Então você quer conversar sobre raça

Então você quer conversar sobre raça Ijeoma Oluo




Resenhas - Então você quer conversar sobre raça


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mpettrus 15/09/2022

Ser Antirracista é Ter Consciência Política
Esse livro de não ficção chegou a minhas mãos em 2021 e o li dentro de dois dias, porque além de ser de meu grande interesse ler sobre o tema em questão, ?Então Você Quer Conversar Sobre Raça?, da escritora norte-americana Ijeoma Oluo é um ótimo livro para começar a entender as dores das pessoas negras. Na primeira vez, deixou-me uma boa impressão, com algumas ressalvas. Agora, relendo-o em 2022, continuei com as boas impressões da vez anterior, e também com as mesmas ressalvas. No geral, eu gosto de ter esse livro como um ?livro de cabeceira? para voltar a ele e relembrar alguns conceitos.

? A autora é bastante clara na sua abordagem sobre o tema ?raça?, o qual ela domina com maestria e perfeição. Objetiva, reveladora e cirúrgica, ela aborda temas que fazem parte do nosso cotidiano, sobretudo, para nós pessoas negras. E ainda torna a leitura mais enriquecedora quando relata suas experiências enquanto mulher negra estadunidense, vivendo em uma sociedade extremamente racista e impiedosa com pessoas que não sejam brancas.

? O ponto alto para mim sobre esse livro são os relatos reais que a autora conta para posteriormente contextualizar o tema a ser discutido no capítulo. O livro é dividido em 17 capítulos, didático e ao mesmo tempo dinâmico sem nos oferecer uma leitura maçante, nos fazendo questionar sobre tudo o que ela conta e propõe, nos fazendo refletir até conseguir encontrar uma resposta. Quando conseguimos encontrar uma, pois livros desses calibres nunca nos dão uma resposta definitiva, mas sempre nos cobram reflexões infinitas.

? A autora orienta o leitor ?pessoa branca? do começo ao fim sobre como lidar com situações constrangedoras, a responder perguntas sobre racismo, a reconhecer seus privilégios, bem como também ajuda as pessoas negras a lidar com as mesmas questões. Eu gosto também que a todo o momento, Ijeoma nos defende, nos ampara e nos ensina a ter empatia conosco. Isso é importante assinalar.

? Apesar dela não poupar nas palavras, nos trazendo relatos crus sobre as vivências dos negros estadunidenses na América Branca, como ela chama, apesar dela nos fazer lacrimejar por que, eu enquanto homem negro que sou, consigo me reconhecer naquela mesma dor, apesar dela esgarçar minha pele, ferir de morte a minha alma, quase me deixando sem esperanças de dias melhores para a comunidade negra, ela nos traz propostas pertinentes de como dialogar sobre raça a partir do seu ponto de vista, pois ela tem uma escrita envolvente e falas importantíssimas.

? A sua linguagem simples e realista reforçados por argumentos que trazem dados estatísticos dos EUA, não é uma leitura suave, mas creia-me, é super necessária. Sobretudo, você pessoa branca: esteja disposto a mudar, a aceitar que tem muito a aprender sobre raça. Não se sinta ofendido quando disserem que você foi racista, pois se chegaram a dizer provavelmente foi. Reconheça todos os privilégios que você possui e procure se desculpar, fazer, aprender, agir, para tonar o mundo, nossa sociedade um lugar mais tolerante. Isso para começo de conversa.

? Quanto as minhas ressalvas, se concentram, sobretudo, no contexto da ?América Branca? e do Brasil com o mito da igualdade racial. E existem diferenças significativas de contexto entre lá e cá. Mas eu super compreendo esse ponto, porque a autora escreveu esse livro para o público-leitor norte-americano, suas falas são direcionadas para esse público em específico. A realidade brasileira tem suas muitas nuances quando falamos sobre raça como, por exemplo, o colorismo e o racismo religioso. Além, é claro, da tradução para a língua portuguesa de ?people of color? para ?pessoa de cor?; aqui no Brasil, isso soaria extremamente errado, inadequado e com sérios problemas de racismo velado.

? Mas, é claro que o livro tem seu valor e sua enorme contribuição para a comunidade negra, porque para além dos problemas que se apresentam, não por conta da narrativa da autora em si, mas por conta de uma tradução da língua inglesa norte-americana para a língua portuguesa inadequada de forma a não encontrar o tom certo para a expressão ?people of color?, o livro é uma verdadeira aula de aprendizado. E um leitor mais atento, mais sagaz, conseguirá sim, adequar os temas aqui discutidos para o contexto de realidade brasileira, sem perder a sua essência.

? Porque a essência desse livro é antes de tudo ser antirracista. Não bastar ser contra o racismo, é preciso ser urgentemente antirracista. Ser antirracista no começo do século XXI é preciso sê-lo urgentemente, fortemente, crucialmente. Ser antirracista, antes de tudo, é preciso ter consciência política, pois é daí que nascem as pautas que nos levarão as lutas mais importantes para o povo preto. É preciso lutar por igualdade, por liberdade e por justiça racial. Porque quando falamos sobre racismo, falamos de uma estrutura de poder que fere que subjuga que silencia e que explora o povo negro, porque como bem disse a autora:

??racismo é qualquer preconceito contra alguém por causa de sua raça, quando essas visões são reforçadas por sistemas de poder?.
DANILÃO1505 15/09/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!




cinthyaarruda 09/08/2021

Necessário
Esse livro é tudo, sério.
É um livro pra você sentir desconfortável, sim
É um livro pra fazer você repensar suas ações, sim
É um livro que te mostra as pequenas atitudes racistas do cotidiano, sim
Mas é um livro que diante de todo o panorama te leva a pensar em como mudar seu comportamento.
Então vai tocar nas suas feridas, vai te fazer repensar, vai dar aquele sacode mas é extremamente necessário, pois o racismo é estrutural e precisamos combater nas pequenas atitudes até a mudança do sistema.
Vivar 13/12/2021minha estante
Amei o livro. ?Necessário? é uma maneira precisa de avaliá-lo.




Alan (@coracaodeleitor) 11/03/2021

Leitura didática e maravilhosa. Fácil compreensão de um assunto que é tão complexo. Acho que é um daqueles livros que nos acrescenta muito como ser humano.
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bellapguimaraes 10/01/2022

NECESSÁRIO!!!
Apesar de se reportar diretamente aos EUA, sabemos o quanto esse problema está presente no mundo todo e na mesma proporção. Saber conversar e agir da maneira adequada é mais do que uma obrigação de todos nós.
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Lais Duanne 20/11/2021

Se todo branco lesse ajudava um bocado
Livro direto, simples e completo.

Um conjunto de textos esclarecedores para quem quer entender relações raciais sem tirar o seu da reta.

Achei a compreensão super fácil pra quem não sabe "nada" sobre o assunto.

Queria uma caixa pra sair distribuindo.
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Gramatura Alta 14/01/2021

http://gramaturaalta.com.br/2021/01/14/entao-voce-quer-conversar-sobre-raca/
Essa resenha vai ser diferente de qualquer outra resenha que fiz. ENTÃO VOCÊ QUER CONVERSAR SOBRE RAÇA não é um romance, não é ficção, é um fato, e está ocorrendo agora mesmo. Então, enquanto estava lendo, fui anotando diversos tópicos para não falar sem propriedade do assunto, não quero ofender ninguém com esta resenha, mas é necessário falar sobre o assunto.


Ijeoma, a autora, cita em seu livro situações pela qual passou, e diversos amigos seus também passaram, apenas pela sua cor, pela sua ancestralidade estar exibida na sua pele, nos seus lábios, no seu cabelo. Para começar com os tópicos que separei, vou deixar aqui claro, essa resenha vem de uma mulher branca, eu nunca vou saber o tipo de situação pela qual uma pessoa de cor passa, mas tenho plena consciência de que elas acontecem, e quero que isso mude.

Primeiro, o racismo é tratado como segundo tema, em qualquer local que você for discutir, vão querer desviar desse tema, fingindo que o racismo não existe, ou que racistas não existem, ou que a luta das pessoas de cor é infundada. Discussões políticas tendem a privilegiar os brancos das classes mais baixas, escondendo a opressão aos negros, mantendo-os nessas mesmas classes há séculos.

As conversas sobre o racismo são dolorosas, mas são necessárias, devemos matar esse monstro e não nos manter calados diante dessas situações. Mas deixo aqui um fato que você deve sempre respeitar, a pessoa de cor passa por diversas situações de racismo e micro agressões, devemos sempre respeitá-la e nunca forçá-la a conversar conosco a não ser que ela queira. Essa pessoa tem todo o direito de reservar a si mesma a vontade ou não de falar sobre o assunto. Então deixe que ela decida se quer ou não.

Outro fato que a autora constou em seu livro, foram pessoas de cor sofrem desde sua infância. Sim, crianças são tratadas como marginais apenas por sua cor, você pode não estar ciente disso, mas ocorre. Professores tendem a suspender crianças de cor por “mau comportamento”, elas são realmente tratadas como marginais, enquanto as crianças brancas que fazem o mesmo, são tratadas de forma diferente, sendo suspensos apenas por situações mais graves. Isso sem contar que as brincadeiras deles são consideradas “violentas demais”. Lembram do João Pedro, menino de 14 anos morto a tiros dentro da própria casa? Um menino, vítima do racismo da polícia.

Falando em polícia, vamos citar aqui um fato MUITO importante, que eu mesma jamais tinha feito a conexão. Na época da escravidão, existiam os patrulheiros que capturavam os escravos que fugiam para devolve-los aos seus “donos”. Quando a escravidão foi abolida, esses patrulheiros se tornaram policiais, portanto, a polícia que deveria defender a população, defendia a população BRANCA, marginalizando novamente os negros. Você já percebe aqui, há quantos séculos já vem existindo esse racismo estrutural DENTRO da polícia.

O policial, quando envolvido na morte de um jovem negro, enfrentará muito poucas consequências, caso existam. George Floyd foi um estopim no mundo todo, fizeram do policial que o assassinou um exemplo de que não podemos deixar negros serem mortos cada vez mais em silêncio, mas vamos pensar, não existem diariamente mais mortes de negros que não são reportadas? 71% dos homicídios no Brasil são de vítimas negras.

O racismo é estrutural, enraizado na sociedade, cabe a nós combatê-lo, falar sobre ele, buscar conhecer as dores do outro e destruir esse mal, respeitando sempre o espaço daquele que mais sofre, não invadindo, não intimidando, e mesmo que não soubermos onde erramos, e a pessoa se sentir atingida, devemos pedir desculpas e não tentar justificar, até porque nada justifica e não justificará as ações durante séculos de dor e sofrimento do outro.

E vocês sabiam que o Black Lives Matter foi criado por mulheres? Porque eu não sabia. As opressões sofridas por homens negros não incluem opressões por mulheres, mulheres negras são tratadas como pessoas sem voz, e mesmo dentro das classes negras, existe o machismo estrutural. A própria autora sofreu ataques após uma discussão sobre um musico negro famoso estar sendo vangloriado, mesmo tendo diversas acusações sobre o abuso e a violência que ele cometeu contra mulheres negras.

"Não sou capaz de anular minha condição de mulher negra para ficar ao lado de homens negros que atacam mulheres negras"

Eu sei que essa resenha está ficando enorme, mas tudo que eu estou dizendo a vocês foi o que li nesse livro, eu preciso compartilhar com vocês tudo isso, é um assunto que precisa ser exposto, que precisa ser dito, e temos que dizer com todas as letras.

Agora vem o “por que os negros precisam tanto ser agressivos em suas lutas?”. Sinceramente, se vocês sofressem todos os dias o preconceito que uma pessoa negra sofre, acredito que também seria “agressivo”, eles tem todo o direito de gritar para o mundo que estão sendo mortos, baleados, tratados como lixo perante o homem branco hetero cis, então não venha deslegitimar sua luta. Pessoas de cor, gritem! Vocês são pessoas que tem direito ao reconhecimento, não se calem, não se deixem ser diminuídos, vocês são parte dessa sociedade. Precisamos trazer soluções para o racismo estrutural, chega de falar, falar e não fazer, você não é negro? Isso não te impede de lutar por essa causa.

Gostaria de deixar aqui duas frases desse livro que são importantes:

– A apropriação cultural é o produto de uma sociedade que prefere sua cultura envolta de branquitude. É o produto de uma sociedade que só respeita a cultura envolta de branquitude. E como não vivemos em uma sociedade que respeita igualmente todas as culturas, as pessoas de culturas marginalizadas ainda são constantemente discriminadas pelas mesmas práticas culturais que as culturas brancas são recompensadas por adotar e adaptar em benefício das pessoas brancas.

– Micro agressões ajudam a manter o sistema da supremacia branca unido, porque se não tivéssemos todas essas pequenas maneiras de separar e desumanizar as pessoas, teríamos empatia por elas mais completamente e, então, teríamos que realmente nos preocupar com o sistema que as está destruindo.

Quero que vocês pensem e reflitam sobre tudo que eu disse, e vejam seus privilégios como pessoas brancas, pensem em situações que acontecem diariamente com pessoas de cor, pensem em como seria você ser diminuído apenas por sua cor, e todo dia sofrem uma agressão igual no dia anterior, e mesmo assim, ser taxado de violento quando se rebela contra isso. Pensem no que podemos, e devemos fazer, pensem na luta que devemos ter contra esse mal que corrói nossa sociedade. Espero que vocês leiam esse livro, vejam a profundidade sobre o assunto, que vocês conheçam essa autora, essa luta que deve ser de todos nós. Temos que conversar sobre raça.

Resenha escrita pela Amanda para o blog.
http://gramaturaalta.com.br/2021/01/14/entao-voce-quer-conversar-sobre-raca/

site: http://gramaturaalta.com.br/2021/01/14/entao-voce-quer-conversar-sobre-raca/
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Bruna 18/07/2021

Didático e necessário
A autora aborda o racismo com diferentes populações (pretas, asiáticas, indígenas, etc) de maneira super didática! Traz assuntos atuais e mostra estar antenada sobre as pautas raciais, como em relação à minoria modelo, por exemplo. Adorei muito! Todos deveriam ler
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Leila267 09/09/2023

Sensacional
Extremamente didático e necessário, leitura fluida e enriquecedora.
Analisa o racismo nosso de todos os dias, mas principalmente o racismo enraizado em nossa sociedade, as consequências não somente individuais, mas coletiva, que leva as desigualdades econômicas e sociais. Estimula o pensamento critico!
Extremamente didático, para pessoas negras saberem lidar com o racismo e também para pessoas brancas reconhecerem seu lugar de privilégios e atuarem no antiracismo. E vai muito além, lidando com o racismo de forma mais ampla também, o racismo institucional, e seus impactos na população negra, mas também, as formas de lidar e agir contra esse sistema opressor. Trata também de privilégios, interseccionalidade, ações afirmativas, apropriação cultural, microagressões raciais, tudo isso de uma forma palpável e pedagógica.
Aborda ainda, estratégias e ações para que todas as pessoas possam agir de forma a colaborar com a mudança da sociedade, no combate ao racismo.
Diria que além de didático, este livro também é prático, excelente!!!


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Sarah587 14/01/2024

Mais que necessário para pelo menos um começo de conversa
Recomendo esse livro a todas e todos que se encontram em conversas (pouco importa o ambiente) que acabam abordando a questão da raça. Mesmo sendo um livro da perspectiva americana, ele traz muitos assuntos que se aplicam no nosso cotidiano brasileiro.
O livro é bem didático e tem vários exemplos para uma discussão saudável e produtiva sobre o assunto.
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Melina.mps 20/06/2021

Uma aula, que precisa ser colocada em prática e disseminada.
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Felibalex 01/09/2022

Um guia básico para quem quer aprender sobre racismo
Ijeoma usa uma escrita empática e próxima do leitor o que nos dá a sensação de acolhimento necessária para falar de um assunto desconfortável (tanto para pessoas de cor quanto para pessoas brancas). Seus exemplos concretos ajudam na conversa e fluem muito bem com o que é retratado. O livro é ótimo, incrível e acredito que devesse ser mais aproveitado. Ele é base de muita coisa que surgiu nesses últimos anos, quando falamos de como combater o racismo.
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Tainá 29/04/2023

Excelente e necessário!
Assunto complexo, com linguagem simples, fácil leitura.
Aborda conceitos importantes e fatos cotidianos para dar mais clareza ao tema.
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Teppei 12/03/2022

Necessário e urgente!
Um livro essencial para todos os indivíduos que prezam pela liberdade e igualdade social em nossa sociedade, independente se você é pessoa de cor ou branca, leia este livro e se aprofunde em um tema necessário e urgente no cenário da cidadania.
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Biblioteca Álvaro Guerra 03/11/2022

Neste livro, Ijeoma Oluo orienta os leitores a traçar um diálogo sobre o racismo na sociedade, na ótica de uma mulher negra, convidando o leitor a traçar estratégias de combate e reflexões sobre nossas ações estruturais que refletem o racismo social.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9786557121146
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