Na graphic novel “O Lobo do Centeio” a autora retoma a tradicional lenda do lobisomem. Escolheu, nesta releitura, manter alguns dos elementos comumente associados à famosa narrativa, como a sua ligação com o gênero masculino e a influência da Lua cheia, e simultaneamente adicionar trechos existentes em versões arcaicas que, por uma ou outra razão, não permanece-ram no imaginário contemporâneo.
Exemplos desses trechos são a menção ao Lobo de Gevaudan e à influência maligna do grão de centeio. A primeira diz respeito a uma fera de proporções mitológicas que teria aterrorizado uma pequena aldeia francesa de 1764 a 1767 e a segunda a um dito popular que associa o grão ao nascimento do monstro.
Mesclando essas fontes, O lobo do centeio enfoca o medo da natureza e do desconhecido, temas intimamente ligados à condição humana, independente de tempo ou local.