Autobiografia precoce

Autobiografia precoce Pagu




Resenhas - Autobiografia precoce


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Paula C. 28/05/2022minha estante
É interessante como um mesmo livro pode criar impressões tão distintas em leitores diferentes. Pagu conta no livro da participação ativa dela nos circuitos intelectuais e na militância partidária e fala muito abertamente dos embates entre suas idealizações e os desafios concretos da vida que levava. Vi no relato a coragem de alguém que saiu do espaço de "boa moça de classe média" que estava dado para ela, a ponto de romper com os pais, o que me parece o oposto de deslumbramento e de andar nas nuvens. Ainda assim, ela foi refém de estruturas então ainda mais machistas que as de hoje, que a colocavam numa situação de falta de reconhecimento, tanto político quanto artístico, de assédios mil e sempre em uma situação econômica instável. No entanto, ela estava sempre em conflito com essas restrições, longe de ser uma simples "escrava de tudo e todos". Acho que só concordo que há pouco contexto, mas o texto é uma correspondência dela com Geraldo, que depois foi seu marido, alguém que conhecia bem o tempo e o ambiente nos quais ela vivia. Um prefácio que falasse do momento histórico ajudaria a entender melhor a paixão dela pela causa comunista, que era individualmente muito forte, mas também bastante própria daquele período e partilhada por muitas outras pessoas. Por vezes ela soa mesmo quase fanática, mas até por isso é interessante quando os conflitos reais com o partido e afins trazem desconforto e desencanto, sobre os quais ela fala com muita franqueza e propriedade. É um relato ao mesmo tempo bastante pessoal e muito crítico aos círculos sociais, artísticos e políticos dos quais ela fez parte.




Aléxia 06/02/2022

Zelda Fitzgerald comunista e brasileira?
Ler em primeira pessoa a vida de alguém tantas vezes relegada a ?ex-esposa do fulano? te tira o chão. Os detalhes de como Oswald de Andrade era um boy lixo abusivo são a menor parte da história de uma mulher de vanguarda, mas que teve a vida pautada pela tristeza. Aquela melancolia inerente à Virginia Woolf e à Sylvia Plath.

Mas é fascinante a facilidade com que ela fluía pela arte e pela militância. Os modernistas nem tinham graça: ?polemicazinhas chochas?. Luis Carlos Prestes, Victoria Ocampo (?megera obscena?), Borges (?quis me despir no meu quarto cinco minutos depois de me conhecer?) são nomes que surgem na narrativa com naturalidade.

Um olhar protagonista sobre a vida de uma mulher já tão adjetivada, com todas as suas hipocrisias, inconstâncias e surpresas que fizeram dela a nossa própria Zelda Fitzgerald - versão br e comunista.
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Sol Belchior 23/01/2022

Recomendo!
"Perturbada, desde esse dia, resolvi escravizar-me espontaneamente, violentamente. O marxismo. A luta de classes. A libertação dos trabalhadores. Por um mundo de verdade e de justiça. Lutar por isso valia uma vida. Valia a vida."

Ta ai uma mulher que abdicou de muita coisa por um ideal. E pra isso, é preciso muita coragem.
Não conhecia a sua história, mas é impressionante a maneira que ela expõe suas crenças e ideais.
Revolucionária mesmo!
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Luizaaa 24/12/2021

Passado brasileira
Já li alguns livros que retratam de lutas sobre classes e busca de direitos, mas nunca um brasileiro.

Bom, pra quem acompanha me skoob, percebeu que eu li bem rápidokkkj e isso conta que eu sempre acabo demorando para atualizar aqui(desculpem).

Eu amei do início ao fim, eu me entreti logo nas primeiras 20 páginas e acabei engolindo o livro, comi com farofa, como diriam muitos.

Eu acho muito válido ler, tem o protagonismo feminino em uma luta comunista no Brasil, por volta dos anos 1920.
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Luciana 25/11/2021

Uma pena contemplar apenas uma parte da vida de Pagu. Adoraria que pudéssemos ter mais dela por ela mesma. Maravilhoso! Maravilhosa!
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Leo Ratão 06/08/2021

A Pagu é muito mais foda do que eu podia imaginar!
Ritmo... Tragédia. Superação. Força.
Acho que isso da o conteúdo da vida e a forma como Patrícia Galvão conta.

Tem uma narrativa rápida, um ritmo intenso de intercalar tragédias onde tem vez  a força que só o acreditar no crepúsculo do dia e na primavera da revolução podem trazer.

É interessante que a Pagu narra de um jeito meio poético e complicado. Ela só é mais clara, mais concreta quando fala dos dias de comício, lutas, prisões.

A biografia dela mostra um aspecto muito doido do PCB. A forma como agem a direção burocrática: parece menos um partido, menos militantes revolucionários e mais agentes do FBI e coisas do tipo. Inegavelmente pessoas dispostas, disciplinadas... mas nao se parecem com militantes que lutam pelos ideais que fundaram Internacional Comunista.
Namoral, livro foda!
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@pedroliterario 13/07/2021

Um livro corajoso.
?Pagu: autobiografia precoce?, de Pagu.

Figura mais conhecida no meio acadêmico e cultural, Pagu e é uma das personalidades mais fortes que o Brasil já teve. Retratada na maioria das vezes à sombra de seu ex-marido Oswald de Andrade, Pagu teve uma importante produção literária e foi protagonista na militância comunista da década de 1930, sendo presa 37 vezes. Numa dessas saídas da prisão, escreveu esta autobiografia.

Dos livros biograficos que li, esse foi o mais diferente. Tanto por ser uma autobiografia como também pela coragem em falar de temas espinhosos como sexo, papel da mulher na sociedade, comunismo, maternidade, etc. Outro fator interessante é a forma de divisão do livro. Não há capítulos demarcados, apenas pausas, o que dá um certo tom de diário inconstante no relato. Como se auto-define, ?Hoje chego a achar cômica essa maneira de contar coisas, cortando uma vida em partes, deixando para amanhã o resto, voltando sempre a um ponto de partida diferente. Estávamos aqui, estávamos ali?.

Por ser um relato dirigido a alguém conhecido - no caso o marido Geraldo Ferraz - há diversas lacunas que o leitor precisa utilizar a imaginação para preencher. Um estilo que nos aproxima dessas pessoas e situações já que, ao lê-lo, também nos tornamos o receptor dessa mensagem.

Me chamou atenção também a relação de Pagu com seu sexo e com a sexualidade, ambos sempre em destaque no livro e objetificado pelos homens ao redor. Escrito em 1940, é impressionante notar que pouco mudou nessa relação abusiva da sociedade com o feminino. Pagu acredita ter substituído todos os aspectos da condição humana, como a vaidade, em prol de sua atuação política. Considero isso um autoengano, já que a vaidade e o exibicionismo de Pagu era relacionado, também, à sua atuação política. E isso é o que mais impressiona: um relato humano, cheio de nuances e profundidade, dúvidas, incoerências feito com a mais pura coragem.

?? Nota: 4,5 de 5
? Páginas: 144

#pedroliterario #bookstagram #livros #leitura #literaturabrasileira #pagu #modernismo
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Laís 05/07/2021

Quantas mulheres importantes foram apagadas da história?
Nossa, como eu queria ter ouvido falar de tu antes. Como me tocou tua história, tua forma de olhar e escrever sobre a sua.

Tua convicção e paixão por uma luta tão nobre é imensa, deu pra sentir daqui. Servir no sentido mais puro da palavra, sabe? Me emocionou. Apesar de curto, o livro é muito envolvente! To recomendo essa leitura pra todos.
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Lice 04/07/2021

O íntimo de Pagu
Pagu superou minhas expectativas, a conhecia apenas como esposa de Oswald, e nessa obra descobri que ela é muito além disso. A história não se prende a uma linha de tempo, é íntima e profunda pois não foi feita para ser publicada, e sim para o seu amado Geraldo, em forma de cartas. Seus sentimentos tão expostos e verdadeiros, suas inseguranças relacionadas à maternidade, o relacionamento conturbado com Oswald, sua entrega e dedicação ao comunismo e como isso era tudo em sua vida. Que mulher forte, determinada e maravilhosa!!
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Giovana 27/06/2021

Feliz por poder conhecer Pagu além da visão de Oswald de Andrade. Mulher inteira, política, determinada. Ler suas palavras é uma aventura.
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Barbara.Luiza 24/06/2021

Uma paixão chamada Pagu
Quem foi Patricia Galvão? Muito além de uma mulher indignada no palanque como cantam Zélia Duncan e Rita Lee, muito mais do que companheira de Oswald de Andrade. Pagu foi escritora, poeta, diretora, tradutora, desenhista, cartunista, jornalista e militante. Foi presa, foi mãe e, por muita gente, foi esquecida.

Neste relançamento da Companhia das letras encontramos uma coletânea de cartas de Pagu para Geraldo, que viria a ser seu companheiro. Nelas Galvão abre o seu íntimo, conta das traumáticas experiências sexuais ao longo da vida, o preconceito machista que sofreu na militância e nos conduz até o começo do fim da sua decepção com o partido comunista.

Patricia Galvão era dessas mulheres que sentia tudo a flor da pele, por isso levou tudo o que acreditava as últimas consequências mesmo que contra a maré.

É recorrente o questionamento dela sobre a maternidade, deixar o filho com o pai pra lutar contra a ditadura Vargas era sinal de que não amava Rudá?

Certamente que não. Pagu via além, mas sentia como uma mulher de seu tempo e espaço.

Em menos de 150 páginas damos a volta no mundo e mergulhamos fundo no mais íntimo da potência chamada Patrícia Galvão, essa mulher que deveria figurar nas aulas e livros de história.
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Nadjini 28/05/2021

Ilusão e desilusão
Com uma linguagem envolvente, Patrícia Galvão, Pagu, nos dá um relato muito relevante sobre sua vida e sua trajetória política.

Essa leitura desconstruiu toda a imagem da ?musa modernista? que nos é apresentada. Conhecemos aqui, uma jovem em busca de um propósito para sua vida, envolvida em um relacionamento vazio, que encontra no Partido Comunista o preenchimento para o vazio que sentia. Na contramão, com o passar do tempo, ela se decepciona com algumas ações e trabalhos impostos a ela, em sua condição de mulher, pelo partido. Temos uma versão dura, realista é desconfortável do interior do movimento revolucionário de 30.

A trajetória de Pagu nos faz pensar nos nossos valores, sacrifícios pessoais e refletir de forma balanceada no real propósito da nossa militância.

Esse livro, pequeno, de rápida leitura, é profundo e sensível, tal qual um alfinete furando uma bolha.
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