Uma Pseudopoesia que de pseudo não tem nada.
Uma obra que nos convida a um passeio pelo mundo idealizado dos escritores – regado a vinho, charuto, amargura e muita, mas muita, melancolia.
Nela, a busca pelo equilíbrio, pelo amor e pelo verso perfeito é constante. E, assim, já em seu livro de estreia, a poesia utópica e inquieta deste jovem poeta cruza fronteiras e nos leva à Montauk, à Brasilia e às longínquas terras lusitanas em Teu, somente teu. Além de quebrar a barreira da língua portuguesa nos suntuosos versos em inglês que dão vida à Nevermore.
Dentre as várias musas, a Hannah, a Carol e – pasmemos! – a gramática, tópico recorrente em Saudade, Sintaxe e Páginas desfeitas.
Tributos também não faltam. Primeiro a Álvaro de Campos, em Confissão; depois a Miguel de Cervantes, em Dom Quixote e, por último, a um amigo de quatro patas que parece fazer muita falta em Adeus a um amigo.
Funeral se destaca pelo estilo cordel. E, nas últimas páginas, em Confissão II, somos agraciados com uma prosa que se prova igualmente bela, e que nos faz desejar que este seja apenas o primeiro dos muitos volumes de cantos de Alves Rosa.
Por Nicole Rodrigues