spoiler visualizarTSchneider 26/06/2020
Estava muito entusiasmada para ler esse livro, principalmente após ler a sinopse e não parecer que seria um livro de romance sem sal entre uma garota e um anjo ou algo desse gênero, e realmente não foi. Por isso minhas expectativas ficaram muito altas e a autora não foi capaz de cumprir todas elas.
A primeira parte (Primeira Esfera) teve um ritmo muito arrastado, mesmo se passando pouco tempo (acho que dois dias) tudo corria muito lentamente. Algo que não faz sentido é o fato de Evangeline dar informações privadas a Verlaine, um completo desconhecido, mesmo com as politicas rígidas do convento a esse respeito. Ela não parecia ter a personalidade de descumprir ordens e já sabia muito bem das regras já que estava a vários anos no convento.
A Segunda Parte (Segunda Esfera) é a melhor, quando percebi que seria a história de Celestine fiquei receosa, pois não queria saber mais da freira enferma que conheci anteriormente. Porém me surpreendi, Celestine tinha uma personalidade magnifica, era inteligente, determinada, sensível e racional. Nessa parte criei mil teorias, a que eu realmente achava que iria se cumprir era a do Dr. Rafael Valko ser um nefelin que mataria sua mulher, a Dr. Serafina para tentar roubar a lira e teria uma filha com Gabriela, mas não foi isso que aconteceu, a minha única duvida em relação a isso é o porque Gabriela estava se mutilando na aula dos Valko, sei que era por causa do Percival Grigori, mas não entendi a real motivação para fazer isso, pois parecia um pedido de ajuda, mas ajuda para que exatamente?
Na Terceira Parte (Terceira Esfera) e Quarta Parte (O Coro Angélico) contem muito mais ação, porém fica muito evidenciado que a personalidade de Evangeline deixa muito a desejar em relação a Celestine. Também parece que a autora, após terminar o livro, percebeu que não tinha romance e decidiu pegar algo que deveria ser uma faísca e transformou em uma erupção vulcânica completamente sem lógica entre Celestine e Verlaine.
Outra coisa sem muito sentido é, por que quando os Angelologos descobriram que a Lira estava dividida eles não pegaram apenas a metade para tentar destruir e deixaram o resto aonde estava? Assim caso os Nefelins pegassem alguma das partes eles não poderiam fazer nada com ela sozinha, mas ao invés disso eles deram a lira inteira nas mãos de Percival Gigori.
Não esperava por esse final, nenhuma parte dele. Achei a morte do Percival um pouco rápida demais, não comemorei ou chorei, apenas li sem neguma emoção.
Outra coisa sem sentido é o fato de Verlaine conhecer Evangeline á 2 dias e ter a certeza de que quer passar o resto da vida junto dela, mas no momento em que vê que ela tem asas acredita no que lhe contaram sobre anjos e nefelins (a 1 dia) e nem se dá o trabalho de deixar Evangeline se explicar ou de pensar que o que lhe contaram poderia não ser 100% verdade, ele simplesmente vira as costas e vai embora.
Não sei se foi a tradução ajudou (piorou) ou a autora realmente não consegue descrever ambientes, mas isso me deixava louca. Toda vez que Celestine entrava na biblioteca dos Angelologos em Paris era a mesma descrição chata que eu realmente não queria ler. Fora o fato dela usar termos, como as gravuras de anjos em art déco, mas não explicar como são as obras de art déco, me deixando entediada, ao contrário de Dan Brown, que me deixava fascinada com as descrições de arte.
Considerando tudo achei um bom livro, não é uma obra prima, mas definitivamente gostei, achei uma história muito original e até que surpreendente, quero muito ler o próximo livro.