No século XVII, o amor, na França, é um senhor magnificamente vestido, que avança pelos salões, precedido por uma música grave. Desta maneira, permanece perfeitamente nobre, com uma ternura refletida, com uma alegria honesta.
No século XVIII, o amor é um velhaco que se desalinha. Ama como ri, pelo prazer de amar e de rir, tratando as mulheres como deuasa boas. Um alento de volúpia percorre a sociedade inteira: época adorável em que a carne era rainha.
No século XIX, o amor é um rapaz comportado, correto como um notário, recebendo rendas do Estado. A política ocupa-o, os negócios tomam-lhe o dia. Quanto a suas noites, ele as entrega ao vício prático, a uma amante que ele paga ou a uma mulher legítima que o paga.
Assim é o amor heróico so século XVII, o amor sensual do século XVIII, tornou-se o amor positivo que é tratado como uma ação na bolsa.