Agora eu Morro

Agora eu Morro Fabio Brust




Resenhas - Agora eu Morro


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Felipe Santos 07/05/2011

Agora Eu Resenho
O primeiro livro escrito por Fábio Brust honra o leitor com uma história sagaz e criativa sobre a sobrevivência humana. Neste romance estilo steampunk (ainda são poucos os livros nacionais nesse estilo – infelizmente), mistura ficção científica e uma pequena dose de sobrenatural, o que, na minha opinião, gerou uma trama bastante intrigante. Por quê? Porque nesta narrativa que se passa no ano de 2033 acompanhamos a saga de quatro sobreviventes após um colapso mundial causado por uma guerra nuclear motivada pela falta de água. Neste mundo futurista encontrar água potável é o maior desafio. Toda a vida na superfície da Terra está morta e as chuvas são ácidas.
São quatro personagens principais. Cada um deles com uma característica marcante. Vou falar apenas de dois. Char é a personagem mais cativante do livro. Ela é um clone, cujos órgãos seriam utilizados para manter viva sua rica proprietária, que morreu antes da hora. Solta em um mundo que não conhecia, ele acaba conhecendo Imort (um nome não muito criativo, admito). Como o nome já indica (esse não é o verdadeiro nome dele), Imort é um imortal. Ele nasceu em Cartago e vive até os tempos futuristas. Seu maior desejo é encontrar a morte. Ele não sente sede ou fome, não se cansa nunca e não envelhece ou adoece. Por outro lado, ele não sente o gosto da comida ou bebida, não sente prazer no sexo e nem sente efeitos do álcool e outras drogas. É mais do que justo o homem querer morrer. Apesar de entender sua jornada em busca da morte, não posso dizer que gostei deste personagem, que muitas vezes se mostrou arrogante, egoísta e imaturo. Nada que diminua a originalidade da trama.
A história se passa em várias partes do globo e mostra a busca desse quarteto por outros sobreviventes. O livro também fala sobre a organização dessa nova sociedade humana, discutindo valores e religião. Para quem gosta de romances, o amor entre Char e Imort é forte e bonito. A história de como Imort se tornou um imortal é bastante interessante e intrigante. A explicação é bem original, embora não diga quem foi o primeiro imortal. Só achei alguns flashbacks desnecessários, como a vida de Imort como escravo no Brasil. Por outro lado a descrição de sua vida em Cartago é bem rica em detalhes e bastante criativa. Por causa de sua narrativa criativa e original, recomendo fortemente a leitura do Agora Eu Morro. É um livro dinâmico e de fácil leitura (li em apenas três dias). Parabéns ao autor nacional Fábio Brust pela sua criatividade em escrever o Agora Eu Morro.

Felipe Santos
Autor do Preço da Imortalidade
Outras resenhas: williambrenauder.blogspot.com
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Nine Stecanella 20/04/2011

Agora eu Morro
Agora eu Morro foi um livro que superou minhas expectativas. Aliás, outro livro, de uma lista que está ficando cada vez maior. Não posso deixar de dizer que foi principalmente pelo fato de o Fabio ser tão jovem e mesmo assim ter escrito uma história bem intensa e cheia de críticas.

O livro trata da luta pela sobrevivência em um mundo onde água e comida são raridades. Onde quem ainda conserva um pouco de sanidade luta contra os sedentos: os zumbis da água. Onde a vida está acima de tudo, como nos primórdios da humanidade. Um mundo onde os clones são seres de reposição, existe um [ou dois] seres imortais e onde ainda existe amor, mesmo parecendo impossível.

Quem narra é Imort. Ou Imortal. Prefere ser chamado assim do que pelo nome. Um homem que vive por muito tempo na Terra e que acompanhou todos os grandes desastres nos últimos dois mil anos. Um ser que acima de tudo busca pela morte. Pela paz eterna. Pelo descanso.

O livro é uma mistura dos pensamentos de Imort, sobre si e sobre sua obsessão em morrer. Sobre a mudança que a clone Char causa em sua vida, sobre a relação conturbada com Liel e a amizade com Yuma. Sobre o que levou a Terra ao colapso e como a prepotência humana foi a queda do nosso mundo.

Não considero Agora eu Morro um romance, embora ele exista e seja importante na parte final. Considero mais um drama, e depois uma aventura, em busca de outros sobreviventes. Em busca de explicação e acima de tudo em busca da morte. Se pudesse resumir, diria que é um ótimo livro pra refletir sobre o que cada um faz. Será que realmente estamos preocupados com o futuro do planeta?

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Hermes 02/02/2011

Vida x Morte
A morte é um dos sentimentos mais temidos pelo homem e representa o processo final de nossa evolução biológica.
Fábio Brust surpreendeu-me com a história de Akia um imortal que quer morrer.
Nesse desejo imensurável, vivendo a imortalidade ele presencia a perda das pessoas que amava e ironicamente assiste a morte de nosso planeta. Até nosso planeta morre, mas Akia não.
A água torna-se fonte da vida e pela sua escassez a luta pela sobrevivência faz aflorar nossos instintos mais primitivos – o que restou do ser humano se autodestrói na luta pelo precioso líquido.
O Homem perde seu valor...
Nesta jornada em busca da morte, o protagonista encontra Liel e Yuma, amigos fiéis, que prometem ajudá-lo.
O cenário se passa em vários países, num futuro apocalíptico onde a chuva ácida ocupa a beleza da natureza extinta.
Então Akia encontra outro imortal, que sabe como morrer trazendo consigo a chave para seu dilema e ainda encontra a resposta para salvar a humanidade e a própria terra.
Mas um novo sentimento de esperança começa a brotar no coração de nosso protagonista e outra vez o dilema vida versus morte torna-se supremo.
Uma obra rica nos detalhes e que fará o leitor refletir sobre a morte e principalmente sobre a preservação de nosso planeta.
A leitura em diversos momentos me fez recordar sobre a carta da terra, mas o autor consegue ir além.
O jovem escritor soube elaborar uma bela obra, que nos põe a pensar sobre viver em um mundo em ruínas ou morrer pelo tédio da eternidade.
Certamente uma leitura cativante e recomendada.
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Estevan 09/01/2011

Um épico dos conflitos da humanidade!
Um livro de capa simples. Um título sorumbático. Uma história magnífica! Para mim, foi realmente uma surpresa! Desde as primeiras páginas do livro, eu já havia percebido que ele seria bom, por quê? Uma narrativa fluída, bem arquitetada e com muita coerência.
A história se passa num futuro bem próximo, no entanto, há vários flash backs pelos séculos e milênios passados, levando o leitor até Cartago, terra natal de Akia, o narrador personagem. Akia adquiriu o dom da imortalidade de forma insólita e involuntária, durante uma batalha, quando servia ao exército de Cartago. Ao longo dos séculos o personagem desenvolve um repúdio natural por sua condição de imortal, tendo como um dos motivos a dor ver cada ente querido se esvaindo, sem poder fazer nada, apenas olhar e sofrer. Ele é o oposto do vampiro tradicional, que preserva sua condição de imortal a qualquer custo. Akia é o filósofo deprimido. Seus pensamentos ateístas são viscerais e muito convincentes.
Em 2033, a humanidade vive o seu momento mais caótico. Uma era pós-apocalíptica que iniciou depois da guerra pela água potável. O que restou da humanidade trava uma luta com os sedentos, criaturas de origem humana que se converteram numa espécie de zumbis vorazes pela água. O ambiente lembra “Eu sou a Lenda” de Richard Matheson – inclusive, Brust faz referência a esta obra (mais especificamente do filme) em sua história. Senti apenas que os sedentos poderiam ser um pouco melhor explicados no contexto, no que tange a mutação que os criou, mas isso não abala a solidez da narrativa.
Podemos classificar essa história como um épico, pois ali está retratada uma vida que passou pelos períodos mais importantes da humanidade. Temos elementos da ficção científica, como os seres humanos clonados (uma das personagens principais, inclusive, é um clone) e algumas outras tecnologias. A única tecnologia descrita pelo autor que realmente seria inviável e um automóvel cujo motor, pelo que eu entendi, é resultado de um sistema à combustão que move um gerador elétrico que, por sua vez, faz mover o veículo. A inviabilidade se deve ao fato de uma fonte primária ser consumida para nutrir uma fonte secundária.
Resumindo, é uma história cativante! Fabio Brust revelou-se um autor de grande potencial já em seu primeiro livro. Percebe-se que a visão do autor é muito ampla; ele se revela um analista crítico do mundo contemporâneo. Parabéns Fabio, você tem a minha nota máxima!
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Nath @biscoito.esperto 10/02/2012

Primeiramente, mando meus agradecimentos ao maravilhoso e gacthéssemo Fabio Brust por ter incluído meu muito tosco blog no book tour de sua obra prima.
O livro Agora eu Morro se passa numa época não tão distante - o ano de 2033. Lá a água potável é escassa e a comida é muito rara. Depois de grandes brigas e discussões com a Alemanha (que tinha um reservatório significativo de água em seu território, tal qual não tinha a pretensão de dividir com o resto do mundo), uma bomba é jogada no país mais bêbado do mundo e eis que os humanos afetados pela radiação e pela falta da água simplesmente sofrem estranhas mutações, virando o que chamam de Sedentos.
A sociedade entra em colapso com a falta de recurso e, quem não morre, vira sedento.

Liel é um homem mexicano que foi parar na prisão por ter tentando assassinar o presidente americano. Liel é religioso e muito cabeça dura.
Yuma é uma japonesa estudante que veio morar no lado ocidental do mundo com os pais. Porém depois de um pequeno (ou não tão pequeno assim) incidente ela acaba por virar uma assassina inescrupulosa.
Char é uma clone, feita apenas para doar órgãos à mulher de sua imagem e semelhança. Porém com a morte da mesma ela é chutada do instituto no qual vivia e decide então viajar e conhecer o mundo - mesmo sabendo que os clones tem um "prazo de validade" mais curto que o dos humanos.
Imort - meu maravilhoso personagem predileto - é o que o nome sugere: um imortal.
Imort nasceu muito tempo antes de Cristo na cidade de Cartago. Virou um imortal numa história muito bem bolada é muito emocionante que não posso contar, pois é spoiler, mas é legal, eu garanto.
Imort, ao contrário de seus companheiros, quem tentam desesperadamente sobreviver ao maior e mais trágico colapso da humanidade, tenta se matar. Ele já viveu mais de 2000 anos e não suporta mais estar no seu estado perpétuo de imortal. Imort pode se ferir, ingerir veneno, pode tentar o que quiser, porém ele é incapaz de morrer.
Ele não se julga humano pelo fato de não morrer, porém achei que ele foi o personagem mais humano do livro. Egocêntrico, sarcástico, impulsivo, violento, controlador; esses são os melhores adjetivos para o personagem principal desse livro. Egocêntrico, pois, ao mesmo tempo que tenta ajudar os humanos sobreviventes a perpetuarem a espécie, ele que em troca que ajudem-no se matar. Sarcástico, pois mesmo sendo dócil com Char, vira outra pessoa quando enfrenta Liel e seu fanatismo religioso. Impulsivo, já que todos os acontecimentos requerem uma reação rápida e nem sempre bem pensada de sua parte. Violento, um rapaz nascido no meio de uma guerra, que viveu e tornou-se imortal apenas para lutar contra sua vontade. Controlador por sempre tentar persuadir as pessoas a obedecerem as suas decisões.
Porém Imort não é mau. Imort é uma boa pessoa, com um bom coração.

Eu esperava algo mais sério da parte de Fabio Brust, já que seu blog é um grande baú de asneiras hilariantes. O livro é sério, é trágico; trata a vida de forma real, de forma dura. De um lado a vontade de viver, e do outro a vontade de morrer. Porém o livro é engraçado. Em certas partes Imort trata a situação como um carnaval, algo comum, e que ele já esperava.

Imort conhece Char. Imort já conhecia Liel. Imort encontra Yuma. Imort reencontra Liel.
Juntos, os quatro são conduzidos até Dubai, onde há uma dessalinizadora e um número considerável de sobreviventes. No meio do caminho, histórias, surpresas, tristeza.
É um dos melhores livros que já li, sem nenhum tipo de exagero.
A trama é bonita, eu me peguei chorando diversas vezes. Não fiquei com raiva do autor nenhuma vez. Afinal, todas as escolhas que ele tomou em relação ao rumo da história foram necessárias, e não poderia ter sido de outra forma. Mesmo sendo cruel algumas vezes, eu não posso deixar de amar o livro e a Imort da mesma maneira. Mesmo quando as esperanças e os últimos motivos para viver se vão ao vento (quem já leu sabe do que estou falando).
Vou parando por aqui, já que depois disso é só spoiler. O livro não decepcionou em nada. Recomendo para todos os jovens acima de 14 anos querendo um bom desafio literário.
Vou sentir falta desse livro. Quem sabe eu não compro um exemplar, também?

“Como você pode ter se esquecido dos nomes de seus pais?” ela perguntou, tentando outra vez parecer falar daquilo num tom casual.
“O tempo faz com que diversas coisas sejam esquecidas. As menos importantes” eu disse.
“Mas os nomes?”.
“O que você faria se eu esquecesse se nome depois de você morrer?” perguntei secamente. Pareceu indignada no começo, mas calada depois. Era apenas uma deixa para mostrar-lhe a verdade.
Quando ela começou a falar, eu a interrompi:
“Nada, por que você estaria morta” eu disse “Mas o que faria se eu esquecesse os momentos que passei com você? Os maravilhosos momentos que passamos juntos, ajudando um ao outro a superar obstáculos?”.
“Voltaria dos mortos para te pegar” ela brincou, sorrindo.
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“Dizem que quando um bebê nasce, suas células começam a morrer. Ou seja, quando você nasceu, começou a morrer. Conforme os segundos passam, você morre aos poucos. Esse processo demorava menos tempo antigamente; agora você vai demorar algum tempo ainda para cair duro e ser enterrado em uma cova ou cremado e ter suas cinzas jogadas no mar ou colocadas dentro de um vaso ridículo, cheio de floreados”.
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“As pessoas vinham em mutirões” eu disse “Dizia-se que ainda não havia chegado a hora. Será que agora ela finalmente chegou?”.
“Acho que sim” disse Liel “Acho que finalmente chegou. A hora em que devemos salvar o mundo. Mesmo que falando assim, pareça épico demais, como em um livro barato”.
Concordamos e continuamos caminhando.
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site: www.nathlambert.blogspot.com
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