Agüero. Em espanhol, pode significar mau presságio ou bons auspícios. É entre estes dois sentidos que oscila a narrativa de AS IRMÃS AGÜERO, segundo romance da cubana Cristina García. Em um universo fictício, no qual eventos fantásticos são normais e se misturam à realidade política de um país próximo do caos, o livro relata a história de duas irmãs separadas há mais de três décadas, mas ligadas pelos segredos e mentiras de seus pais, envolvidas por um mito familiar lentamente desconstruído.
Reina, 48 anos, eletricista, é uma filha devotada da revolución. Fria e competente no serviço — ela é chamada de Compañera Amazona pelos seus colegas — e fogosa nas horas vagas, ela mora em Cuba em um apartamento modesto que foi de seus pais e agora abriga outras sete famílias. Constancia, 51, vive nos Estados Unidos e se transformou em uma mulher de negócios, um gênio na venda de cosméticos. Ela monta um negócio bem-sucedido, enquanto o marido se envolve numa organização anti-revolucionária. Reina só acredita naquilo que pode perceber com seus cinco sentidos; Constancia acredita nos milagres que surgem dos desastres. Reina vive cercada pelas quinquilharias do pai, únicas lembranças tangíveis de sua infância; Constancia herdou apenas uma incrível semelhança com a mãe, que ela carrega como se fosse uma máscara indesejada.
As vidas das duas irmãs são conduzidas e interligadas por vozes do passado: a do pai, Ignacio, um naturalista dedicado à catalogação de espécies em extinção; e a da mãe, Blanca, uma mulher misteriosa e bela, pivô de uma tragédia. Memórias que reaproximam as duas na busca de uma justificativa para o fato de terem sido abandonadas. Durante esse percurso doloroso, elas desvelam uma história de paixões e desejos que definiu as diferenças entre elas e moldou suas semelhanças.
Cristina García nasceu em Havana e, aos três anos, seus pais mudaram-se para Nova York, onde ela foi criada. Seu primeiro romance, Sonhos cubanos, recebeu o National Book Award.
"Uma emocionante visão sobre Cuba e os cubanos na década de 1990." — The New York Times