Bárbara Matsuda 21/08/2022
“O sujeito na contemporaneidade - Espaço, dor e desalento na Atualidade”, de Joel Birman, passa por diversos tópicos que afligem negativamente a subjetividade contemporânea. Ao citar em vários momentos “O mal-estar na civilização” de Freud, ele compara os obstáculos do sujeito moderno com o do contemporâneo.
Através de mini capítulos, ele inicia pelo mundo onírico, passando por uma análise psicanalítica do filme “De olhos bem fechados” de Kubrick até nos apresentar a posição solipsista do sujeito atual (solipsismo: doutrina em que o indivíduo restringe-se apenas a si mesmo) e todas as condições que o levam a este espaço de dor. É interessante como ele desenvolve a ideia de que o espaço sobrepõe-se ao tempo nos dias de hoje, assim como a distinção dos conceitos de sofrimento e dor - sendo o primeiro uma relação de alteridade, enquanto o segundo fecha sobre si. A cultura atual de drogas (lícitas e ilíticas) e outras compulsões; a exaltação pelo corpo em que nos sentimos sempre em dívida; a perda do valor de linguagem em uma sociedade saturada por imagens. A sociedade do agir, evidenciada pelos excessos/intensidades, que quando não eliminados, implodem o psiquismo.