As Plantas Crescem Latindo

As Plantas Crescem Latindo Helder Herik


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As Plantas Crescem Latindo





Segundo livro de Helder Herik, AS PLANTAS CRESCEM LATINDO apresenta um apanhado lírico das descobertas da infância: os heróis e os algozes. O crescimento e o descortinar do mundo; além da Gervásio Pires, rua onde o poeta passou a infância. Mostra um link entre a linguagem da criança (aprendida com os avós) e a linguagem do homem pós-moderno (adquirida pelos MSN e Twitter).

O livro está dividido em nove partes. Começando com os poemas curtos (alguns curtíssimos) que refletem a linguagem das novas mídias, presentes na série Que Twitter Comeu a Sua Língua? “Na raiva/ o nariz venta”. Passando por pequenas ‘estórias’ do mundo contemporâneo, na série Quem me Contou Foi Quem me Diria. “No futuro/a mãe nem precisará engravidar/bastará abrir a geladeira e descongelar um filho no micro-ondas”. Já o apanhado A poesia Pariu a Filosofia traz poemas que questionam a lógica do mundo e ao mesmo tempo sugere que o ilogismo, por vezes, é até mais bonito e confortante do que as respostas filosóficas. “A vitória-régia/flora estádios de futebol”. A série Os Tapetes Coam Poeiras traz uma releitura da história, do poeta e do mundo, mostrando que os valores de ambos são mutáveis, igual o rio de Heráclito. “Ela era geniosa demais pra mim/eu era genial demais pra nós”. A série Dislexia mostra a dificuldade que o autor encontra de compreender a si mesmo, de fazer uma leitura razoável de sua identidade menino-adolescente-adulto-poeta-trabalhador-humano. “Às vezes as coisas não são importantes/quando quero”. Já os Poemas de Pilha abordam o fazer literário. “Quando eu escrevo/eu desescrevo/se escrevo com cara de gente/depois eu aleijo dos membros/da cara maquiada/do barrigão de Jorge Amado/e deixo só um talinho de feto/de fato”. Contingente faz a sinopse, numa sociologia burlesca, dos perfis humanos encontrados em nossa época, não fugindo muito dos perfis encontrados em outras, o que reforça a teoria do Eterno Retorno, pregada por Friedrich Nietzsche. “Tem gente que conta aos amigos/a distância do pescoço/ao umbigo”. A antologia Preces resgata alguns dos santos que povoaram a infância do autor. “A vela acesa para/Nossa Senhora/a chama tremendo com a voz da Avó/[esse menino cega a gente minha Santa]”. E, por fim, a série (a mais significativa para o poeta) Desenterrando Sapos onde emergem as figuras totêmicas de seus Avós. “À noitinha/quando íamos respirar o sereno/o Avô/fazia um teatro:/afeava a cara e batia na testa/ ‘como sou bobo/olha só onde a prata/foi parar’/e apontava para a lua cheia”. “O beija-flor tomava a garapa/que a Avó/punha no muro/um dia o gato acertou o beija-flor/e a Avó atirou o pau no gato”. O Avô-rei que o ensinou cortar as unhas, sem medo que elas não crescessem mais e a Avó-rainha que o ensinou que AS PLANTAS CRESCEM LATINDO.


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Helder Herik
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08/11/2009 11:19:58

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