao devassar a intimidade alheia do modo que só a leitura de um livro permite, podemos (re) encontrar alia a nossa própria identidade perdida, e viver uma nova história.