Jane Slayre

Jane Slayre Erwin...




Resenhas - Jane Slayre


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Vivi Barini 29/12/2010

Sabem aqueles livros de mocinhas indefesas do século XIX? Pois esqueçam! Jane Slayre (brincadeira com a palavra slayer, caçador, em inglês) é uma mocinha, mas está muito longe de ser indefesa.

Sendo órfã, a menina foi criada pelos tios desde que era um bebê, porém, antes de seu tio ser morto por um caçador, ele faz a esposa, Mrs. Reed, prometer que cuidaria da garota como se ela fosse sua própria filha. No entanto, nada sai como prometido.

Ainda mais porque os Reeds são vampiros.



- leia mais em The Bookaholic Princess: http://www.thebookaholicprincess.com.br/2010/12/jane-slayre-por-charlotte-bronte-e.html
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Gleiciane.Marques 09/11/2016

O mashup Jane Slayre
Charlotte Brontë nasceu em 1816, em Thornton, West Yorkshire, Reino Unido. Com o falecimento da mãe Charlotte e as irmãs foram criadas pelo pai Patrick Brontë, um homem deveras dominador. Ela era a mais velha das irmãs Brontë, Emily (1818-1848) e Anne (18201849. Todas foram escritoras, sendo a Emily autora do famoso “O morro dos ventos uivantes” e Anne, “Agnes Grey”. Embora nenhuma delas estivesse destinada a ter uma vida longeva, suas obras perpassam o tempo e são lidas até o presente. Desse modo, será destacado o romance Jane Eyre, obra-prima de Charlotte Brontë. Nas palavras de Burgess (2006) Jane Eyre se destaca por ser “uma genuína história de amor de grande realismo, cheia de observações agudas e que não falta espirituosidade (...) um dos romances vitorianos realmente significativos.” A história relata a vida sofrida de Jane Eyre desde a sua infância e, quando ainda jovem, vai trabalhar como governanta e acaba se apaixonando por seu patrão, que é casado com uma mulher louca. A trama é dedicada ao amor do casal e possui um desfecho comovente. Devido à qualidade literária de Jane Eyre, ao longo dos anos, assim como os clássicos citados anteriormente, foi alvo de adaptações para o cinema como Jane Eyre (1944), dirigido por Robert Stevenson e Jane Eyre (2011), dirigido por Cary Fukunaga. Além disso, o cânone foi tranformado em musical, graphic novel e mashup literário. Este último, entitulado Jane Slayre, escrito por Sherri Browning Ervin e publicado nos Estados Unidos pela Gallery Books e no Reino Unido pela Pocket Books em 2010.
Sherri Browning Ervin mora em Massachusetts e é autora de ficção histórica, contemporânea e paranormal. Pela capa de seu mashup nota-se alguns paratextos que indicam a mistura entre o cânone e os elementos contemporâneos. A capa do livro mostra a imagem de uma mulher com uma faca e a mão ensanguentada. A personagem ilustrada trata-se de uma versão moderna do retrato de Charlotte Brontë produzida por George Richmond em 1850. Tal gravura está exposta no National Gallery London e foi utilizada na capa da edição de Jane Eyre da Penguin Classics de 1985.
O segundo ponto a ser considerado consiste no título do livro. Jane Slayre remete ao original Jane Eyre, contudo o sobrenome na personagem do mashup retoma ao vocábulo inglês slayer, que significa matador ou assassino, justamente a ocupação da protagonista. Além disso, infere-se que o nome Slayre foi utilizado no lugar de slayer para combinar foneticamente com o título do clássico Jane Eyre. Percebe-se também a cor vermelha presente na capa que está diretamente ligado à história e aos componentes a ela adicionados.
A narrativa de Erwin se mantém próxima ao enredo de Brontë, preservando, os personagens e o romance de Jane com seu patrão, todavia a diferença na escrita está nas partes em que insere elementos pós-modernos, como lobisomem, zumbi e vampiro, sendo esse último o componente de mais destaque, confome explicitado por Ewin:

" Criada por parentes vampiros a joven Jane Slayre é forçada a aderir a horários noturnos, nunca desfrutando de uma tarde ensolarada ou da visão de um pássaro cantando. Mas as coisas mudam para Jane quando o fantasma de seu tio a visita, transmite a história de vampiros assassinos de seus pais e encarrega-a com a responsabilidade ou aventurar-se por conta própria para encontrar outros do tipo dela e aprender as artimanhas dos assasinos" (ERWIN, 2010, p. 392, tradução minha).

Em consonância com o cânone, Erwin reconta a vida da órfã Jane, descreve, por exemplo, sua infância em Gateshead onde, no original, seu mimado e desagradável primo John Reed a atormentava. No mashup ele continua a abordar Jane, mas agora como um vampiro.

Ademais, a criatividade de Erwin sobre o clássico de Brontë vai além, a jovem Slayre se vê às voltas em aventuras como no orfanato em Lotwood, onde descobre que o diretor está ressussitando estudantes mortos para serem treinados para o serviço doméstico. A heroína então, com a ajuda da professora Miss Temple ajuda a libertar a alma de seus amigos desse estado de zumbificação. E ainda, já como governanta Jane descobre que a esposa de seu amado Rochester é na verdade um lobisomen e então, em meio a romance e monstros tenta encontrar uma saída para os desafios e encontrar a felicidade.

BURGESS, Anthony. A Literatura Inglesa. 2 ed. São Paulo: Editora Ática, 2006.
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