A vida é cheia de altos e baixos, e Abby Montenegro, mais do que ninguém. Ela é uma aspirante a pintora de vinte e dois anos. Roxie, uma poetisa da mesma idade e de coração maltratado pela vida, distante dos poemas. Até o ponto de se conhecerem, ambas vivem aparentemente de cada lado de um planeta em forma de muro: o destino.
Um acidente de carro mata Evelin, mãe de Abby, no dia em que esta recebe a carta de admissão para o curso de belas artes da universidade de Montenegro, uma ilha no litoral sul do país. Intensamente fragilizada, esta experimenta dias de depressão e solidão até que reúne forças para seguir adiante, impulsionada pelo conforto das palavras do Sr. Manson, o seu novo inquilino.
Enquanto o destino se apresenta em fragmentos do acaso, trazendo Roxie para a vida de Abby, esta beira o desespero sentido ser maior o seu fracasso. Junto com Ângelo, ambas atravessam confusões sentimentais, um triângulo amoroso entre amigos e a bagagem sentimental e dolorosa até chegar num ponto crítico onde a paixão é inevitável. Uma inconscientemente a outra nem tanto, ambas descobrem juntas a paixão verdadeira metaforizada nas flores dos miosótis que brotam no jardim do Monte Negro. Tais flores, cujo significado “não se esqueça de mim”, são o pedido ao qual responde a promessa gravada na mais bela tela de Abby quando a vida traz um baque profundo na relação das duas, subitamente atirada ao risco da extinção por mãos do destino.
Agora talvez tudo seja realmente passado. Emoldurada por bastante poesia, Azul Miosótico retrata o lado mais sublime de um amor fraternal e verdadeiro diante da descoberta narrada por Abby em suas reflexões: “Nosso sentimento era de um tom azul. Um azul quase…miosótico”.