O Falecido Mattia Pascal

O Falecido Mattia Pascal Luigi Pirandello




Resenhas - O Falecido Mattia Pascal


77 encontrados | exibindo 46 a 61
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


spoiler visualizar
comentários(0)comente



Codinome 04/07/2021

Um pouco sobre "O falecido Mattia Pascal"
Romance do início do século XX (1904), escrito pelo autor italiano Luigi Pirandello e minha primeira experiência com esse escritor. Um livro com uma atmosfera parecida com a de “Memórias póstumas de Brás Cubas” (1881), de Machado de Assis, tanto pela ironia característica do autor italiano quanto pela própria estrutura da história: narração em primeira pessoa por um sujeito distanciado da vida que viveu.

Brás Cubas já está morto, Mattia “morreu” e ressuscitou.

A história de Mattia Pascal é basicamente o seguinte: confundem ele com um outro homem que se suicidou, Mattia fica sabendo desse engano e se vê livre a viver da maneira como lhe bem agrada, já que sua antiga vida estava bem indesejável. Ele, então, muda de nome para Adriano Meis e começa a viver como viajante em uma liberdade, aparentemente, ilimitada. E é nesse ponto que está a grande problemática do livro.

Pirandello teve formação filosófica e devemos sempre ler com atenção esses escritores que fizeram ficção e com bagagem em filosofia (apesar de eu não saber se ele se formou antes ou depois da publicação do livro, de qualquer maneira, ou a semente ou fruto já existiam na vida do escritor). Isso torna a obra muito boa quando visualizamos esse paradoxo da liberdade (um problema filosófico) para com o protagonista.

Mattia, por mais que esteja em uma nova vida, possui a mesma consciência das lembranças e não uma tábua rasa ou um papel em branco em que tudo possa ser escrito do zero. Sendo um profundo peso o fato de mentir aos outros sobre isso e, pior ainda, mentir para si mesmo. Como o próprio personagem diz em determinada altura do livro: ele não é um devasso, um cafajeste ou um canalha (ele não usa nenhum desses nomes, mas é nessa linha de pensamento), o que facilitaria para colocar suas mentiras em prática (tal como um outro personagem que ele encontra na história e Mattia percebe como o sujeito mente descaradamente).

Além disso, também existe a dificuldade formal e jurídica de conseguir fazer coisas simples com essa nova identidade, como por exemplo denunciar para a polícia um furto de dinheiro ou marcar um duelo com outra pessoa (essa segunda atitude já não é, infelizmente, mais simples nos dias de hoje).

O romance pareceu-me, em certos capítulos, meio gordo. Ou seja, alguns capítulos aparentemente desnecessários (por exemplo: “A lanterninha”), a leitura às vezes ficava meio difícil de fluir nessa nova vida de Adriano Meis e nas histórias de infância/juventude/maturidade de Mattia. No entanto, vale a pena o leitor continuar e ser recompensado com uma escrita que revela maturidade e com o pensamento de Pirandello: “o paradoxo entre a essência e a aparência, entre o que é o homem e o modo como a sociedade o vê” (não sei de quem é essa frase, mas define muito bem).

Uma conclusão que podemos chegar é do quão difícil é ser plenamente livre e, nos perguntando, o que de fato é ser livre. Parece-me, após essa leitura, que é sermos plenos de nossa identidade, sem a necessidade de ficarmos mentindo sobre nossos valores e opiniões. Essa é uma possível resposta que Pirandello nos dá sobre o que é liberdade.
comentários(0)comente



Renato 20/07/2021

O des-falecido Mattia Pascal
O livro conta a história de Mattia Pascal, um jovem que, após diversas frustrações em sua vida, decide abandonar a sua família e sua pequena cidade natal para ter uma vida nova. Ao retornar, se depara com um fato inesperado: descobre que não existe mais para aqueles com quem vivera e se depara com a chance de começar uma vida nova.

Em O falecido Mattia Pascal, Luigi Pirandello escreve uma narrativa leve e divertida, com personagens risíveis, com características e personalidades depreciativas que ilustram nada mais do que a hipocrisia de uma sociedade.
comentários(0)comente



Paulo1584 22/08/2021

Muitas vidas de um falecido
É impossível não se questionar como foi possível que um sujeito como Pirandello tenha se envolvido com o fascismo...

Feito essa ressalva, um detalhe político importante, pois mesmo depois disso ele foi laureado com o prêmio Nobel (1934), posso falar especificamente desta obra-prima que é "O falecido Mattia Pascal".

Um defunto-autor, como o querido Brás Cubas? É o que nos perguntamos quando juntamos o título com a narrativa em primeira pessoa. No entanto, a personagem narradora do romance de Pirandello não morreu de fato.

No que poderíamos chamar de uma primeira parte, acompanhamos o cotidiano desse sujeito chamado Mattia Pascal e que não dá muito certo em muitos sentidos. A relação com a família, com o trabalho, com as pessoas em geral. Obra do acaso, ele é dado como morto e resolve aproveitar a situação para se tornar outra pessoa, o Adriano Meis... Numa "terceira parte" vemos o desfecho do que esse fingimento gerou em Mattia.

É uma obra sobre identidade. Permite pensarmos os limites do eu, ou dos eu's, num sentido muito específico: somos múltiplos, pois estamos sempre em mudança, mas podemos viver como alguém que não somos. A liberdade extrema que se apresenta diante do nosso protagonista acaba se tornando um fardo.

Pirandello explora muitas faces da humanidade, essa coisa que não é muito verossimilhante mesmo.

Foi uma leitura vagarosa e muito marcante para mim!
comentários(0)comente



Áquila 30/08/2021

Busca de uma certa vida?
Pirandello adora essa busca por identidade, por escolher quem somos e seremos. E nesse texto mostra como o mundo em que vivemos define muito de quem somos e podemos ser, mesmo quando escolhemos ser outros.
comentários(0)comente



Rosa Santana 08/01/2022

O que somos fora da chancela do Estado?
Morrer significa se enterrar e, junto ao corpo sepulto, deixar também os documentos como RG, CPF e afins!
Deixar para traz e, para sempre, amigos, familiares, cônjuges! Então tá! E aí? Como se passar por morto sem alugar um lugar para morar? Como adoecer e precisar ir se tratar, se internar, fazer alguma cirurgia? Ter filhos e colocá-los na escola e etc e etc e etc??
Nosso sistema atual não nos permite morrer sem, de fato, morrer!
É o que nos mostra Mattia Pascoal, contando sua própria história de morto vivo (ou vivo morto!). Por mais insidiosas que sejam as relações humanas, por mais ?despersonalizados? que sejamos, não dá para nos fazer de mortos!
Ainda que vivamos de máscaras e que compartilhemos com os outros as nossas e as deles, temos que estar vivos enquanto, de fato, não morrermos... E bem vivos!

Lembrei-me do trecho da música de Belchior:
?O ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro!?

Um bom livro, bem ao estilo Pirandello.
comentários(0)comente



@prazerliterariooficial 02/07/2023

A história em si, até que, cativa, mas têm muitas vírgulas, fazendo com que fique cansativo e torna a leitura demorada.
comentários(0)comente



Isa 25/02/2022

Uma mistura de Machado de Assis com roteirista de comédia
Meu terceiro livro do Pirandello (não contando os contos lidos). É sempre muito bom voltar ao autor que tanto me faz rir e ao mesmo tempo coloca a gente pra pensar (por isso a comparação no título da resenha). Recomendo para todos.
comentários(0)comente



Lara 04/05/2022

Torturante
Gosto de ler clássicos pq são livros antigos que apresentam situações que se encaixam hoje em dia, mas nossa esse livro foi horrível pra terminar, capítulos desnecessários, uma história em que vc não vê muito bem o porquê.
O autor escrevia peças e isso fica bem claro na narrativa do livro pq tem passagens que a ambientação e os acontecimentos parecem uma peça meio do nada
comentários(0)comente



Ronelson 08/05/2022

Uma grata surpresa, a leitura desse livro. Essa é a primeira obra que leio desse autor, e confesso que foi instigante. O enredo é surpreendente e os personagens são muito bem construídos. O ar filosófico é presente, mas na medida certa. Questões como a identidade e o sentimento de pertencimento, são temáticas apresentadas nas entrelinhas de cada capítulo.
comentários(0)comente



Edna 08/06/2022

"Já sabia o quanto a minha liberdade que, no inicio me parecera ilimitada, tinha seus limites."

"A luz de uma idéia comum é alimentada pelo coletivo."

Esses dois trechos resumem a história que com seus inúmeros problemas acreditou que seria possível viver sem suas raízes.

Um livro estupendo.
comentários(0)comente



klebio 05/08/2022

Mattia Pascal "falece" duas vezes (uma por engano).
É meu primeiro livro da literatura italiana, e consequentemente do autor Luigi. Admito que gostei demais, mesmo não esperando muito. É inevitável a comparação com Brás Cubas de Machadinho, e confesso que narradores que batem as botas, mesmo que de "mentirinha" como nesse caso, são os meus preferidos.

Livro muito bom
comentários(0)comente



gusmx0 06/10/2022

Não sei o que falar...
O livro em si é bom. Mas o desenvolver da história e as conexões dos acontecimentos não são bons( penso que o motivo é o fato do autor ser um escritor de peças).
Os personagens não são colocados de formas boas igual o principal, eles são completamente soltos, aparecem e vao embora do nada...
Tem capítulos desnecessários e senti a leitura como uma obrigação para terminar e não um passatempo.
Mas quem gosta de histórias com muitos detalhes e reflexões, recomendo bastante esse.
comentários(0)comente



Marconi Moura 08/12/2022

8,5 /10
Uma obra prima de um autor fascista. Como o próprio refere no apêndice: "os absurdos da vida não precisam ser verossímeis porque são verdadeiros". A boa literatura não é simples, a vida muito menos.

O eixo desse romance é o protagonista que, tendo a oportunidade de recomeçar a vida com novo nome e tudo o mais à sua escolha, acaba por descobrir que não pode se libertar de sua humanidade, com todas as suas angústias. E que essa luta cotidiana contra a dor de ser depende em muito do lastro das convensões sociais que (felizmente?) limita quem podemos ser.

Escrita de fluidez e humor quase machadianos. Grande leitura!
comentários(0)comente



Max 28/01/2023

Indolência...
O livro traz reflexões sobre a morte e sobre a liberdade. Mostra também uma sociedade de época burguesa em que a frivolidade e uma total falta de interesse em produzir qualquer coisa pelas próprias mãos. Gente indolente...
comentários(0)comente



77 encontrados | exibindo 46 a 61
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR