Li 12/10/2013DESAFIO LITERÁRIO 2013 - OUTUBRO - HISTÓRIAS DE SUPERAÇÃO / DESAFIO DESAFIANTE - LIVRO NACIONALSinopse: No tom coloquial próprio dos jovens, Valéria Polizzi relata com bom humor e descontração as farras com a turma de amigos, a dúvida entre "ficar" ou namorar, o despertar da sexualidade, a angústia diante do vestibular e muitas coisas que atormentam qualquer adolescente. Tudo isso seria perfeitamente natural se não fosse por um pequeno detalhe que iria fazer uma enorme diferença: Valéria contraiu AIDS aos 16 anos.
A autora mostra como, de repente, por causa de quatro letrinhas, sua vida passou por uma reavaliação radical. Ela expõe, sem meias palavras, como a doença mexeu com sua cabeça e com os seus sentimentos, ficando claro a sua resolução de preservar sua condição de ser humano a qualquer custo.
Tinha vontade de ler este livro na adolescência. Depois me esqueci dele, e como acabei criando uma aversão à qualquer coisa que tivesse doenças pelo meio, não era bem uma opção de leitura. Sou meio hipocondríaca, então leio e começo a sentir os sintomas, simples assim, então é melhor ficar no escuro! Rs
Quando vi que o tema do mês era histórias de superação, pensei logo "ahhh, o que faço?! Vou acabar não lendo nada", mas aí lembrei do livro de Valéria. Como eu já sabia que a leitura não era pesada e precisava ler pelo menos um livro, escolhi ele mesmo.
Não me arrependi. Quase morri de nervoso em algumas horas, mas não pensei em desistir da leitura, (sei que minha neurose é meio boba, mas cada um com a sua...) apesar do estilo da autora não ter me agradado (bom, primeiro livro, né, a pessoa se aperfeiçoa com o tempo). O livro vale pelo conteúdo.
Se todo mundo que é basicamente saudável fizesse tudo que Valéria já fez sendo soropositiva... Tudo bem, ela teve a sorte de nascer dentro de uma família com condições de tratar sua doença direito, apoio, coisa que muita gente não tem, mas isso não tira o mérito dela de, mesmo querendo desistir algumas vezes, não parar de lutar.
Ter uma doença dessas deve ser extremamente cansativo, principalmente quando se sabe da inexistência da cura e o preconceito ainda é muito grande... Cansativo física e psicologicamente.
"Eu queria ver só a cara dela. Que ignorância! Bem, quem sabe daqui a uns vinte anos ela aprenda e faça como o meu dentista, que quando lhe perguntei "eu sou portadora do HIV, você me atende?", "claro", ele respondeu, "eu só vou tomar algumas precauções. Mas fique sabendo que essas precauções eu tomo com qualquer pessoa. Você me avisou que tem HIV, só que pode ser que outros não me avisem, uns porque não avisam mesmo, outros porque nem sabem que estão contaminados. Por isso, eu tomo precaução com qualquer cliente".
Que palavra bonita: PRECAUÇÃO, bem diferente de PRECONCEITO, e bem mais segura!"
Valéria foi bem corajosa de escrever sobre a própria história e mostrar que viver com AIDS é ruim sim (para ninguém pensar que ela trata a doença de forma desdenhosa no livro) que qualquer um pode pegá-la na mais banal das situações, mas que, tendo coragem, paciência e apoio, da família, de bons profissionais, dos amigos e com tratamento adequado, é possível viver com ela, e por muito tempo. Valéria recebeu o diagnóstico com 18 anos, hoje está na faixa dos 40.
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http://desafioliterariobyrg.blogspot.com.br/