Sô 01/02/2018Imagina que você é uma criança, aí acorda para procurar a sua mãe e ela não está em lugar nenhum, mas você encontra rastros de pegadas molhadas pela casa. Daí você vai pra fora e encontra um boneco de neve com o cachecol dela enrolado no pescoço e pior, o boneco está todo enfeitado com pedrinhas formando um sorrisão sinistro e virado para o seu quarto! Nem precisa ser criança para se arrepiar todo com essa sinopse. Como não querer ler um livro com essa premissa? Só que aí a enrolação pegou forte e deu canseira.
Harry Hole será o encarregado de investigar o caso e descobre que outras mortes ocorreram de forma similar, ou seja, sempre com mulheres casadas que são mães e a marca registrada de um boneco de neve na cena do crime. Obviamente que se trata de um serial killer e aparentemente Harry Hole é perito no assunto. Como nunca li nenhum dos outros livros desse detetive – The Snowman é o sétimo – não sei se isso acabou influenciando negativamente. De qualquer forma, para o enredo não impacta em nada.
Além do Hole não ser um personagem carismático – não me importava nem um pouco com os seus problemas pessoais -, o livro é longo demais e poderia facilmente ser cortado pela metade sem prejuízo algum. É cheio de pistas falsas e situações desnecessárias. As pistas falsas eu até entendo, porque não existe essa de desvendar logo de cara o mistério, mas até aí precisava mesmo elaborar tanto em cima de três suspeitos – que tava muito na cara que não eram eles! – até chegar ao serial killer de fato? O livro inteiro é uma tentativa de desviar a atenção do leitor do verdadeiro criminoso. Cansa demais!
Eu queria uma coisa mais instigante, como Criança 44, mas ele se assemelha muito mais a Trilogia Millennium do Larsson, que achei até interessante a proposta, mas o desenvolvimento tedioso.
De qualquer forma, acho que deve funcionar bem como um filme de 2h - ainda mais com o Fassbender! -, mas como livro não. Jo Nesbo nunca mais.