Palavras Pedem Passagem

Palavras Pedem Passagem Angela Ramalho


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A respeito deste livro poderíamos dizer que é um livro ousado, cuja autora contraria Vinícius de Moraes e discorda de Fernando Pessoa. Ao leitor compete tirar suas conclusões. Mas também é um livro político, de cordel, auto-biográfico, de reflexões sobre a vida, filosófico, de recordações, ecológico, de apego às raízes, religioso, humorístico, de questionamentos, de apologia à liberdade e predominantemente romântico. Enfim: é um livro de poesias!
Analisa qualidades da esquerda, homenageia pessoas (o pai, o filho, às mulheres em geral e até a sexta-feira, dia que prenuncia o final de semana). Resgata as origens da autora, através do cordel. Revela traços de sua personalidade e identidade, identificando suas necessidades enquanto pessoa, se reciclando, analisando sua rotina, recriando-se nas madrugadas, aceitando-se na maturidade e buscando entender a dualidade entre a razão e a emoção.
Traz ainda reflexões sobre a vida, os movimentos (idas e vindas) e a beleza de se viver. Comenta passagens tristes, vividas pela autora ou acontecimentos do dia a dia. É um livro filosófico, portanto, onde a palavra (um dia) sobreviverá à pessoa.
Traz à tona recordações: do casarão cujas lembranças ainda doem, daquelas guardadas na caixinha, “como um tesouro”, das pessoas que se foram e até daquelas que “passaram batido”, aborda questões ecológicas e ambientais, registra o amor a uma cidade.
Há momentos de fé e religiosidade, onde a autora se orienta com Deus, agradece por um amor, por uma graça recebida e nos faz ver a páscoa, além dos chocolates.
De humor irreverente, a autora ri de sua solteirice, da própria idade, da sua disponibilidade em viver uma nova paixão. Procura urgente um “cobertor de orelhas”, inspira-se em gatos de louça, quer achar tudo o que perdeu e finaliza colocando à venda seu coração.
Questiona sobre o que escrever no papel em branco, sobre o que é mais importante: escrever ou amar e reflete sobre algumas indecisões que ficaram perdidas no tempo.
Como autêntica sagitariana, a autora se coloca “livre, leve e solta” em poemas que abordam a época de juventude. Depois, já na idade madura, retrata com simplicidade uma tarde em que resolveu “andar à toa” usando um vestido amarelo.
Predominantemente, fala sobre o amor. De quem quer um amor e se prepara para recebê-lo. Ele pode chegar a qualquer momento, até num dia de frio.
E finalmente, é um livro de poesias. Trata da magia de compor poemas, do nascimento de um poema, de compartilhá-los pela net. Da generosidade da autora em dividir a co-autoria de seus poemas com os leitores. Um livro em que ela briga com o vento, que “ousa” roubar seus poemas. Um livro de quem semeia a boa palavra, de quem escreve de barriga vazia, de quem sofre por amor e ainda acha bom, pois acredita que isso rende bons poemas. Um livro que trata da solidão dos poetas nas madrugadas e finaliza dizendo que “tudo isso só se faz quando se gosta”.
Não. Aqui discordamos da poetisa. Tudo isso se faz quando se gosta e quando se tem talento para dar passagem à tantas e tão significativas experiências de vida.

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Angela
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13/04/2013 18:21:39

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