A Morte e a Donzela

A Morte e a Donzela Ariel Dorfman




Resenhas - A morte e a donzela


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Carla Maria 14/02/2023

Dilacerante
Finalmente, após minha quinta leitura do ano, eis que apareceu o primeiro livro favoritado de 2023. Que história impactante e completamente dilacerante. Meu coração ficou em frangalhos e minha mente borbulhando. O que eu seria capaz de fazer se eu estivesse na posição de dominador perante meu algoz? O meu lado racional conseguiria vencer o lado totalmente destroçado, chamado de emocional? Eu conseguiria colocar em prática todos os meus ensinamentos religiosos? Eu faria justiça com as próprias mãos, eu acreditaria na justiça terrena ou apostaria todas as fichas na única justiça que não falha, a divina? Esses foram apenas alguns, dos vários e vários questionamentos que eu fui capaz de engendrar nesta mente endagadora. Fora os tais questionamentos, estes que sempre estarão em constante movimento, eu fui capaz de compreender com profundo pesar, o porquê dos traumas e paranoias vividos pela vítima. Eu fui capaz de vivenciar cada atrocidade relatada. Eu sofri e eu mesma quis fazer o que jamais se deve fazer, justiça com as próprias mãos.

Esse livro foi capaz de me levar aos maiores níveis de questionamentos já imagináveis. Foi uma experiência sem igual.
A Morte e a Donzela era para ser um romance, mas acabou desbravando o mundo, não como um romance, mas como uma peça teatral. Ela é o retrato de um grito de horror e desespero, causado pela época em que o Chile era abraçado pela temida e cruel ditadura.

Uma peça extraordinária, que vale toda a sua atenção.
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Lucy 30/04/2022

Sem palavras
Ler essa peça tendo a consciência da ditadura é impressionante e até um pouco desconfortante....
Te prende do início ao fim, quero muiiito ver o espetáculo!
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Antonio338 19/04/2024

Não esperava ler A morte e a donzela em uma única noite; não esperava encontrar uma peça tão grandiosa em poucas páginas. muita coisa a gente não espera, e mesmo assim algo irrompe.

logo na dedicatória do livro (a Harold Pinter) já me ficou claro que o teor da peça seria ambíguo, que ela me incomodaria. como que uma peça que remonta eventos traumáticos de um período ditatorial (poderia acontecer no Chile, ou em qualquer país que acaba de sair de uma ditadura) não incomodaria? A morte e a donzela lida com questionamentos morais e psicológicos de uma forma frontal, ainda que delicada - é possível torturado e torturador conviverem em paz?

no início, eu fiquei preocupado em como a personagem feminina seria abordada, se seu trauma seria somente loucura, se sua personagem caísse em um clichê que culpa o indivíduo e recai em um perdão raso e simplificado. sem estragar o final, me surpreendi com a sutileza com a qual isso é trabalhado.

genial, genial. o posfácio, escrito pelo próprio Dorfman, só me fez apreciar mais ainda o enredo e a dimensão política-social-artística que a obra denuncia. se na época em que foi escrita já tocava em uma ferida aberta, acho que a universalidade da peça se renove cada vez mais no âmbito em que vivemos.
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