Os Crimes da Rua Morgue

Os Crimes da Rua Morgue Clarice Lispector
Edgar Allan Poe
Edgar Allan Poe
Edgar Allan Poe




Resenhas - Os Crimes da Rua Morgue


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Lusia.Nicolino 09/01/2020

Conto curto e cortante
Assassinatos sempre foram temas de contos e romances. Despertam interesse... mórbidos, de desejos reprimidos, de vontade de esclarecer o caso.

O que dizer então do horror que se passou na rua Morgue? Mas, é preciso paciência, porque o conto começa com uma longa explicação do narrador sobre as características de uma mente analítica. Aguente firme porque Dupin desenvolve um raciocínio curioso para desvendar o mistério.

Madame L’Espanaye e sua filha Camille foram assassinadas de forma aterradora, em seus quartos e o desfecho é inesperado. E muitos dirão, ah...

Poe, além de ter sido um mestre dos contos de horror, também foi um dos precursores das histórias policiais. O genial personagem C. Auguste Dupin foi uma das inspirações para detetives famosos como Sherlock Holmes e Hercule Poirot. Não importa se você é um leitor iniciante ou experimentado, você precisa ir de encontro a esse conto curto e cortante.

Quote: “Mas, apesar de tudo, é um homem valente. Adoro-o em particular por um maravilhoso gênero de afetação ao qual deve a reputação de gênio. Quero falar da sua mania de ”

site: https://www.facebook.com/lunicolinole
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Isabella @epilogo.literatura 25/10/2019

Os Crimes da Rua Morgue
Lançado em 1841, Os Crimes da Rua Morgue é um dos contos mais famosos de Edgar Allan Poe e também é considerado um dos precursores dos romances policiais.

Narrada por seu amigo, na história acompanhamos um dos casos solucionados pelo detetive Auguste Dupin. Eles tomam conhecimento do crime através de uma matéria de jornal, que relatava dois brutais assassinatos ocorridos na noite anterior na Rua Morgue. Apesar de toda a brutalidade da cena e das inúmeras testemunhas que escutaram gritos e adentraram a casa, não há nenhuma pista concreta que leve ao assassino. Lendo os depoimentos das testemunhas, Dupin acredita já ter uma teoria sobre o caso que será confirmada com a visita deles a cena do crime.

Mesmo nós leitores tendo acesso a todos os depoimentos e descrição da cena do crime, como uma espécie de convite do autor a desvendar o mistério junto com Dupin, o final é surpreendente e ousaria dizer quase impossível de deduzir a solução.

O início da história é um pouco intimidador, com uma linguagem bem rebuscada e um diálogo extremamente culto entre Dupin e seu amigo, diálogo esse que eu nem entendi direito. Mas, a partir do conhecimento do crime no jornal, a leitura é “facilitada” e bem interessante. O detetive Dupin, para mim, é o que engrandece o conto. Sua personalidade, sua forma de conduzir o caso, a presença do amigo narrador e principalmente seu silogismo serviram de referências claras a personagens clássicos dos romances policiais sucessores, como Sherlock Holmes e Hercule Poirot, o que eu achei sensacional. Já o final, foi tão inesperado e até meio maluco que não funcionou muito comigo.
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Karina Fraga 07/04/2019

Um precursor rudimentar do romance policial moderno
É notório que Poe é considerado o pai do romance policial moderno e influenciou vários escritores. Sem deixar de reconhecer seu mérito, devo dizer que os contos protagonizados por Dupin são precursores do romance policial moderno, mas de uma forma bem rudimentar. Um dos maiores "pecados" cometidos em termos do que se espera de uma história policial é o fato de algumas pistas de vital importância serem reveladas ao leitor apenas nas últimas páginas. Não podemos deixar de observar, também, a falta de plausibilidade de algumas situações. Particularmente, preferi os contos não protagonizados por Dupin. Apesar dessas questões, é um clássico que merece ser lido. Não pude deixar de notar que o Sherlock Holmes de Conan Doyle tem uma notável semelhança com o Dupin de Poe.
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stanley.rsouza 17/09/2018

Allan Poe, o cara do raciocínio lógico!
Sempre ouvi falar de Allan Poe como "O cara" das histórias de mistério, mas pra mim, ele seria classificado como o cara do raciocínio lógico.

Em lógica, pode-se distinguir três tipos de raciocínio lógico: Dedução, Indução e Abdução.

Dedução: corresponde a determinar a conclusão. Utiliza-se da regra e sua premissa para chegar a uma conclusão. Exemplo: "Quando chove, a grama fica molhada. Choveu hoje. Portanto, a grama está molhada." É comum associar os matemáticos com este tipo de raciocínio.

Indução: é determinar a regra. É aprender a regra a partir de diversos exemplos de como a conclusão segue da premissa. Exemplo: "A grama ficou molhada todas as vezes em que choveu. Então, se chover amanhã, a grama ficará molhada." É comum associar os cientistas com este estilo de raciocínio.

Abdução: significa determinar a premissa. Usa-se a conclusão e a regra para defender que a premissa poderia explicar a conclusão. Exemplo: "Quando chove, a grama fica molhada. A grama está molhada, então pode ter chovido." Associa-se este tipo de raciocínio aos diagnosticistas e detetives, etc.

Allan Poe usa com maestria esses três elementos na escrita desse livro.

Super recomendo para você trabalha com programação e desenvolvimento de software ???. ???
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LOHS 14/01/2018

Quando você pensa em clássico de suspense e terror, você pensa em Edgar Allan Poe.

"Edgar Allan Poe, na mocidade, se sobressaía em todos os exercícios de agilidade e força De acordo com o seu talento: cálculos e problemas. De estatura um pouco abaixo da média, era, apesar disso, dessas pessoas que num grupo, em qualquer lugar, atraem o olhar do observador. Não que fosse belo, mas impressionava. Toda a sua figura refletia inteligência, o sentido da idealidade e do belo absoluto. Era um conjunto agradável, harmonioso." Boudelaire

Num total de 18 contos, Os crimes da rua Morgue e outras histórias extraordinárias traz alguns contos notórios de Edgar Allan Poe. Dois eu já conhecia e até trabalhei com eles na universidade, "O gato preto" e "O coração denunciador", de outros, eu nunca tinha ouvido falar, "A máscara da morte rubra", "Manuscrito encontrado numa garrafa" e "Metzengertein".

Não será possível falar de cada um desses contos incríveis aqui, por isso escolherei três dos que mais gostei e dividirei minha experiência com vocês! Àqueles que anda não conhecem o trabalho do autor, saibam que é uma experiência única de sobrenatural e realidade colidindo. Indico esta bela e caprichada edição para todos os fãs, mas também para aquelas pessoas que ainda não tiveram um contato mais próximo com os trabalhos de Poe.

Por serem contos, a leitura é mais rápida e você sempre pode escolher ler um ou dois por dia, descansar, ler outro livro e voltar ao mestre da short story sem nenhum problema. Vou aqui, rapidamente, oferecer um resumo do meu semestre de letras a respeito de contos. Só para vocês compreenderem a belezura da obra de Poe. Um conto é uma história mais curta, na qual todos os elementos que aparecem são importantes. Por você ter menos tempo para contar sua história, deve fazer cada linha valer, ou seja, cada objeto, fala, ambiente, sentimento... cada linha conta.

Um conto sempre conta duas histórias: mas como assim? Se não tem espaço pra uma, como que conseguem colocar duas? Eu explico! Para prender o leitor, o suspense deve acompanhar todas as páginas da construção da história, os fatos devem intrigá-lo e desafiá-lo. As respostas devem ser dadas apenas no final do conto, quando tudo o que você vem lendo - de repente - ganha sentido! A resposta para as estranhezas que fizeram você ler todo o conto finalmente esclarecem (ou, ao menos, iluminam) os pontos de confusão.

Outro ponto interessante, acredito que, característico de Poe é a reafirmação constante de que tudo o que ele escreve é real. Ou seja, seus narradores fazem questão de deixar bem claro que - por mais estranho, surreal e horrendo você ache que as coisas são - tudo o que eles estão relatando é a mais pura verdade. Feitas essas considerações, vejamos alguns dos contos que mais mexeram comigo!

O gato preto

Um dos contos mais conhecidos de Poe, "O gato preto" é a respeito de um marido que assassinou sua mulher por conta de seu gato. O absurdo de sua história pode ser acreditado, porque o narrador se coloca em uma posição, teoricamente, incontestável: "Amanhã morrerei e hoje quero aliviar minha alma", p. 11 Plutão, o gato preto que marido e mulher dividiam, era muito amado. Até que foi enforcado pelo dono, depois de um silencioso, porém derradeiro processo de transformação. Tempo depois, ele encontra outro gato. As características são as mesmas do falecido Plutão - até mesmo as recém adicionadas pelo cruel dono: um olho a menos e uma corda no pescoço. Talvez fosse a bebida, talvez fosse o próprio demônio agindo por meio dele, mas nosso narrador continuou piorando.

"Estava cheio de maus pensamentos. Os mais negros e maléficos. Eu já não odiava só o gato. Odiava todas as coisas. A humanidade toda. Quem mais sofria com minhas crises era minha resignada esposa. Era a mais paciente das minhas vítimas.", p. 17

Um dos pontos mais interessantes a ser percebido aqui é como todos os elementos casam para explicar ou tentar eximir de responsabilidade o narrador. Era um gato preto (e todos sabemos as lutas constantes que temos de lutar para tirar da cabeça do povinho que gato preto não dá azar nem é sinal de coisa ruim - é só um gato), chamado Plutão (em outras traduções, vem como Pluto - deus romano do submundo), o qual possivelmente voltou para torturar aquele que o matou. Como consequência, nosso narrador perde a cabeça e acaba cometendo outro assassinato. E, hoje, ao nos contar sua história, não tem porque mentir - afinal de contas - já está para morrer!

"Eu não tinha medo de olhar as coisas horríveis, mas ficava apavorado à ideia de nada ver." E. A. Poe

Enterro prematuro

O conto me interessou pelo título! Nunca pensei muito na morte, porém - quando a imagino - não consigo pensar em nada pior do que acharem que eu morri e eu ainda ter consciência, mesmo que meu corpo não reaja. Nosso narrador compartilha do mesmo sentimento, pois sofre de uma doença que o aprisiona dentro do próprio corpo. Todos os sinais vitais diminuem e a única menção de vida é a respiração fraca. (Edgar Allan Poe trabalha muito com o tema da morte, como podem ter percebido!) "As fronteiras entre a vida e a morte são vagas e imprecisas. Ninguém pode dizer, com certeza, onde começa uma e termina a outra.", p. 54

A maneira como descreve os episódios de catalepsia são extremamente dolorosas. Porque você sabe que é real. O próprio narrador sugere ao leitor que lembre de algum amigo, ou algum causo que tenha ouvido. A cada momento de aflição, a cada confirmação dos medos mais profundos se tornando realidade, a cada impulso mal sucedido por retomar controle do seu corpo, o clímax do conto se aproxima. E eu não conseguia parar de ler. O leitor deseja junto ao personagem que tudo acabe. Que algo o salve.

"De fato, a legião sinistra de terrores sepulcrais não é totalmente fantasiosa. Existe mesmo. Mas, como os Demônios, temos que deixá-la adormecida. Ou seremos devorados. Têm que ser deixados dormindo. Ou morremos.", p. 63

Coração denunciador

Este conto se aproxima muito do que vemos em "O gato preto", porém - com mais detalhes -, eu diria. Em todos os contos, há a conversa com o leitor em busca de credibilidade. Este narrador, porém, me parece muito mais afetado do que o que enfrenta a sentença de morte.

"Depois que eu lhes contar toda a história com bastante calma, sei que vão concordar comigo. É verdade! Sou muito nervoso. Mas não sou louco. E meu ouvido sempre foi muito bom. A doença não entorpeceu meus sentidos. Antes, aguçou-os. Eu ouvia todas as coisas: do céu, da terra. Até do inferno", p. 157

Aqui, temos um cuidador e um velho senhor com catarata. Meu professor indicou um aplicativo sensacional com o e-book em inglês e interativo (iPoe). Os sons e os efeitos de luz do app são espetaculares. E dão um efeito completamente inovador para um clássico de mais de 200 anos. "O terror do velho devia ser extremo. E o meu? Sabem, sou nervoso. Aquele ruído, àquela hora da noite, foi me aterrorizando cada vez mais." Recomendo a experiência, porém o app é pago.

A edição é simplesmente maravilhosa. A cada abertura de capítulo temos essas páginas pretas e a fonte elegante. O que dá um charme todo especial aos macabros contos de Poe. A parte mais legal é que você pode ler na ordem que quiser! E também reler: algo que eu aconselho fortemente, porque - depois que você termina o conto - passa a perceber coisas logo no primeiro parágrafo que estavam te preparando para o final. É simplesmente incrível. Uma experiência que todos os leitores deveriam ter! Com certeza, um desafio para os escritores.

site: http://livrosontemhojeesempre.blogspot.com.br/2018/01/os-crimes-da-rua-morgue.html
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carolmndss 11/12/2017

Cativante
Resenha feita originalmente no blog Virando Amor

Os Crimes da Rua Morgue é um livro de contos de Edgar Allan Poe, e nessa edição, foi traduzido e adaptado por Clarisse Lispector.

Eu sempre quis ler algum livro do Poe, mas ficava receosa de comprar e não gostar da escrita, não compreender; então quando vi esse lançamento da Rocco que foi adaptado pela Clarice Lispector, vi minha chance de finalmente ler algo do autor que influenciou tantas obras de romance policial, como Sherlock Holmes e os livros da própria rainha do crime, Agatha Christie.

A escrita do autor é muito cativante e todos os contos têm um clima angustiante e assustador. Apesar de ficar receosa de ler contos por medo de não serem bem desenvolvidos, definitivamente não tive esse problema com os contos do livro. Apesar dos contos serem curtinhos, o autor tem uma forma de prender sua atenção pra saber o que vai acontecer, e foi o que aconteceu logo no primeiro conto, "O garoto preto".

O conto que dá nome ao livro é de longe o meu preferido. A fórmula usada, de um detetive que resolve casos difíceis contadas sob o ponto de vista do amigo, nos remete à Sherlock Holmes, entre outros, mas foi justamente seguido o modelo da história do investigador Dupin e seu parceiro.

A Rocco arrasou na edição, amei os detalhes da diagramação e a folha preta quando se inicia os contos. É um livro mais do que recomendado pra você que já conhece a genialidade de Poe, ou você que tem vontade de conhecer, pois não irá se arrepender.

site: http://www.virandoamor.com/2017/11/resenha-os-crimes-da-rua-morgue-de.html
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