O infinito em um junco

O infinito em um junco Irene Vallejo
Irene Vallejo
Irene Vallejo
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Resenhas -


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Bela 11/02/2023

A invenção do livro
Excelente leitura. Escrita envolvente, mistura fatos históricos e acontecimentos pessoais da autora. Aborda também a história da arte, mitologia, o feminino nino e muitas curiosidades.
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romulorocha 05/02/2023

O infinito em um junco, de Irene Vallejo - 10/10
Irene Vallejo (Saragoça, 1979) é apaixonada pela mitologia grega e romana desde tenra idade. Estudou Filologia Clássica, doutorando-se nas universidades de Saragoça e Florença. É escritora, colunista do El País e do Heraldo de Aragón, palestrante e promotora da educação e do conhecimento sobre o mundo clássico.
Partilha com os outros, diariamente, a sua paixão pelo mundo clássico, pelos livros e pela leitura.

Em O infinito em um junco, Vallejo nos leva para uma longa e formidável viagem sobre a história dos livros. Com foco maior na antiguidade, nas civilizações gregas e romanas, a autora remonta os primórdios das aventuras literárias, a evolução dos tipos de livros, como os de papiro (produzido do junco), pergaminho (feito com couro de animais) e os de papel que temos até hoje. Os livros digitais também entram nesta viagem, porém com suas ressalvas e críticas muito bem elaboradas pela autora.

Eu adorei ler o infinito em um junco. É um livro denso, mas muito gostoso de ler. Ele possui muitas referências, curiosidades e discussões relevantes sobre o futuro desta preciosidade que nos acompanha por séculos, sem perder o seu lugar. Recomendo demais!


Trechos do livro:

?somos seres sedentos de histórias. Por isso levamos livros
connosco ? ou dentro de nós ? para todo o lado; para os territórios
do horror também, como eficazes estojos de primeiros socorros
contra a desesperança?

?Os livros ajudam-nos a sobreviver nas grandes catástrofes
históricas e nas pequenas tragédias da nossa vida?.

?Sentir um certo incómodo
faz parte da experiência de ler um livro; há muito mais pedagogia na
inquietação do que no alívio.?

#resenhasdoromulo
#literaturaespanhola
#oinfinitoemumjunco
#irenevallejo
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Rê Lima 12/12/2022

O livro é muito interessante, uma delícia de ler, mas não é um livro que você lê em uma sentada. É um livro para ser degustado aos poucos, sem pressa!
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Luccrazy 11/11/2022

Fantástico. Do inicio ao fim
O livro cativa já nas primeiras páginas e nos envolve a ponto de não querer abandona-lo. Irene navega pela difícil tarefa de nos apresentar a jornada dos livros nos últimos 2,5 mil anos. E o faz c louvor.
A escolha de capítulos pequenos, narrativa coloquial e despretensiosa faz a leitura ser encantadora. Fora que o livro em si é uma ode a outros títulos, que pela delícia de como foram apresentados. Nos forçam a querer ler mais e mais.!
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anna v. 11/08/2022

Excepcional
Que grande livro! Não apenas uma ode de amor aos livros, à leitura, à disseminação de ideias, como também um maravilhoso passeio pela Grécia e Roma antigas, num texto delicioso, coloquial e erudito ao mesmo tempo. Sublinhei muitíssimos trechos.
Recomendadíssimo!
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Pablo Paz 07/08/2022

Num mundo caótico, adquirir livros é um ato de equilíbrio à beira do abismo
"O junco de papiro afunda suas raízes nas águas do Nilo. O caule tem a grossura do braço de um homem e chega a uma altura que varia de três a seis metros. Com suas fibras flexíveis, o povo humilde fabricava cordas, esteiras, sandálias e cestos. Os relatos antigos recordam: era de junco de papiro, untado com betume e piche, o cestinho no qual o pequeno Moisés foi deixado às margens do Nilo. No terceiro milênio antes de Cristo, os egípcios descobriram que com aqueles juncos podiam fabricar folhas para escrever, e no primeiro milênio já haviam espalhado esse achado entre os povos do Oriente Próximo. Durante séculos, os hebreus, os gregos e depois os romanos escreveram sua literatura em rolos de papiro. À medida que as sociedades mediterrâneas se alfabetizavam e ficavam mais complexas, precisavam de cada vez mais papiro, e os preços subiam ao calor da demanda. A planta era muito rara fora do Egito, o que, como o nióbio dos nossos smartphones, a transformou em um bem estratégico. Chegou a existir um poderoso mercado que distribuía o papiro por rotas comerciais através da África, da Ásia e da Europa. Os reis do Egito se apropriaram do monopólio da manufatura e do comércio das folhas; os especialistas em língua egípcia acreditam que a palavra 'papiro' tem a mesma raiz que 'faraó'. (...) O rolo de papiro foi um avanço fantástico. Depois de séculos de busca por suportes e de escrita humana sobre pedra, argila, madeira ou metal, a linguagem finalmente encontrou seu lar na matéria viva. O primeiro livro da história nasceu quando a palavra, apenas escrita no ar, encontrou abrigo na medula de uma planta aquática. E, comparado a seus antepassados inertes e rígidos, o livro já nasceu como um objeto flexível, leve, apto para a viagem e a aventura. Rolos de pairo contendo longos textos manuscritos traçados com cálamo e tinta: eis o aspecto dos livros que começam a chegar à nascente Biblioteca de Alexandria". (Excertos das pp. 45 à 47).

Transcrevi esse longo trecho para tu teres uma ideia da erudição e da beleza lírica contida na escrita desta autora. Como sugere o subtítulo em português, a obra trata da invenção dos livros no mundo antigo ocidental, isto é, no mundo greco-romano, onde tudo começa com a invenção do papiro séculos antes e a fundação da Biblioteca de Alexandria no século III antes da Era Comum. Esse biblioteca (e museu) é o paradigma de tudo o que veio depois, inclusive nossa tara e ansiedade por listas de tudo quanto é coisa, como argumenta a autora: "A paixão do colecionador de livros é parecida com a do viajante. Toda biblioteca é uma viagem; todo livro é um passaporte sem data de validade. (...) Num mundo caótico, adquirir livros é um ato de equilíbrio à beira do abismo".

Comecei a sublinhar algumas partes, mas parei porque não há uma página em que não haja uma frase ou um parágrafo que não seja lírico. Se tu és fã de livros, e provavelmente o é, senão não estaria aqui nessa rede social, este livro é leitura obrigatória.
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Coruja 01/08/2022

Não tinha ouvido falar desse livro antes dele aparecer em pré-venda, mas assim que bati o olho, a poeticidade do título me chamou a atenção. E o subtítulo também, claro, afinal, se tenho uma fraqueza bem conhecida, são livros que falam de livros. Assim é que coloquei O Infinito em um Junco na minha lista de “fiquei curiosa” e esperei pela oportunidade de folheá-lo e assim determinar seu nível de prioridade de aquisição.

Não precisei de muitas páginas para perceber que a obra de Vallejo se encaixava em várias das minhas preferências. É, como já dito, um livro sobre livros; especificamente, sobre a evolução do design dos livros e da escrita - das tabuletas de argila e caracteres cuneiformes, passando por papiros e hieróglifos, pergaminhos, alfabeto fenício, inclusão das vogais e, enfim chegando aos códices encadernados, num formato que usamos até hoje. É também uma amálgama de diversos ensaios sobre bibliotecas, literatura e o papel do aprendizado e ensino ao longo dos séculos, com memórias pessoais, numa espiral de digressões que me fez pensar muito nos debates do clube do livro de que participo.

Isso porque no clube - que já tem mais de uma década de funcionamento - costumamos usar as leituras como trampolim para outros debates e tangentes diversas que, num primeiro momento, podem parecer ter nada a ver com o título da vez. Foi assim que chegamos de 20.000 Léguas Submarinas para atentados terroristas e colonialismo; Robinson Crusoé para direitos humanos e relativismo cultural e Um Estudo em Vermelho para definições de justiça e vingança e o papel do Estado nesse embróglio.

Vallejo faz esse mesmo tipo de encadeamento de ideias, saindo de um fato/dado histórico para referências que, podem parecer não ter nada a ver com o assunto, mas fazem todo o sentido quando você reflete mais um pouco sobre suas palavras. Algumas críticas que li antes de pegar o livro torciam o nariz para esses desvios, em especial aqueles que envolviam reminiscências da autora, mas eu gosto dessa forma de contar histórias, dessas narrativas da qual rebentam outras mais, dessa mistura de macro e micro-história, do universal ao pessoal e vice-versa.

O Infinito em um Junco se divide, ostensivamente, em duas partes culturais: gregos e romanos. Ela vai e vem, contudo, entre várias culturas, tanto ocidentais quanto orientais, e não tem problemas de pular entre Antiguidade e idade contemporânea - tudo isso usando a Biblioteca de Alexandria e Homero como pontos de partida, chegando até Umberto Eco e Fahrenheit 451. Há muita informação preciosa, curiosidades fascinantes e uma paixão pulsante pelo mundo literário em cada novo tópico tecido nessa bela colcha histórica.

As digressões de Vallejo são às vezes imprevisíveis (de tatuagens a cicatrizes! Fiquei uns bons minutos digerindo essa imagem) e, por isso mesmo, deliciosas. O estilo dela me lembrou demais o Manguel - leitores que tenham se apaixonado por Encaixotando minha Biblioteca provavelmente vão se encantar com esse aqui. Enfim, aos amantes de livros - não apenas como um veículo de narrativas, mas também como objeto em suma -, O Infinito em um Junco é imperdível. Definitivamente, um candidato a lista dos melhores do ano cá no Coruja.

site: O Infinito em um Junco, da espanhola Irene Vallejo, mistura memórias afetivas e dados históricos para contar a história do livro como objeto.
cpedras 09/08/2022minha estante
Uma verdadeira obra-prima recém-nascida!




Leila de Carvalho e Gonçalves 28/06/2022

Fenômeno Literário
Da filóloga e escritora Irene Vallejo, ?O Infinito Em Um Junco: A Invenção Dos Livros No Mundo Antigo? é um fenômeno literário que já foi traduzido para 39 países, vendeu mais de 700 mil exemplares e ainda segue conquistando leitores pelo mundo.

Um livro que curiosamente encontrou dificuldades para ser lançado. A editora de Vallejo recusou levá-lo ao prelo, temendo pelo fracasso, e não foi fácil encontrar uma outra ? no caso, a Siruela ? que acreditasse que esse calhamaço, de quase 600 páginas, poderia ser uma boa aposta no concorrido mercado literário espanhol.

Afinal, quantos leitores podem estar interessados na invenção dos livros na Antiguidade? A bem da verdade, esse subtítulo foi uma escolha pouco adequada, à medida que a obra aborda a trajetória da acumulação de conhecimento e acesso ao saber nas civilizações grega e romana, um relato de sucessos e fracassos, períodos de apogeu, declínio e quase extinção, portanto um alerta para o presente e às futuras gerações.

Vallejo não só irá acompanhá-lo até a Biblioteca de Alexandria, como o apresentará a surpreendente capacidade de memorização de Aristófanes de Bizâncio e a Calímaco, o primeiro bibliotecário. Também lhe contará sobre a surpreendente criação do alfabeto, do que se trata um clássico e a origem da palavra cânone. O resultado é uma viagem fantástica ao passado, sempre conectada a fenômenos culturais contemporâneos e até o Brasil é citado, isto é, Caetano Veloso e o livro Cidade de Deus.

Por outro lado, a obra também padece de um problema: poderia ser mais sintética, sem qualquer prejuízo para o conteúdo. Um bom exemplo é o protagonismo de Vallejo, que assume ser ?uma proselitista da fascinação?. Suas inserções pessoais ou narrativas íntimas despontam apequenadas diante dos eventos relatados e, em especial, o comentário sobre sua estadia em Florença soa inoportuno e elitista.

Mesmo assim, o resultado é positivo, ou melhor, bastante positivo. Se você se interessa pelo assunto, não hesite em comprar o livro ou o e-book. Por sinal, dei preferência ao e-book por ser uma obra extensa, possivelmente com muitos trechos para grifar e acertei na mosca, ele acabou colorido pelas inúmeras marcações.

Até a próxima!
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