No seu poema, Silvyo traz enredado, num encantador e sonoro jogo de palavras, todas iniciadas por “M”, ou em “monólogo mudo” como denomina, o recorte de uma grande metrópole, que poderia ser qualquer uma, desde que “M”etrópole.
A temática humana e social, expressas com criatividade num estilo íntimo e original, destaca alguns dos elementos de nossa “mundografia”, como em “manchetes medievais”: as drogas (“mocidade, meras marionetes”), a violência urbana, as meretrizes (“mariposa mercenária mulher marcada molambo mofante”), o exôdo rural, as crianças de rua, a fome, o álcool, o consumismo (“moedas, mola-mestra movendo o mundo”), o deslumbramento diante dos avanços da tecnologia, das ciências, das artes e sua natural não-garantia de felicidade, enfim, são vários os personagens traçados por Silvyo, até o folclore, a “mitologia matuta”, não é deixado de lado.
Raymundo Netto