América Púrpura

O livro narra a história dos Raitliffe. O pai, Allen, é um ex-militar envolvido com armas atômicas, que fica rico com mineração, antes de morrer prematuramente. A mãe, Billie, sofre de esclerose múltipla, tornando-se isolada do mundo por uma paralisia total. E o filho, Hex, um gago obviamente nervoso com tendências ao alcoolismo, cuida relutantemente da mãe em seus momentos mais dolorosos e difíceis, logo após ela ser abandonada pelo segundo marido. A abertura do livro, escrita em um único fôlego, diz mais sobre o sofrimento dos paralíticos e de sua família do que toda a literatura escrita até agora.



Em uma linguagem densa e envolvente, mergulhamos nas grandezas e mesquinharias de cada um: Hex, esmigalhado por sua revolta, mediocridade e timidez, a mãe, na perplexidade da eterna imobilidade; e o passado de todos, cheio de brilho e de felicidade. Um retrato agudo dos sentimentos humanos numa cidadezinha do interior, assombrada por um acidente numa usina nuclear que ameaça contaminar toda a região. A desintegração das relações humanas caminha lado a lado com a desintegração do átomo. Autodestruição e destruição em massa não estão isoladas nesta América de brilho radioativo.



América púrpura é um romance pleno de emoção, onde os sentimentos mais ternos convivem com a Morte e com o desejo da Morte.