'Um Morto na Minha Cama', de Gilmar Duarte Rocha, resgata a essência da farsa, gênero literário onde predomina o tom cômico e satírico, e que recorre, via de regra, ao absurdo, aos equívocos, ao quid pro quo, à caricatura, às situações ridículas. A farsa visa ainda a subversão de valores da ordem institucional estabelecida, fazendo com que este gênero tenha grande atratividade junto às classes populares. O caráter cinematográfico, que permeia toda a história e que não é novidade em obras desse estilo, é reforçado por pitadas de elementos modernistas e o uso abundante de personagens de diferentes naipes. Ao navegar pelas páginas de 'Um Morto na Minha Cama', o leitor, desprendido de petulância literária e amante de uma boa história, certamente prenderá a respiração e terá a avidez para conhecer a consecução de todo o enredo.