Tuca 06/12/2021Dois vestidos definem a vida de Adeline Boissinot. O castanho, que ela usa enquanto criada do General Amadeus Barnard; e o vestido cor de pêssego, o da Condessa de Saint Michel. A vida dessa camponesa francesa deveria seguir um plano: casar com seu vizinho Phillip. Segui-lo para Paris, foi a sua maneira de não se perder em solidão e em saudade enquanto ele estudava para se tornar médico e o seu pai e irmãos lutavam na guerra, esse também foi o jeito do universo dizer que os planos dela não coincidiam com o dele. Desiludida e sentindo-se abandonada pelo rapaz que acreditava amar, mas que só tinha olhos para medicina, Adeline é levada a pedir emprego na casa de Amadeus Barnard, Conde de Saint Michel. Ferido na guerra, Amadeus é arrancado das garras da morte pela sua jovem criada, cujo conhecimento acerca da medicina, sua força de vontade e teimosia o colocaram de pé novamente.
Romances em meio à guerra sempre dão aquele desespero que acompanha o medo do amanhã, a necessidade de viver o momento, a dor de alguma perda. As guerras napoleônicas levaram os franceses ao extremo, e conduziram esse amor de uma jovem criada do interior pelo seu patrão mais velho e aristocrata. Da perda ao reencontro, Adeline e Amadeus formam um casal predestinado cuja história é apaixonante, duas pessoas que forjadas na teimosia precisam encontrar o meio termo e lutar não apenas contra uma guerra externa, mas na guerra do preconceito social, que nunca termina, não desaparece e a qual os inimigos nem sempre são visíveis. “O vestido cor de pêssego” é um dos romances históricos mais lindos que eu já li. Repleto dos elementos que formam uma história épica, mas também do amor que liberta, do amor poético e corajoso, do amor que cura como nenhum outro remédio.
“O vestido cor de pêssego” é o primeiro livro da série Hussardos e Dragões, foi originalmente publicado em Portugal, e agora ganha sua edição brasileira. A narrativa sobre Adeline e Amadeus tem nele sua conclusão. O próximo livro seguirá o romance de outro casal.
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