Em sua primeira aventura, Eduardo Savigny tem dez anos e meses, e seus pais são vendedores que mudam de residência constantemente em decorrência da profissão. Além dos pais, após a morte dos avós, ele não tem outros parentes e nem amigos. Seus pais cercam-no de regras, deixando-o sozinho em casa, com o cachorro, enquanto trabalham, até retornarem, proibindo-o de sair, comunicar-se com estranhos ou até mesmo abrir as janelas.
Certo dia, após mudarem para a casa número 11, numa cidade interiorana, durante uma das viagens de trabalho, seus pais encontram a morte pelas mãos de Rufus, um homem cruel, que, estuprando e matando, elimina todos os que se colocam em seu caminho, utilizando um rifle de cano duplo. Eduardo, sem saber disso, permanecendo sozinho, na casa, alimenta todo tipo de fantasia, por dias seguidos, tendo como companhia e comunicando-se com “pessoas e seres”, que sua paranormalidade ainda infantil lhe apresenta.
Entre todas as suas dúvidas, pelo retorno ou não dos pais, ao lado do inseparável cão e dos livros de fantasia pelos quais é apaixonado, mantendo-se fiel ao juramento de não sair porta afora, nem por um minuto, em meio à escassez de alimento, Eduardo descobrirá, junto com os “espíritos, miragens e os vultos”, o modo secreto para vencer o inimigo Rufus, o assassino do cano duplo, que imaginando capturar Eduardo e tudo o mais que existir na casa, não hesitará em destruir todos os seus obstáculos.
Alertado pelos “espíritos, miragens e vultos”, Eduardo prepara a defesa da casa, para enfrentar algo que nem sabe o que é, como é e nem quando irá ocorrer. Mas ele e os seus parceiros espirituais deverão ser rápidos; pois o mal, personificado na figura do assassino, se aproxima a passos largos das cercas da casa da estufa, a CASA NÚMERO 11, o lugar onde Eduardo Savigny descobriu-se para o mundo espiritual.