Lola 17/02/2015AngelologiazZzDanielle Trussoni, segundo consta na orelha do livro, quer ser escritora desde que tinha 6 anos. *e eu aos seis anos queria ser domadora de dinossauros...*
Entretanto seu livro de estreia não é a melhor representação dessa vontade...
Angelologia , segundo a autora, deveria trazer uma perspectiva atípica dos anjos, mostrando sua face obscura, de modo a criar uma atmosfera aterrorizante. Porém se tem algo que o livro não consegue ser, é aterrorizante.
Eu diria que entediante é a melhor palavra para descrever o enredo.
A minha leitura foi motivada pela esperança de que a certa altura o livro adquirisse um tom frenético e instigante. E isso não aconteceu, cheguei ao final e minhas esperanças foram frustradas.
É bem verdade que Danielle precisou de uma organização e tanto para não se perder em meio a tantos personagens e as reviravoltas vividas por eles, contudo faltou tato para a autora no momento de construir a narrativa, que é cansativa, não flui e se arrasta página por página.
O livro é dividido em 4 partes, e a história de desenrola em diversos lugares, passando pelos Montes Ródopes, na Bulgária, o Convento de Santa Rosa, em NY, no metrô de NY, e até mesmo em meio ao Central Park. Nesse quesito cabe destacar que a autora foi bastante criativa em articular diversos locais como cenário da história, o que de certa forma proporcionou certa “mobilidade” ao enredo, já que a narrativa peca nesse aspecto.
Ainda assim, para mim, o maior problema foram os personagens, sempre tão envoltos em mistério que cheguei ao final da história sem conhecê-los ou construir algum tipo de identificação, exceto no que tange a construção de Evangeline e a angelóloga Gabriella Lévi-Franche, sua avó.
A irmã Evangeline, nossa protagonista inicialmente desconhecedora da sociedade Angelológica, se torna peça chave na luta contra a ascensão dos nefilins, e no desenrolar da história e de suas descobertas, ganha a ajuda da sua recém-descoberta avó-angelóloga, Gabriella. Duas personagens fortes que basicamente sustentam a história, apagando o brilho que qualquer outro personagem poderia vir a ter, o que é uma pena considerando que esperava que o detetive Verlaine tivesse um peso maior no decorrer do livro.
Ao término da leitura cheguei à conclusão de que Danielle quis utilizar o recurso “enrolar por ¾ do livro com milhares de informações e revelar o ápice na parte que sobra”, entretanto para esta que vos fala isso não foi suficiente para salvar a leitura.
O enredo de Angelologia tinha tudo para ser um sucesso completo e para ser uma leitura bombástica, entretanto posso destacar que para mim seu maior pecado foi conceber uma história tão milimetricamente pensada que perdeu a naturalidade que poderia fazer toda a diferença em fazer meu coração-leitor se apaixonar.
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