A diretora recém-contratada para administrar um asilo chega acompanhada da filha, uma menina sensível e observadora. Entre a saudade do que ficou para trás e o espanto com o que encontra pela frente, a criança tenta compreender a nova realidade registrando suas dúvidas, percepções e expectativas em um Caderno de Teorias. O cotidiano na instituição, a relação com os idosos e o olhar infantil sobre a velhice preenchem as páginas e os dias.
Lá estão a cadeirante obcecada por organização, que não tem um pingo de paciência com a idosa amalucada que reinventa o passado e não se separa da boneca; a elegante professora aposentada que trava com o militar sabichão uma disputa de conhecimentos gerais; o botânico que conversa com as plantas numa língua que ele mesmo inventou; uma ex-vedete que troca de peruca várias vezes ao dia, para que a cor dos cabelos sempre combine com seu estado de espírito, e um japonês tarado que embaraça a esposa ao arrancar a roupa nas piores circunstâncias.
Ao aprender e ensinar, sofrer e crescer, inventar e descobrir, a menina recria a própria realidade, modifica o lar de velhos e transforma o leitor.