Morte e vida severina

Morte e vida severina João Cabral de Melo Neto




Resenhas - Morte e Vida Severina


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Ryanhappy 21/10/2023

.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte Severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia.

apenas um dos maiores poemas de toda a literatura ocidental (sem discussões
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luckysworld 21/10/2023

"Morremos de morte igual, mesma morte severina"
Acho uma leitura interessante pra quem quiser se aprofundar mais na literatura/poesia brasileira, tem características bem únicas e retrata alguns temas bem recorrentes da nossa realidade
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Murilo 12/10/2023

Que livro ótimo, esse faz sentido ser um clássico da literatura
A história chama atenção para vários aspectos da migração forçada, tem uma boa ambientação, um lingua super fácil e representativa. Adorei!
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BJekyll0 12/10/2023

é difícil defender, só com palavras, a vida,
[...] ainda mais quando ela é esta que vê, severina.
Morte e vida severina foi a ligação do modernismo lógico com o regionalismo concreto e tradicional no Brasil.
Socialmente, foi a denúncia da pobreza do povo, que buscam morrer em qualquer canto porque sempre serão Severinos.
Como próprio poema diz: " Somos muitos Severinos /iguais em tudo..."
Não é uma resenha que vale a pena fazer se for para ser curta. Basta dizer :
Leia!
O poema é duro e genial.
A edição da editora Alfaguara é belíssima e traz um pequeno texto do Chico Buarque, que musicalizou o poema para o teatro.
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clara 09/10/2023

Morte e vida severina
Eu sinto como se tivesse morrido e renascido lendo esse livro assim como o severino. um livro espetacular, nos traz a sensação de afilação junto com o severino, eu me senti sem esperança por ele a cada parte do livro, a medida que ele encontrava com algum severino que morreu ou conversava com outra pessoa eu me perguntava se ele realmente iria conseguir no final. a associação com o nascimento de Cristo a esse nascer de esperança torna essa história mais linda e mais emocionante. quando a criança, uma representação simbólica de Jesus, nasce, um pingo de vida cresce em severino, em que mesmo com toda aquela miséria e com toda aquela pobreza ainda sim há uma esperança, a esperança de uma nova vida. um livro com poemas cativantes e eu recomendo muito.


?E se somos Severinos

iguais em tudo na vida,

morremos de morte igual,

mesma morte severina:

que é a morte de que se morre

de velhice antes dos trinta,

de emboscada antes dos vinte,

de fome um pouco por dia.?




?Pois, aqui, em Limoeiro,

com seu trem, sua ponte de ferro,

com seus algodoais,

com suas carrapateiras,

persiste a mesma sede,

ainda sem fundo, de palha ou areia,

bebendo tantos riachos

extraviados pelas capoeiras.?





?Vira usinas comer

as terras que iam encontrando;

com grandes canaviais

todas as várzeas ocupando.

O canavial é a boca

com que primeiro vão devorando

matas e capoeiras,

pastos e cercados;

com que devoram a terra

onde um homem plantou seu roçado;

depois os poucos metros

onde ele plantou sua casa;

depois o pouco espaço

de que precisa um homem sentado;

depois os sete palmos

onde ele vai ser enterrado.?




?Vou pensando no mar

que daqui ainda estou vendo;

em toda aquela gente

numa terra tão viva morrendo.?



?É uma luta contra a terra

e sua boca sem saliva,

seus intestinos de pedra,

sua vocação de caliça,

que se dá de dia em dia,

que se dá de homem a homem,

que se dá de seca em seca,

que se dá de morte em morte.?



?Nenhum dos mortos daqui

vem vestido de caixão.

Portanto, eles não se enterram,

são derramados no chão.

Mortos ao ar-livre, que eram,

hoje à terra-livre estão.

São tão da terra que a terra

nem sente sua intrusão.?




?só morte tem encontrado

     quem pensava encontrar vida,

     e o pouco que não foi morte

     foi de vida severina?



?E chegando, aprendo que,

     nessa viagem que eu fazia,

     sem saber desde o Sertão,

     meu próprio enterro eu seguia.

     Só que devo ter chegado

     adiantado de uns dias;

     o enterro espera na porta:

     o morto ainda está com vida.?




?E não há melhor resposta

     que o espetáculo da vida:

     vê-la desfiar seu fio,

     que também se chama vida,

     ver a fábrica que ela mesma,

     teimosamente, se fabrica,

     vê-la brotar como há pouco

     em nova vida explodida;

     mesmo quando é assim pequena

     a explosão, como a ocorrida;

     mesmo quando é uma explosão

     como a de há pouco, franzina;

     mesmo quando é a explosão

     de uma vida severina.?
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Bia 06/10/2023

Esse livro já estava na minha lista há muito tempo e eu simplesmente amei! Embora seja um livro curtinho, seu conteúdo é gigante, mostrando toda a força e conhecimento da língua que o autor possui.
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giovanna00brito 02/10/2023

Da série de livros que entraram na minha lista por influência da literatura ensinada nas escolas, acredito que ainda este ano irei completar a TBR de vestibular no caso kakakkakaka.
Apesar de não ser uma leitura tão superficial, não que a escrita deixe a história dessa forma, reflete muito sobre a sociedade brasileira da época, tanto quanto foi necessário uma "adaptação" da história de Jesus para que a migração não fosse um tema tão polêmico, que gerasse preconceito na época.
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Ruth130 01/10/2023

Morte e vida severina
Bem... achei um livro bom, mais também achei ele um pouco difícil de entender, tiveram vários momentos em que me sentir muito perdida em quanto lia.

Mas fora isso João Cabral retratou muito algumas partes como(não lembro exatamente quando) os três presentes que na verdade simboliza os três Reis magos.

E por fim achei uma história bem triste sobre Severino e muito outros Severinos que não tiveram a mesma sorte que ele na vida.
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Vktory 30/09/2023

"Vários poetas podem habitar o mesmo poeta. Às vezes, em pacífica e tácita convivência, outras em aberto conflito."

Antônio Carlos secchin - morte e vida severina, ano 60
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Jorge 28/09/2023

A vida vestida da sua mais dura pele.
De tempo em tempo o Nordeste brasileiro é assolado por longos períodos de estiagem que destroem as plantações, adoecem as pessoas e extinguem os mananciais de água. A região específica das secas é o sertão, que abrange o interior de vários estados. O povo sertanejo é forçado a emigrar dessas regiões, passando por privações, sede, fome, viajando a pé sob o sol escaldante, em busca da zona de brejo onde a seca não atinge, ou de cidades maiores, mais importantes, capitais. Esse advento tão recorrente tornou-se o tema principal de um movimento literário chamado ciclo de romances da seca, no qual se destacam vários escritores nordestinos.

Entre eles está o pernambucano João Cabral de Melo Neto, que contribuiu para o movimento com diversos poemas regionalistas, sendo o mais famoso deles o seu auto de natal: Morte e Vida Severina. Nesse poema o leitor acompanha a peregrinação de um retirante chamado Severino, e suas reflexões sobre as muitas faces da morte que existe à sua volta. E também sobre o espetáculo que é a vida, mesmo essa vida estando vestida com a sua mais dura pele.
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Maria 26/09/2023

Vida Severina
No começo eu não estava entendendo nada, mas conforme a história dói passado eu fui entendendo oque estava acontecendo. O livro eu achei que é legalzinho e que eu mais gostei foi o final pq eu achei bonito e triste ao mesmo tempo.
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Thayane28 25/09/2023

Vida Severina
Que verdadeiro clássico. O autor foi de uma sensibilidade, em pôr em versos as angústias e os anseios da vida de um retirante.

Nos trouxe à várias reflexões sobre a vida, o seu sentido e o seu fim.

Quantos Severinos, filhos de tantas Marias e tantos outros Zacarias estão por aí na lida da vida se perguntando se não vale mais saltar fora da ponte e da vida?

Quantas pessoas já estão vivendo sem esperanças? Esperando o fim dos seus dias? Ou tantas outras estão buscando um refúgio uma chance em meio às batalhas da vida?

Completamente encantada com essa poesia de altíssimo nível com engajamento social, uma raridade que transcende os viés do tempo.

Tantas décadas depois, em meio ao tão bem trançado de sensibilidade me arrebentou em lágrimas.

Fantástico
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marquin 23/09/2023

Minha pobreza tal é      que não tenho presente melhor:      trago papel de jornal      para lhe servir de cobertor;      cobrindo-se assim de letras      vai um dia ser doutor.
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lililu 15/09/2023

O livro é muito bom
Lembro que quando comecei a ler eu não estava entendendo muito, mas conforme a leitura ia fluindo eu compreendia melhor.
Os poemas são muito focados na vida do povo pernambucano. Contém muitas referências culturais e geográficas,
O autor retrata o sofrimento do povo nordestino de forma crua e direta. É o retrato do retirante sertanejo, lutando pela sobrevivência em versos encantadores.
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