Resenhas - Ensaio Sobre a Cegueira

Cicero 06/03/2024

Que experiência!
A princípio confesso que houve uma dificuldade de adaptação com esse estilo de escrita, não tava habituado. Mas com o passar das páginas e o surgimento de cada vivência, essa leitura se torna uma imersão profunda na história. Incrível demais ler e se sentir lá, com todos os sentidos aguçados, percebendo e captando cada detalhe lido. Parabéns Saramago! Foi maravilhoso 'viver' essa experiência.

thiaguinholeitor 06/03/2024

Qual é o nosso limite? Ou ele existe ?
Esse livro me tocou bastante, com certeza é um dos melhores livros que já li. Eu acompanhei momentos agoniantes e tenebrosos, que me fizeram ficar indignado com o escritor, pensamentos do tipo: como é possível o cara escrever isso?
Mas, a verdade é que essa é a mais pura realidade da natureza humana: violenta, brutal e sobrevivente. Em Ensaio sobre a cegueira, José Saramago reseta a essência humana e nos ensina como o Homo Sapiens evoluiu. Com Saramago eu aprendi que o ser humano é extremamente vulnerável, pois desde então já se passaram anos e anos de evolução social e tecnológica, todavia, tudo isso pode ser posto em cheque facilmente. Logo, do que adianta tanta evolução, afinal?

mmoarasousa 05/03/2024

Esse livro consegue passar toda a aflição que o autor quis transmitir, confesso que em alguns momentos quis fechar o livro de tanta agonia. Têm alguns temas que podem ser sensíveis para algumas pessoas mas olhando como um todo, tudo se interliga à premissa do livro. Demorei mais do que eu tinha estipulado para terminar essa leitura, talvez por causa da linguagem muito rebuscada, mas ainda bem que não abandonei porquê é um livro que valeu muitíssimo a pena!

Thaís Dias 03/03/2024

Caos
Difícil imaginar como agir se algo desse vulto recai sobre você. Mesmo lendo as descrições, creio que a imaginação não consegue chegar ao caos que realmente seria. Como será a reconstrução de tudo quando eles voltam a ver ?

Milena.Bessan 03/03/2024

O livro "Ensaio sobre a cegueira" do renomado autor José Saramago mergulha os leitores em uma trama envolvente e angustiante, onde um motorista parado em um sinal de trânsito repentinamente se vê atingido por uma cegueira súbita e branca. Esse incidente inicial desencadeia uma epidemia que se propaga descontroladamente, forçando os afetados a enfrentarem a escuridão que se instala em suas vidas.

A narrativa se desenrola com os personagens, agora cegos, sendo colocados em quarentena, onde a trama explora a essência humana quando privada da visão. Saramago utiliza a cegueira como metáfora para explorar a condição humana, levando os personagens a uma jornada sombria e introspectiva. A obra ressoa com a responsabilidade de possuir a visão quando outros a perderam, enfatizando a importância da empatia e compaixão.

O autor tece uma imagem aterradora e comovente de tempos obscuros, conectando-se a grandes visionários modernos como Franz Kafka e Elias Canetti. Saramago transcende as barreiras da narrativa convencional, desafiando os leitores a refletirem sobre a condição humana, a perda da lucidez e a busca pela essência perdida.

Ao cruzar literatura e sabedoria, o autor convida os leitores a uma experiência imaginativa única, onde a pausa, o fechamento dos olhos e a observação interior se tornam imperativos. A recuperação da lucidez e o resgate do afeto emergem como tarefas essenciais tanto para o escritor quanto para cada leitor diante das pressões temporais e das perdas vivenciadas. Essa obra poderosa e reflexiva não apenas oferece uma narrativa envolvente, mas também desafia a percebermos a profundidade da condição humana e a importância de mantermos a compreensão e a humanidade em tempos adversos.

Tamires 03/03/2024

Pesado
Uma epidemia faz com que, de repente, todas as pessoas fiquem cegas. Aos poucos, a gente acompanha o caos se instalando.

Essa é a premissa dessa história. O autor escolheu um estilo de escrita tão incômodo quando o enredo que criou. O texto não divide diálogos, sem travessões ou aspas. Os personagens não têm nome. Tudo é narrado de modo atravessado e apressado. É muito difícil de ler. Mas acho que faz parte da experiência.

Nesse livro a gente começa a ver como adversidades, situações extremas podem transformar humanos em animais guiados somente pelo instinto de sobrevivência. É pesado ver o que pessoas que se consideravam sensatas e civilizadas são capazes para sobreviver.

É difícil.
Pesado
Mas vale demais o esforço.

Alana 03/03/2024

Já conhecia a premissa da história, mas não imaginava o quão brutal ela era; me deixou desconfortável em diversos momentos. Não é uma leitura fácil; é uma história perturbadora e repugnante. Saramago explora a essência do ser humano submetido a uma situação extrema, revelando o que resta quando nada mais resta - nem convenções sociais, nem valores, nem mesmo o próprio nome.

Teus 02/03/2024

Uma das leituras mais imersivas que ja tive, agonizei com cada personagem naquele hospital, houve momentos que precisei parar de ler por nao conter as lágrimas. Pesado, mas vale mttt a pena.

Karen580 01/03/2024

Em resumo: o ser humano é horrível :)
A premissa do livro me pegou muito e tinha altas expectativas. não foram todas alcançadas, mas foi uma leitura boa. pesada, triste e nojenta, mas boa.

o livro trabalha muito bem a premissa e parece assustadoramente real o cenário de que, de uma hora pra outra, todo o mundo fique cego. confesso que do meio pro final a história perde muito o ritmo e até o apelo, chega a ser maçante. tanto que o final não satisfaz. fiquei triste porque no começo parecia que ia ser incrível, mas decepcionou.

as falas em meio à vírgula foram confusas no começo, mas acho que faz parte da imersão na cegueira.

Heloisa 29/02/2024

Nem eu nem nós - todos somos cegos
Acabei de ler ?Ensaio sobre a Cegueira?, e finalmente respirei!
A reação está sendo digerida, e não vai ter chá de boldo que ajude nessa digestão. O peso da cegueira nessa obra é apresentado sem qualquer pudor.
Experimentar uma leitura como essa é impressionante em vários aspectos. Primeiro que Saramago tem uma escrita muito própria, não importa se a gramática diz que tem que ter um travessão depois dos dois pontos, Saramago vai lá e subverte. Nossa língua portuguesa, viva e grandiosa flui de tal forma que nada pode atrapalhar sua ordem.
Depois de superada a impressão diante da forma, ler Saramago é um desafio, a cegueira vai se apossando de cada personagem como uma onda, e não conseguimos conexão com nada, é aleatória? É proposital? Até que em dado momento, não importa porquê se tornaram cegos.
A saga da cegueira começa com o ?primeiro homem?, passa para o ladrão, depois para a prostituta, o taxista, a atendente do consultório, e por aí a diante. Saramago não poupa ninguém dentro da epidemia que criou.
Minha experiência com essa leitura me lembrou o livro ?A Metamorfose?: O homem é reduzido a um inseto, julgado e condenado sem qualquer apelação. Os cegos perdem suas identidades, ninguém tem um nome, o primeiro infectado é chamado de ?o primeiro homem?, o Adão do novo mundo.
Os cegos perdem a liberdade e a dignidade. Tornam-se primitivos por esta perspectiva vivem pelo primordial, guiados pela fome e pela sede, o que me lembrou, com os devidos recortes, ?A Guerra do Fogo? e ?Prometeu Acorrentado?.
O grotesco encontra com Pandora! Não é um livro fácil. A única personagem que enxerga é a mulher do médico, e por que? Minha opinião é que os olhos dessa personagem são as janela para os olhos do leitor, éramos nós que víamos a podridão do homem, onde nem nossos santos estariam olhando por nós.
?E se todos ficassem cegos?? - Não estamos cegos? Saramago foi genial!

litterbox 29/02/2024

Extremamente difícil de digerir, levei quase um mês pra terminar pq não tive estômago para algumas cenas. eu já tenho pouquíssima, quase nenhuma, fé na bondade humana então esse livro meio que me provou muitos pontos. a cada situação grave que acontecia você pensava ?não tem como ficar pior?, mas ia lá o ser humano e deixava pior ainda. esse livro é daqueles que, apesar de genial em sua construção, só uma leitura basta na vida. ?

isaliravieira 29/02/2024

Amei, amei, amei
Demorei para ler, porque é uma leitura complexa e digna de tempo. José Saramago brinca com as palavras, com os sentimentos, com a angústia e com a esperança. A obra em si te prende e te choca do início ao fim e nos mostra quão vulnerável e frágil nossa humanidade é! Foi com certeza uma das experiências literárias mais intrigantes e reflexivas que já vivenciei, recomendo a todos (guardarei com muito carinho cada um dos personagens desse livro).

cajusznha 29/02/2024

Demore uma eternidadeeee pra conseguir terminar esse mas valeu a pena. no início pensei que teria algum plot uma coisa chocante sei lá, mas acho que a realidade foi bem melhor e até um pouco cruel

Jimsalabin 29/02/2024

Não leia esse livro
Se você é a favor da desinformação, alienação, fake news, generalização, preconceito, estereótipos, egoísmo, extremismo, comodismo, etc
Não leia esse livro

Se você é contra a lucidez, reflexão, pensamento crítico, desenvolvimento, melhoria de caráter, união, etc
Não leia esse livro

(IRONIA)

Brincadeiras a parte, essa obra é tudo o que o ser humano se nega a ver
Você tem que ter estômago forte pra ler
Saber desde já que não vai ser uma leitura fácil
Que durante você vai perceber o quão errado e sujo nós somos
Mas é necessário
Reconhecer que está cego é o primeiro passo para enxergar

Rafa 29/02/2024

Sempre tive um preconceito com Saramago por conta do drama com o Cabral de Melo Neto pelo Nobel, que se intensificou mais ainda com a TENTATIVA de leitura de Memorial no Convento, mas ele me surpreendeu demais nesse livro e de varias formas.

Peguei ele pra ler por conta de um clube do livro e eu jurei que não conseguiría ler todo (e que não gostaria) pelo formato blocado que o livro tem, já que tenho muita dificuldade com livros que não seguem o padrão de diálogos por travessoes, mas foi surpreendente a forma com que essa leitura foi fluída, amei demais e com certeza já é um favorito. Em questão de literatura além da escrita, também achei sensacional a quantidade de temas que ele trata mesmo sendo escrito em 1995, e a quantidade de interpretacoes que a gente pode ter sobre essa cegueira, mas que obvio que pelo contexto nosso de pós pandemia não CONSEGUIMOS escapar do viés literal de pandemia, simplesmente sensacional do inicio ao fim.