spoiler visualizarAna Luiza 14/09/2011
Para quem gosta de livro de vampiros...
O livro O Ano dos Desaparecimentos, de Susan Hubbard da editora Novo Século, tem de tudo um pouco: vampiros, magia (jamaicana), romance, mistério, segredos e garotas desaparecidas. Se você gosta dos itens citados anteriormente , ou simplesmente é apaixonado por historias vampiresca (como eu) este é um livro que você tem que ler.
Primeiramente tenho que dizer que amei a capa , e foi o que me fez comprar esse livro, além da sinopse.
Para quem não sabe, este livro é a continuação de "A Sociedade do S", só que nada na capa indica isso. Só fui descobrir quando estava no site oficial da autora, mas felizmente dá para entender a historia mesmo sem ter lido o livro anterior.
Ari é uma mestiça muito inteligente, foi criada pelo pai (de quem ela sente muita falta) em meio a livros e estudos profundos em diversos campos. Com um intelecto mais desenvolvido que muitos adultos (humanos e vampiros), Ari é uma garota totalmente precoce, mesmo com 14 anos ela pode discutir de ciência a filosofia com qualquer pessoa.
Ela tem uma paixão por estrelas, mas nada a encanta mais do que os humanos. Criaturas frágeis e macias, que vivem a merce de seus desejos e vontades, que não pregam absolutamente nenhuma logica em sua vivencia. Acostumada com os vampiros, ela se perde nos pensamentos confusos e nos mistérios das relações sociais dos mortais. Apesar de um comportamento adulto, de vez em quando Ari tende a se comportar de acordo com a sua idade, o que proporciona momentos sublimes a historia.
"Meu pai me mandou uma carta no qual falava sobre a faculdade de um modo mais geral.[...]
E então, ele escreveu: "Falando em fogo, é melhor que você e sua mãe queimem minhas cartas. Com tantos policias por perto, é melhor que eu continue morto".
Respondi com uma longa descrição de Hillhouse. [...] E, finalmente escrevi: "Sentimos sua falta"
Mas depois que fechei a carta, pensei de novo. Se eu mandasse aquilo, ele se sentiria seguro que estava tudo bem em Sassa. E não estava.
Destruí a primeira carta e escrevi uma nova. Ela começava assim: "Querido pai, eu estou aprendendo a fumar cigarros.". [...] Mencionei que hipnotizei um garoto local que estava sendo questionado sobre o desaparecimento de uma amiga. Pensei em escrever que mamãe estava flertando com atendentes de bares, mas isso me pareceu crueldade, então, eu simplesmente disse: "Mamãe e Dashay estão com tendências a chorar no meio da noite". E terminei com : "Sim, vamos queimar suas cartas. É realmente uma benção que você não esteja aqui". "
Pg 113 e 114
Quando Ari começa a realmente se integrar na sociedade humana, ela percebe que o mundo não é do jeito que ela pensava.
Ao longo do livro Ari vai conseguindo se libertar da criação que teve e de seus pais. Ela começa a formar sua próprias opiniões e quebrar a bolha onde sempre viveu. O que mais a intriga é os desaparecimentos dos humanos, cada vez mais comuns e misteriosos.
Enfim, ela entende que mais cedo ou mais tarde vai ter que escolher: os humanos ou os vampiros? E se ela escolhesse os vampiros, teria que escolher entre:
Os Sanguinistas, que querem que mortais e humanos lado a lado.
Os colonistas, que são a favor da extinção dos humanos.
Ou ela ficaria do lado dos Nebulistas, que acreditam que a extinção da raça humana é inevitável e que estão usando um método nada tradicional para salvar o planeta.
Um narrativa intrigante e criativa, que usa a ficção para ilustrar um pouco da realidade.
Me despeço com as perguntas que a própria personagem Ari nos faz no final da historia:
"Você está confortável com os valores que sua sociedade tanto preza? Quando foi a última vez que olhou no fundo dos seus proprios olhos? Você conhece as limitações da sua visão?" Ariella Montero
Espero que gostem do livro,
La Mademoiselle