Grazi 13/07/2020
Vamos fazer as pazes com a matemática???
Um livro como esse com certeza deveria fazer parte do cotidiano e currículo escolar: o que Malba Tahan (pseudônimo do professor brasileiro Júlio César de Mello e Souza) expressa em tal obra não é simplesmente uma narrativa de aventuras mas sim um conjunto de conhecimentos históricos e culturais instigantes com doses lindas de espiritualidade. A literatura é a melhor maneira de se despertar o amor e a curiosidade pelo estudo, ciência e arte, e talvez seja isso o que tanto tem faltado na nossa educação brasileira.
O jovem Bagdali Hank Tade-Maiá, em suas andanças, avistou uma estranha figura sentada numa pedra gritando números enormes e extraordinários. Essa figura era Beremiz Samir, um jovem de origem simples que encantou Hank com sua exímia habilidade em lidar com a matemática. O jovem convida Beremiz a ir com ele à Bagdá, onde suas virtudes irão ser valorizadas.
Ao longo desse percurso Hank e Beremiz encontram várias pessoas e personalidades como Cheiques, poetas, vizires e califas que precisam resolver problemas matemáticos quase que insolúveis. Beremiz, sempre muito simpático e disposto a ajudar sem querer nada em troca, conquista todos a sua volta inclusive do famoso Cheique Iezid, que pede ao calculista para ensinar os princípios da matemática a sua filha Telassim.
O decorrer da história é cheio de curiosidades como a origem dos algarismos numéricos, a invenção da prova dos noves e, o que eu mais gostei, a origem do jogo de Xadrez que, segundo ele, se dera quando um jovem brâmane construiu um tabuleiro com várias peças para tirar do remorso e depressão seu Soberano, o rei Iadava, que havia perdido seu filho numa batalha sangrenta. O rei, curioso, logo se interessou e não cansava de jogar e interrogar as inteligentes regras do jogo.
Tem também a história da linda Lilavati, filha do famigerado matemático Bhaskara.
Enfim, não tem como não parar a leitura para tentar resolver os diversos problemas que estão expostos. É um livro muito divertido e cheio de ilustrações. Vale muito a pena!
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“O que procura instruir-se é mais amado de Deus que aquele que combate numa guerra santa. ”