Máiquel voltou. O protagonista - já que é muito difícil chamá-lo de herói - de O matador está dez anos mais velho e muito mais desiludido. Passou os últimos tempos foragido da polícia, em outra cidade, sem querer saber da antiga vida de justiceiro de periferia e Homem do Ano do bairro. Voltou a São Paulo só para liquidar uma herança e resolveu procurar a filha, Samanta, que ele não vê há dez anos. Filha do seu primeiro casamento, Samanta foi seqüestrada por sua ex-mulher, Érica, que fugiu com Marlênio, um pastor evangélico. Não satisfeito em levar a mulher e a filha de Máiquel, Marlênio ainda o denunciou à polícia.
O caminho de Máiquel é o da violência. O que ele sabe fazer é matar, e é com essa habilidade que consegue atravessar um lado subterrâneo do Brasil. Um mundo movido por suborno, conchavos e violência, que o leva de acampamentos de sem-terra a quadrilhas internacionais de tráfico de drogas.
O passado segue atrás de Máiquel, traduzido nos jornais, que republicam suas fotografias de arquivo, e na polícia, que arma esquemas para prendê-lo; o presente exige dele que continue matando, para prosseguir na busca ou simplesmente para ficar vivo - do futuro, evidentemente não pode esperar muito. O mundo em que mergulhou só pode ser atravessado se ele deixar para trás um rastro de cadáveres e cicatrizes, e Máiquel fará de tudo para sair do outro lado.
Máiquel podia até não querer, mas o matador está de volta.