Lipe 15/10/2023
As infâncias marcadas pela humilhação costumam produzir, mais tarde, no âmago dos corpos reprimidos, uma energia que é sempre transformadora, mas também obsessiva e inesgotável. Para se distanciar se seu passado, Eddy vive em uma fuga constante ("fuir, fuir, fuir"), obcecado pela metamorfose e pelo desejoso de "réussir" à todo custo. Afinal, para existir, é preciso se demarcar. Os sucessivas mudanças de personalidade e posicionamento na sociedade guiam a obra, até o momento final em que o Edouard se dá conta de que "tu n'as plus besoin de devenir, tu n'as plus qu'à être".