Jaqueline 27/12/2010Manhattan, belos vestidos, amores impossíveis, fofocas. Lembrou de “Gossip Girl”? Pois esqueça Blair, Serena e seus amiguinhos. “Intriga” nos leva diretamente para a Nova York dos ricos e famosos…de 1899!
A autora Anna Godbersen, que já havia me impressionado com “Luxo”, o primeiro livro da série, ganhou um lugar definitivo na minha estante com esta continuação. O livro, originalmente chamado “Rumors” (“Rumores”, em português), segue exatamente seu título: após a morte (aliás, o desaparecimento em um rio) de Elizabeth Holland, a mais amada das jovens socialites da cidade, uma série de boatos começou a ser publicada nas colunas sociais. O conteúdo dos rumores? Elizabeth não morreu e pôde ser vista perambulando por diversos pontos da cidade.
O prólogo da história já nos deixa eletrizadas e é praticamente impossível não devorar o livro, mesmo tendo uma boa noção de como ele vai acabar. Com um vocabulário rico e ótimas descrições, “Intriga” é um livro cativante, que amarra o leitor na história com todos os boatos e difamações possíveis sobre as protagonistas. Penelope Hayes, linda, maldosa e mimada, é a grande estrela deste livro, como a própria capa indica. Hayes deixa muita vilã no chão e orquestra um plano incrível para laçar o ex-noivo de Elizabeth, Henry Schoonmaker. Fazendo-se de boazinha aos olhos públicos, ela passa a ocupar o posto abandonado por Elizabeth, a então “queridinha” de Manhattan. O que Penelope não sabe é que o coração do mocinho bate por outra menina, a indomável Dina Holland, irmã de Elizabeth. Embolado? De modo algum! Quem lê o primeiro volume da série “The Luxe” rapidamente se acostuma com o nível de complicação e safadeza oculta da juventude endinheirada do século XIX, o que torna a leitura deste livro muito tranqüila, mas não menos emocionante.
O galã da história, Henry Schoonmaker, na verdade não passa de um – com todo o respeito – bundão: ele é altamente manipulável e apenas reage às situações que se apresentam em sua vida. Pensou em Nate Archibald? Pois Henry é bem por aí! O pai faz o que quer com ele, chegando ao cúmulo de se candidatar a prefeitura da cidade usando a morte da noiva do filho como alavanca eleitoral. Se no primeiro livro da série ele nos deixou deslumbradas com o seu charme, agora ele não passa de um menininho bobo.
Enquanto Elizabeth e Will Keller atravessam o país vivendo seu amor e buscando uma forma de enriquecer com petróleo, a casa das Holland em Nova York entra em crise: a senhora Holland fica doente após a “morte’ da filha, o dinheiro torna-se escasso e Diana não sabe mais o que fazer para se livrar de seus pretendentes – pelo menos enquanto não sonha acordada com Henry e seus beijos. A trama segue assim até Elizabeth receber uma carta emergencial da irmã, que sempre soube de seu plano de “desaparecimento”. Esta carta causa uma tremenda reviravolta na trama, criando uma situação mais que inesperada. Mistério e tensão entram na trama, deixando-nos com gostinho de “quero mais” e muita expectativa pelo próximo volume da saga.
Nesta cadeia de amores não correspondidos e impossíveis, Will Keller é simplesmente encantador com sua perseverança e determinação. Outra personagem que se destaca é Lina Broud, antiga empregada das Holland. Determinada a se tornar uma dama da sociedade, ela assume a persona da nova rica Carolina Broad e entra de vez no jogo dos milionários herdeiros de Nova York, contando com o apoio nem sempre leal de Tristan. A história dos dois promete render bastante no terceiro voluma da série, ainda sem previsão de lançamento pela editora Rocco, responsável pela sua publicação no Brasil.
Divertido e feito para passar o tempo, “Intriga” é um dos mais notáveis casos de guilty pleasure. Entre fortunas, fofocas e meninas mais do que interesseiras, temos um precioso trabalho de pesquisa histórica que nos proporciona diversão garantida. Boa leitura!
XOXO,
Jaqueline.
>> Resenha originalmente postada em www.up-brasil.com