Ensaios Céticos

Ensaios Céticos Bertrand Russell


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Ensaios Céticos





Bertrand Russell sempre se considerou um cético. Ao mesmo tempo, nunca duvidou que a vida humana pudesse ser transformada com o uso da razão. Os dois pontos de vista não coexistem com facilidade. Entre os antigos gregos, o ceticismo foi um caminho para a tranqüilidade interna, não um programa de mudança social. No início da era moderna, Montaigne ressuscitou o ceticismo para justificar seu afastamento da vida pública. Para Russell esse distanciamento era impensável. Descendente de uma nobre família Whig – seu avô, o lorde John Russell, introduziu o Grande Ato da Reforma que colocou a Inglaterra no caminho da democracia, em 1832 –, também era neto de John Stuart Mill. A reforma estava em seu sangue. Então, era natural que tentasse mostrar – para si e para os outros – que o ceticismo e a crença na possibilidade de progresso não precisavam estar em desacordo. O resultado é este volume, uma coletânea de alguns dos mais bonitos e interessantes ensaios escritos da língua inglesa, nos quais tenta mostrar que a dúvida cética pode mudar o mundo.
Em Ensaios céticos, Russell argumenta que devemos estar preparados para reconhecer a incerteza de nossas crenças. Quando especialistas em determinado campo não concordam, nos diz ele, a opinião contrária não está certa; quando não estão de acordo, nenhuma opinião está certa; e quando dizem que as bases são insuficientes para qualquer opinião assertiva, é melhor suspender o julgamento. Essas máximas são excelentes, porém o hábito da reserva intelectual que elas personificam está longe da paixão demonstrada por Russell no seu papel de reformador. Um cético em sua teoria do conhecimento, ele tinha uma abordagem ingênua e crédula das questões humanas. Quando seus instintos reformistas surgiram, ele abraçou as esperanças políticas convencionais e os esquemas de sua época com fervor missionário rigoroso.
RESENHA
“Essas proposições podem parecer moderadas; no entanto, se aceitas, revolucionariam de modo absoluto a vida humana.” Com essas palavras Bertrand Russell introduz este livro verdadeiramente ousado. Para ele – que foi, junto a Sartre, o maior filósofo do século XX –, não era uma contradição se declarar cético e ao mesmo tempo acreditar que a razão pudesse transformar a vida humana. O resultado é esta coletânea de ensaios, a maioria dos quais escritos nos anos 1920, sobre assuntos que continuam no furacão das polêmicas: o perigo das guerras doutrinárias, a busca pela felicidade, a questão liberdade versus autoridade na educação, entre outros. Neste conjunto de textos que o filósofo John Gray afirma serem “alguns dos mais bonitos e interessantes ensaios escritos da língua inglesa”, Russell aponta uma luz no fim do túnel: a inteligência como único remédio capaz de sanar as doenças de que o mundo sofre.

Ensaios / Filosofia / Literatura Estrangeira

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Breve nota de leitura
on 5/5/10


Fui lendo os ensaios desse livro ao longo de muitos anos. Em todos esses diferentes momentos, o pensamento claro de Russell foi de alguma utilidade para mim. Os primeiros ensaios do livro são os mais importantes e consistentes do ponto de vista filosófico. Vale releitura para considerar o sentido de ciência, racionalismo, ceticismo. Nos últimos ensaios, ele se propõe algumas previsões sobre o futuro da sociedade e acaba falando algumas maluquices, apesar de fazer algumas idealizações... leia mais

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