rafa(eu) 31/10/2020
"Ia ser só o apanhador no campo de centeio e tudo"
Um clássico da literatura norte-americana, o "Apanhador no Campo de Centeio" revela a curiosa jornada de Holden Caulfield, um jovem adolescente abalado pelo mundo, que decide fugir da vida pacata que costuma descrever após ser expulso da última escola que passou.
Fugindo para New York, o garoto cria uma nova aventura pela cidade, uma vez que se mete em confusões, bares e encontros inusitados, sempre lembrando o leitor do passado, de partes de sua vida e da construção de uma sociedade marcada pela falsidade e pelas boas aparências.
Apesar de ser um livro simples, beirando o repetitivo e apresentando, simultaneamente, uma leitura fluida, J.D. Salinger criou uma atmosfera totalmente adolescente, marcando a história da literatura ao dar protagonismo àqueles que costumavam estar marginalizados.
Cheio de gírias e de palavrões, o livro traz a figura de um jovem crítico, rabugento e, por vezes, ignorante, insistindo em odiar as pessoas e o mundo, atravessando a superficialidade de todos ao demonstrar desprezo por características extremamente específicas (o que é genial, mas que pode ser um pouco repetitivo para alguns leitores, causando divergências).
Ainda assim, a obra é extremamente poética, tratando de temas que permeiam boa parte dos jovens da época retratada e da própria atualidade, sendo, portanto, atemporal. O medo de se tornar adulto, a marginalização do jovem, a sexualidade, o preconceito, a depressão, o exagero adolescente e a incerteza da vida enriquecem o livro, mas só aparecem, principalmente, nas entrelinhas.
O relacionamento de Phoebe e Caulfield e a explicação do título (e até mesmo da capa) é, com certeza, umas das melhores partes do livro.
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"Mas a melhor coisa do museu é que nada lá parecia mudar de posição. Ninguém se mexia... Ninguém seria diferente. A única coisa diferente seríamos nós."