Letícia 01/02/2024
Uma versão mais humanizada de grandes figuras históricas.
Eu me interessei de ler esse livro desde quando a Carrie em Sex and the City leu um "livro" desses pro Big, seu namorado e futuro esposo, na tentativa de achar um texto inspirador pros seus votos de casamento. É claro, o livro nunca existiu até então surgir a ideia desse.
O que me fez refletir sobre o que o Big disse naquela cena, onde ele fala que não tinha necessidade dele escrever votos ou cartas tão profundas pra ela, pois esses homens apenas faziam isso porque eram forçados a estarem longes de suas amadas por questões de guerra, política e trabalho, e que ele sempre estava ali presente fisicamente e isso bastava. Mas eu pensei: será que basta? Será que eles escreviam cartas tão apaixonadas só por isso?
Na minha perspetiva pós esse livro, eu creio que não era só a distância, pois eles poderiam ser indiferentes às suas esposas, poderiam não escrever e seguir a vida, pois eram homens de prestígios e os homens em todas as épocas podiam nutrir relacionamentos extraconjungal sem que isso foi um empecilho. Nesse livro são reunidas grandes cartas de amor, e dado o contexto histórico delas, os homens precisavam de algo além de dinheiro, fama e poder, pra se manterem vivos e em pé em um campo de batalha, e essa coisa era amor, o amor de uma mulher, o sonho de voltar pra casa vitorioso e encontrar sua amada. As mulheres merecem serem relembradas dos sentimentos que um homem nutri por elas, precisam dessa atenção aos longos dos anos, precisa existir o romantismo, ou melhor: o humanismo.
Sobre o fim da cena da Carrie e o Big: ela aceita essa resposta dele, alega que não precisa de um casamento todo romântico e nem muita simbologia. Organizam o casamento e resultado: o Big a deixa no altar, diz que não pode fazer isso e não entra na igreja, deixando ela humilhada e destruída, por não ser capaz de sentir um amor verdadeiro como alguns dos homens desse livro, o Big não possuía nem 1% do caráter afetivo deles, e isso cabe pra vida, precisamos nos relacionar com quem nos fazem sentir amadas e que possa ceder um pouco a masculinidade projetada pela sociedade e seja pelo menos um pouco vulnerável, que abra seu coração. Como esses homens fizeram nessas cartas tão íntimas a mais de 100, 200 anos atrás, então o que nos impede agora?
Claro, nada é perfeito, muitas dessas mulheres sofreram pela época, mas acredito que existia muito mais afeição do que nos dias de hoje, onde tudo é instantâneo e momentâneo. São histórias de amor impossível, amor resistente, amor tentado, amor puro e muita paixão. Vale muito a pena ler, e conhecer um lado dos homens que talvez nunca mais veremos. 5 estrelas. ?