spoiler visualizarAmanda1350 01/03/2024
Um sonho febril, visceral e surreal.
Elektra Assassina é ao mesmo tempo uma história de origem, um thriller noir, uma sátira política e uma história de ninja(???). O primeiro capítulo é o mais focado na Elektra, contando como ela chegou na situação em que está, e qual sua história de origem, sua relação com o Tentáculo, e mostrando o principal antagonista da história, a Besta. Depois disso, a narrativa muda de foco, e a Elektra se torna uma personagem secundária na sua própria história, o protagonista aqui é um agente ciborgue de índole duvidosa da SHIELD chamado Garret, ele serve como uma paródia do classico protagonista hardboiled, comum nas histórias do Frank Miller, sendo manipulado pela Elektra durante todo o decorrer da narrativa. Bill Sienkiewicz faz um excelente trabalho em todo tipo de cena que se propõe a criar, aqui, o exagero visual é sempre executado de uma maneira que sirva para causar reações fortes no leitor. Apesar de estar no plano de fundo da sua própria história, Elektra consegue ser retratada de maneira icônica, como essa ninja super-humana extremamente inteligente, que está sempre um passo à frente de todos, até quando ela não está. Frank Miller geralmente possui roteiros com textos que sempre dá pra reconhecer que foram assinados por ele, já aqui você percebe que o autor cedeu lugar ao desenhista para que ele (Bill Sienkiewicz) tomasse as rédeas da história, e o resultado é um quadrinho inusitado, diferente de todos os outros trabalhos do Miller (principalmente do que eele fez nas histórias do Demolidor) que consegue ser sério, cômico, caricato, violento e belo, contando uma história que definitivamente não era o tipo de história que eu achava que leria quando peguei o quadrinho pela primeira vez, mas que acabou me instigando à várias releituras porque poucos quadrinhos da Marvel são tão únicos. Não é meu quadrinho favorito do Miller, mas como eu disse, é uma HQ mais do Bill Sienkiewicz do que do Miller. A confusão causada pela não linearidade da narrativa é facilmente resolvida pela necessidade constante que o texto tem de explicar o que acabou de acontecer, repetidamente, esse foi meu maior problema com a HQ, o fato da Elektra não ser realmente a protagonista só me incomodou na primeira leitura, nas releituras aceitei a proposta, fora isso a HQ é excelente.