Resenhas - Estórias da casa velha da ponte

Autora Dilma Barrozo 17/01/2010

Versos com gosto
Ler Cora Coralina é degustar a poesia que a vida nos oferece, na sua simplicidade e pureza e na misteriosa magia do cotidiano. Ler Cora Coralina é saborear o gosto de cada palavra como se saboreia o mais delicioso alimento. É possível sempre se retornar à infância diante dos seus versos, sentir a secura do ar, o cheiro da chuva, o sabor da terra. Não conheço Goiás, mas, com certeza já lá estive através de Cora.

Cris01 19/10/2023

Recomendo
Livro gostoso de se ler, tirando as quatro últimas estórias, o livro é muito bom, se da muitas risadas e para alguns poderá dar medo rs. Me lembrou da minha avó que contava causos assim semelhantes. Bons tempos!

Biblioteca Álvaro Guerra 10/05/2022

Como toda residência de interior habitada muito tempo pela mesma família, a casa velha da ponte vivia cheia de histórias. Construída "em pedra, madeirame e barro", com as suas "folhas de portas pesadas de arvores fortes descomunais serradas a mão", a sua senzala desativada e seus imensos portais, a própria casa já era uma parte viva da história da cidade de Goiás Velho. As suas paredes presenciaram histórias de amor e suicídios de escravos, enquanto lagartixas buscavam as brechas para se aquecer. Um dos antigos proprietários, recebedor dos quintos reais, tinha se apossado do dinheiro do Estado. Para fugir da prisão, teria ocultado no porão moedas e barras de ouro, dando origem assim à lenda do tesouro enterrado. Mais tarde, em época de esplendor, a família so "almoçava sua gorda feijoada goiana em pratos e talheres de ouro". Tradições como essas embalaram a infância de Cora Coralina, criada na velha casa, já então decadente, "cerradas portas e janelas, resguardando de olhar estranho o desmazelo e a pobreza que se instalavam". Essas histórias domésticas e outras vividas na cidade, que impressionavam a menina, são o material vivo e humano do livro, registro de velhas tradições e, ao mesmo tempo, retrato fiel e pitoresco de uma comunidade do Brasil Central no final do século XIX e início do século XX, com as suas prostitutas segregadas, vivendo em becos, capazes de valentias, como a narrada no delicioso Minga, zoio de prata, os famosos raptos de donzelas ("Cortar em Riba do Rasto"), tão frequentes no Brasil antigo, as solteironas ("Quadrinhos da Vida"). Nem faltam as estórias de assombração e assombramento ("Procissão das Almas", "O Caso de Mana"), sempre tão vivas no imaginário popular, narradas com aquela insuperável simplicidade e leveza de Cora Coralina, encanto de seus versos, encanto de sua prosa.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788526019973

Daniel432 09/07/2015

Contos Goyanos
Cora Coralina mostra os usos e costumes de sua época em sua cidade natal, hoje conhecida como Goyas Velho.

Os contos são escritos com linguagem simples e, ao mesmo tempo, complicada uma vez que a autora faz uso de diversas expressões e palavras regionais o que faz com que o leitor mais interessado tenha que recorrer ao dicionário para saber o significado de muitas delas.

O conto em que a Casa Velha, hoje museu, é apresentada em detalhes faz com que quem visitou o museu consiga rever, mentalmente, como é a casa, principalmente a bica no porão.

Outro tema recorrente nos contos deste livro é a gravidez indesejada que causava tanta vergonha às famílias mais puritanas, muito comum à época., porém a autora trata deste assunto de forma bastante humorada.

O livro, de leitura fácil, é uma boa dica para conhecer os antigos costumes goianos.

Eu poeta 22/08/2023

A cegonha adiantou kkk
Isto é que se chama de aproveitar o tempo [...] Numa só festa, casa a filha e chega a cegonha... Kkkkk

Nat 10/11/2020

^^ Pilha de Leitura ^^
São histórias de vida, os famosos “causos” que pessoas mais velhas costumam contar. Poesia em forma de prosa :)

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat

Rodrigo 19/05/2021

Mergulho no interior
Cora Coralina consegue nos transportar para os rincões goianos com suas fascinantes estórias. Uma linguagem interiorana, com personagens inesquecíveis e muitos "causos".

Bruno Gonçalves 23/02/2009

São belas estórias, simples escrita. Versos não tão musicais quanto dizem.

giu 14/05/2023

Livro com cheiro de pamonha quentinha
Uma aula de história com a leveza de uma vovó muito querida!

Um retrato fiel aos costumes da velha Goiás e das mudanças da virada do século 19/20. Histórias sobre o começo da república, fim da escravidão, cangaçeiros, retratos femininos, intrigas sociais, lendas urbanas? Enfim, muito legal ver esse contexto histórico por meio de uma visão simples e poética.

Menção Honrosa aos contos:
Minga, Zoio de Prata
Procissão das Almas
O Boi de Guia
Lampião da Rua do Fogo
Papéis de Circunstância

nicole 20/11/2022

pensando sobre
não é normalmente meu estilo de leitura, então não me senti muito conectada com as estórias, ou tocada com elas, mas mesmo assim, não consigo dar menos que 3 estrelas pq apesar de não ter amado, pensando sobre ele é super interessante o que ela conta, o modo que nos insere ali, é o tipo de estória que vc ouviria tomando um café com bolo de fubá na casa da sua vó, foi assim que me senti, ainda mais pq ouvi o audiobook.

patyfavalle 08/03/2009

A poesia de Cora Coralina narra episódios da sua própria história, de uma mulher que aprendeu a transformar a dor, os desejos e as frustrações em belas palavras.

Chiquinho 02/08/2009

Ler Cora Coralina é abraçar a poesia encarnada
É assim que me sinto quando leio algo de Cora Coralina. Sinto-me abraçando a prosa poética. Parece-me que em cada página há mais que letras, vem também a arte desta doceira que nos abre o apetite para folhear os livros com fome de alma, corpo e espírito. Gostei muito dste livro. É umn resgate e tanto do povo de Goiás.

Janaína Calmet 03/11/2014

DESLUMBRANTE
Esse livro, por si só, já é uma delícia de ser lido, com todas aquelas palavras tantas vezes desconhecidas para quem não é da região e, mesmo sendo da região, não viveu a época de Cora. Mas... compra-lo no "Museu Casa de Cora" e degustar a leitura sabendo, exatamente, de que rua, ou Igreja, ou traço da própria casa ela está falando, de verdade, não tem preço. Um presente de Deus!

Serivaldo 01/05/2018

Opúsculo da mais original e imaculada literatura brasileira regionalista. Ler os pequenos contos desta obra nos remonta aos tempos da vida vagarosa, simples e lendária. Em forma de memórias, Cora Coralina nos vai pondo a par de acontecimentos e “causos” passados no interior de Goiás, ficcionais ou verossímeis, em linguagem típica de uma contadora de estórias.

andregynbr 16/02/2021

A poetisa e doceira de Goiás
Bate uma certa vergonha em admitir que este é o primeiro livro que leio de Cora Coralina, e logo nessa leitura já fiquei fã desta escritora.

"Estórias da Casa Velha da Ponte" reúne diversos contos que são uma amostra do talento da escritora em descrever época, costumes e personagens.

Gostei muito, que venham mais livros dessa talentosa senhora.