Héracles

Héracles Eurípides




Resenhas - Héracles


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Marcela Mosqueti 06/12/2020

Nas palavras de Trajano Vieira, Héracles revela toda a sua fragilidade, pois nem toda a magnitude heróica reúne forças suficientes para enfrentar a instabilidade do destino humano.
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Djulia Azevedo 14/09/2020

Um Hércules humano
É fantástica a forma como Eurípides transforma o mito de Hércules em uma tragédia (ainda maior do que já era), partindo da transformação de um herói em um ser humano. A tradução é belíssima e os textos de apoio são enriquecedores!
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Carol 13/08/2020

"E meu lavor final [...] coroar com a morte o lar"
O mito de Héracles (ou Hércules, na mitologia latina) fala sobre a volta do herói para casa após concluir os doze trabalhos impostos por Euristeu a mando de Hera. Eurípedes inova invertendo os fatos da versão mais difundida da história, tema d'As Traquínias de Sófocles (que pretendo ler futuramente para poder comparar ambas).

A obra conta com textos de apoio que auxiliam no entendimento e mostram como o autor desafiou as convenções vigentes ao inverter os fatos e dividir a história em duas partes. O texto é bilíngue, portanto temos acesso ao original em grego antigo e à tradução, que achei um pouco rebuscada, mas é possível entender bem e se acostumar com ela durante a leitura.

Por fim achei a história interessante, é bem curta, podendo ser lida em um só dia. E também é envolvente, por mais que a maioria das pessoas já saibam o que acontece é impossível não sofrer junto com Héracles. Recomendo a leitura.
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Mario Miranda 18/11/2019

Revisitar a literatura clássica - aqui na acepção do período grego e romano clássico - é nos depararmos com as fundações da nossa literatura contemporânea.

Héracles - Hércules na tradição Latina - é uma das grandes tragédias gregas; talvez, inclusive, encontre poucos concorrentes quando tratamos especificamente da denominação "tragédia". A obra inicia-se quando Héracles ainda se encontra em seu último dos 12 trabalhos - a busca do Cérbero no Hades - enquanto o Rei Creonte é assassinado pelo usurpador Lico.

A tragédia inicia-se com a tentativa de Lico em matar Mégara - esposa de Héracles -, seus três filhos e o sogro. Ao rogar o direito de vestirem-se de maneira adequada ao velório, desejo concedido por Lico, Héracles aparece e assassina Lico ao ouvir as ameaças recebidas por eles.

Após o assassinato de Lico, momento em que se encerra a primeira parcela da Narrativa, inicia-se a Loucura de Héracles, promovida por Hera, ciumenta da relação de seus esposo, Zeus, com uma mulher comum, a mãe de Héracles. Nesta loucura, passagem clássica da cultura grega, Héracles assassina sua esposa e filhos.

O destino de Héracles - assassinar os seus filhos - é o exato oposto de seu pai, Zeus - pairricida -. Logo, Héracles conclui o intento de Urano: assassinar os próprios filhos.

Curioso notar que Mégara é irmã de Creuza, esposa de Jasão na Tragédia Medéia, também escrita por Eurípedes.

site: https://www.instagram.com/marioacmiranda/?hl=pt-br
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G.L. 30/09/2019

Héracles
Sempre me sinto muito incapaz de escrever uma resenha sobre grandes clássicos, então não tenho muito o que dizer, pois foi uma ótima leitura. Só queria ressaltar algo que me chamou a atenção: em uma parte da história, Anfítrion (pai de Héracles) o defende com uma imensa fala, e critica duramente o rei tirano Lico, que responde com um simples "Empilha como queiras teus vocábulos, mas olha: não respondo com palavras!", e então manda matar a família de Anfítrion. É engraçado como a palavra tem, e sempre teve, um poder enorme, e como é capaz de acuar quem não tem domínio sobre ela, quem acaba reagindo dessa forma violenta quase animalesca.

Ótima leitura, recomendo muito. Ainda mais nessa edição maravilhosa da 34, que tem textos de apoio que ajudam a compreender melhor a obra.
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Deborah 18/01/2017

Demasiadamente humano
A peça de Eurípides nos trás a história da primeira família de Héracles, primeiramente condenados por Lico, seguido pelo terrível destino que os aguarda.
O que há de diferente e que prende a atenção do leitor, e provavelmente também prendeu a atenção dos espectadores da Antiguidade, é a profunda humanização de Héracles, apesar de seu status de semi-deus, nesta tragédia o herói apresenta muito mais o seu lado humano do queo o lado divino, chegando mesmo a fazer questionamentos sobre as divindades gregas. E é o seu profundo sofrimento, seus questionamentos e o seu filosofar que o tornam tão humano.
Além da peça, o livro trás ótimos textos sobre a modernidade desta peça, a crítica e diferentes olhares sobre este trabalhado de Eurípides.
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Luiz Carlos 10/02/2016

A humanização de Héracles.
As tragédias gregas na tradução de Trajano Vieira são primorosas e "Héracles" não foge à regra. Esta edição vem acompanhada de uma apresentação do tradutor e um texto crítico de um importante estudioso de Eurípedes. Vale a pena conferi-los antes de ler a tragédia para quem não está familiarizado com esse tipo de texto. Eurípedes é para mim o melhor escritor de tragédias gregas. Cada texto novo dele surpreendo-me com sua genialidade e, principalmente, seu realismo. A humanização de Héracles é o título do texto que o tradutor deu à sua apresentação que acompanha a tragédia grega. Não encontrei outras palavras que melhor exprimissem essa capacidade de Eurípedes de trazer à condição humana todos os personagens da mitologia e história grega que passaram pelo sua escrita. Héracles inverte a narrativa de algumas passagens da história tradicional desse herói grego, Héracles, filho de Zeus com uma humana. Ao invés de iniciar a história com os doze trabalhos, logo após ter sua família morta, Eurípedes introduz o herói na narrativa quando do seu retorno. Sua família ainda está viva, mas será morta pelas mãos do herói num acesso de loucura e fúria. Agora o desafio do herói não é mais cumprir os doze trabalhos como penitência pela morte da família. Afinal, ela já os havia cumprido na tragédia de Eurípedes, sendo que sua família ainda estava viva. A "penitência" do herói, ao descobrir que foi o assassínio dos seus filhos e esposa, é como viver com essa dor. A dor de Eurípedes é a dor de qualquer pessoa que já perdeu uma pessoa muito querida e próxima. O sentimento é de que não haverá mais outro dia. O herói grego não culpa os deuses pelo seu ataque repentino de loucura, embora tenha sido, de fato, hipnotizado pela “Loucura” por ordem da deusa Isis. Ao contrário disso, o personagem reduz a importância dos deuses nas ações e decisões humanas e duvida que uma divindade pudesse quer vingar de um homem ou dele. Um ser divino, somente pode ser divino, se for autossuficiente. Querer vingar-se de alguém ou puni-lo por uma falta seria o reconhecimento da sua própria limitação e autossuficiência. Não culpa os deuses, nem busca apoio em qualquer divindade. A luta, o desafio e o trabalho do herói são interno na tragédia de Eurípedes: uma batalha psicológica. A história de como Héracles lutou para vencer as mais perigosas feras e monstros durante sua viagem, já conhecemo-la por inúmeras fontes. Nesta primorosa tragédia na tradução de Trajano Vieira, conheça Eurípedes na sua versão mais autêntica e confira como esse herói vai enfrentar a dor da perda dos seus entes mais amados, sabendo que é o algoz deles.
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