Jorge Fazenda Lourenço, tradutor de e.e. cummings, explica na publicação 'A Phala' (nº25), que se procurou em 'xix poemas' dar um outro lado (o outro?) desse mesmo poeta, muito mais complexo que as manuais produções académicoconcretas e, valha a expressão (que pouco já significa), muito mais poético - um cummings extraordinariamente consciente da sua língua, das suas raízes e tradições literárias transcontinentais, com uma surpreendente capacidade retórica, e muito mais culto do que aparece a distraídos olhos, brincando, sim, a esse jogo tão difícil e arriscado que consiste em retirar à hipocrisia da linguagem o manto diáfano que a protege da fria ingenuidade. Que o poeta o tenha conseguido, melhor ou pior, importa; mas importa mais que o tenha experimentado (para que se leia sem ter que o repetir).