O Falecido Mattia Pascal

O Falecido Mattia Pascal Luigi Pirandello




Resenhas - O Falecido Mattia Pascal


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Vinicius 10/11/2023

Melhor Livro do Ano
Esse sem dúvidas foi o melhor livro que li em 2023, e um dos melhores que li na vida.
A ambivalência que Luigi Pirandello trata a vida (como realmente ela é) mostra a sabedoria do autor. O paradoxo entre liberdade e prisão, dilemas de identidade e aspirações/objetivos. Com temas profundos e tão atuais, poderia facilmente ser leitura indicada nas escolas. Em minha opinião entra ao lado de grandes obras como "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (inclusive com a temática semelhante) e "O Pai Goriot".
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Cris 13/05/2014

Adriano Meis e Mattia Pascal
No momento mais crítico de sua vida - desprezado por sua família, acossado por credores, com um trabalho num lugar medíocre, um golpe do acaso muda a vida do jovem Pascal que ganha uma pequena fortuna num cassino e, ao mesmo tempo, é tido como morto, pois o confundem com um cadáver achado em sua cidade natal. Decide assumir uma nova identidade e parte em viagem pela Europa, de modo aventureiro, envolvendo-se em contínuos contratempos
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Pandora 09/01/2015

Quem é que nunca desejou, ao menos por alguns instantes, deixar a própria vida, ser outra pessoa, escapar dos problemas? Mattia Pascal tem esta chance e a aproveita. Mas como bem escreveu Leminski:

"... problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos a passear:
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas."

Passada a euforia da liberdade, Mattia tem que lidar com novos e não menos árduos aborrecimentos. E viver a angústia de ter um passado inventado no qual tem que acreditar e fazer crível aos outros, temendo o risco de ser desmascarado a qualquer momento. Na própria solidão - uma vez que não pode ser absolutamente sincero com ninguém em sua nova vida - vê que não é mais livre do que antes, nem imune aos novos sentimentos.
É um livro reflexivo, porém leve, de leitura agradável, que retrata a sociedade de maneira irônica e cômica.
Val Alves 29/03/2021minha estante
Perfeita citação do Leminski.


Pandora 29/03/2021minha estante
Val :))


Codinome 06/07/2021minha estante
Boa resenha, com interessante brevidade!!




Danilo 09/11/2023

CLC não decepciona
"Ora, o que era eu senão um homem inventado? Uma invenção ambulante que queria e, de resto, tinha obrigatoriamente de ficar à parte, mesmo que mergulhada na realidade."

Pirandello escreve de forma agradável a dificuldade do homem em aceitar quem é. Tentar se achar em meio a uma realidade inventada, e mesmo rico, não encontra a sua felicidade.
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Júlia 26/08/2016

" - Ora, meu amigo... Eu sou o falecido Mattia Pascal."
Numa visita a um sebo em Curitiba, encontrei Mattia Pascal. Entre tantos títulos que poderia escolher, senti que poderia ser uma boa companhia. Confesso que tinha outras leituras em mente quando voltei para São Paulo, mas o título me pareceu tão atrativo que não consegui resistir.

Mattia, ao dar início à sua história, pareceu-me tanto Brás Cubas (aquele das memórias póstumas!) que não pude deixar de simpatizar com o sujeito. Logo no primeiro capítulo, diz que irá nos contar como foi que morreu não uma, mas duas e como continua vivo.

Nascido numa família cheia de posses e (que, como ele nos conta, foram roubadas pelo seu administrador após a morte do pai) e vivido uma adolescência resumida em vadiagem, Mattia se tornou um infeliz quando adulto. Sem condições de sustentar a sua família, atormentado por um casamento fracassado e por uma sogra megera, ele encontra sustento trabalhando na biblioteca abandonada da sua pequena cidade. Porém, como desgraça pouca é bobagem, Mattia então perde as duas pessoas mais importantes de sua vida no mesmo dia: sua mãe e sua pequena filha.

Desconsolado, ele pega as poucas liras que seu irmão lhe enviara para o enterro da mãe e pega um trem. Decide ir para Monte Carlo onde, num cassino, a sorte pela primeira vez lhe estende a mão. Enriquecendo após as suas apostas, ele resolve voltar para Miragno e resolver sua vida, mas no meio do caminho ele descobre por uma matéria num jornal que seu corpo foi encontrado no moinho de uma de suas antigas propriedades e reconhecido pela sua mulher. A princípio ele fica indignado, mas logo percebe que essa é a sua chance de se livrar de toda aquela vida que ele não desejava mais. Da mulher que o desprezava, da sogra que tanto o atormentava, das dívidas e do emprego medíocre de bibliotecário.

Sua narrativa, apesar de trágica, muitas vezes nos soa cômica e nos confidencia todas as suas reflexões sobre a sua nova vida ̶ sobre o sentimento de solidão e exclusão. Por sua condição de morto, ele acaba vivendo como um observador da vida e, ao resolver alugar um quarto de uma família em Roma, Mattia se encontra encurralado pela vida passada, pois ela não lhe permite viver a vida que escolheu: a vida como Adriano Meis.

O tema central, "a tirania da máscara", também presente nas outras obras do autor siciliano Luigi Pirandello, trata das convenções sociais que obrigam o homem a ter apenas uma identidade, enquanto há uma "multidão de vidas" que poderiam ser vividas. Uma vida repleta de limites.

Mesmo que a leitura tenha sido cansativa para mim em alguns momentos, ela flui muito bem grande parte do tempo. A minha primeira experiência com Pirandello, sem dúvida alguma, não poderia ter sido melhor.
Val Alves 29/03/2021minha estante
Também me fez lembrar de Brás Cubas.




Ronelson 08/05/2022

Uma grata surpresa, a leitura desse livro. Essa é a primeira obra que leio desse autor, e confesso que foi instigante. O enredo é surpreendente e os personagens são muito bem construídos. O ar filosófico é presente, mas na medida certa. Questões como a identidade e o sentimento de pertencimento, são temáticas apresentadas nas entrelinhas de cada capítulo.
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Lara 04/05/2022

Torturante
Gosto de ler clássicos pq são livros antigos que apresentam situações que se encaixam hoje em dia, mas nossa esse livro foi horrível pra terminar, capítulos desnecessários, uma história em que vc não vê muito bem o porquê.
O autor escrevia peças e isso fica bem claro na narrativa do livro pq tem passagens que a ambientação e os acontecimentos parecem uma peça meio do nada
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Paulo1584 22/08/2021

Muitas vidas de um falecido
É impossível não se questionar como foi possível que um sujeito como Pirandello tenha se envolvido com o fascismo...

Feito essa ressalva, um detalhe político importante, pois mesmo depois disso ele foi laureado com o prêmio Nobel (1934), posso falar especificamente desta obra-prima que é "O falecido Mattia Pascal".

Um defunto-autor, como o querido Brás Cubas? É o que nos perguntamos quando juntamos o título com a narrativa em primeira pessoa. No entanto, a personagem narradora do romance de Pirandello não morreu de fato.

No que poderíamos chamar de uma primeira parte, acompanhamos o cotidiano desse sujeito chamado Mattia Pascal e que não dá muito certo em muitos sentidos. A relação com a família, com o trabalho, com as pessoas em geral. Obra do acaso, ele é dado como morto e resolve aproveitar a situação para se tornar outra pessoa, o Adriano Meis... Numa "terceira parte" vemos o desfecho do que esse fingimento gerou em Mattia.

É uma obra sobre identidade. Permite pensarmos os limites do eu, ou dos eu's, num sentido muito específico: somos múltiplos, pois estamos sempre em mudança, mas podemos viver como alguém que não somos. A liberdade extrema que se apresenta diante do nosso protagonista acaba se tornando um fardo.

Pirandello explora muitas faces da humanidade, essa coisa que não é muito verossimilhante mesmo.

Foi uma leitura vagarosa e muito marcante para mim!
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Marconi Moura 08/12/2022

8,5 /10
Uma obra prima de um autor fascista. Como o próprio refere no apêndice: "os absurdos da vida não precisam ser verossímeis porque são verdadeiros". A boa literatura não é simples, a vida muito menos.

O eixo desse romance é o protagonista que, tendo a oportunidade de recomeçar a vida com novo nome e tudo o mais à sua escolha, acaba por descobrir que não pode se libertar de sua humanidade, com todas as suas angústias. E que essa luta cotidiana contra a dor de ser depende em muito do lastro das convensões sociais que (felizmente?) limita quem podemos ser.

Escrita de fluidez e humor quase machadianos. Grande leitura!
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João 27/01/2013

Grades da Liberdade.
Uma obra fascinante, com uma linguagem em primeira pessoa, com cenas cômicas dentro de uma tonalidade fiel ao drama de Mattia Pascal, Pirandello consegue nos fazer pensar sobre valores tradicionais, como amizade, família, amor e liberdade em uma Itália de época.O Autor, consegue transpor em uma narrativa autobiográfica do personagem o drama, os questionamentos e o dualismo entre duas existências de um mesmo personagem. A obra é pertinente na questão da liberdade, onde, Mattia Pascal, se encontra preso dentro de uma restringida liberdade.
Val Alves 29/03/2021minha estante
Não demora pra ele descobrir a ilusão que é essa tal liberdade, né.




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Val Alves 29/03/2021minha estante
Ele descobre cedo que a liberdade almejada é uma mera ilusão.




Marília 06/07/2023

Esse livro nos mostra como a mentira tem pernas curtas mesmo que seja uma mentira involuntária e até aquela vida que parece mais feliz quando é baseada na mentira acaba sendo ruim.
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Beatriz Rosa 31/10/2020

Liberdade! Liberdade?
Um livro que comprei por intuição, sem nunca ter ouvido falar dele e com uma rápida lida na sinopse. E como fico feliz por tê-lo tirado daquela estante no sebo!

Trata-se de um homem que conta sua história de vida e, ao mesmo tempo, faz reflexões acerca da pequenez dos indivíduos perante a imensidão do universo.

Com base nisso esperava uma leitura triste e arrastada, no entanto, Mattia Pascal se mostrou um personagem muito divertido e carismático, nos presenteando com uma narrativa leve, mesmo quando questionou a importância dos indivíduos e suas vidas isoladas diante da história do mundo.

Uma outra questão muito presente na história é a da liberdade, seria possível sermos livres? Mesmo após nossa morte seríamos livres? O que nos aprisiona realmente é a raiz das nossas aflições? Ou seria a liberdade que nos afligiria? Uma narrativa que com certeza vale a pena ser lida.
Val Alves 29/03/2021minha estante
Também fiquei pensando na questão da liberdade pois, mesmo acreditando tê-la, percebe-se logo que já muitos obstáculos para Mattia de fato ser um homem livre.




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Marker 20/09/2017

História de um homem vivo, ainda que duas vezes morto, que acredita ter sido acometido por grande sorte quando é confundido com um suicida e se vê completamente livre das amarras e mesquinharias que lhe traziam desgraça, mas logo descobre que fugir da própria essência é tarefa bastante complexa. Tem lá suas doses de humor, discussão filosófica e política, reverência a história da literatura italiana, e no meio de tudo isso é um grande (talvez o maior) exemplo da genialidade de Luigi Pirandello.
Val Alves 29/03/2021minha estante
Também achei genial.




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